quarta-feira, 6 de novembro de 2013

OLYMPIAKOS-1 BENFICA-0

Roberto

Aquilo que mais me irrita no resultado desta noite é mesmo o facto de termos perdido contra uma equipa que é claramente inferior à nossa. E foi possível verificar isso mesmo durante o jogo: eu vi o melhor Benfica da época, que foi imensamente superior ao adversário do primeiro ao último minuto, mas esbarrou de frente com um gigantesco Roberto, que resolveu exibir as qualidades que nos levaram a contratá-lo há três anos.


A maior novidade para mim foi que, num jogo teoricamente de dificuldade mais elevada, o nosso treinador optou por não entregar logo a abrir a superioridade numérica no centro do terreno. Três médios de início, com a titularidade do Rúben Amorim junto dos habituais Matic e Enzo. Na esquerda da defesa surgiu o Sílvio, e no ataque foi o Markovic a ocupar o lugar que nos últimos jogos tinha sido do Ivan Cavaleiro. Não houve inferno nenhum em Atenas - o Benfica entrou a todo o gás, a jogar de forma completamente descontraída e a empurrar o adversário para junto da sua área. Os primeiros dez minutos foram o modelo perfeito daquilo que viria a ser o jogo inteiro: ataque constante do Benfica, com o Olympiacos praticamente a não passar do meio campo, e duas enormes oportunidades de golo, ambas negadas de forma sublime pelo Roberto. Primeiro num remate rasteiro de primeira do Cardozo, e depois na cara do isolado Markovic. Não marcar duas oportunidades claras como estas num jogo da Champions já seria uma situação suficientemente lamentável, mas aquilo foi apenas uma amostra do que estava para vir. Pior ainda, praticamente da primeira vez que o Olympiacos subiu à nossa área (acabaram por fazer dois remates à nossa baliza durante todo o jogo), marcou. Nós defendemos os cantos à zona, mas quando a bola é enviada para uma 'zona de ninguém' há sempre o risco de acontecer o que aconteceu, que foi um dos centrais adversários aparecer livre de marcação, vindo do limite da área, para cabecear para o golo. Já disse antes que tenho alguma embirração com o Artur, por isso eu próprio darei o devido desconto à opinião com que fiquei do lance, mas a verdade é que acho que o Artur poderia ter feito melhor do que defender a bola para dentro da baliza. Ao contrário do que já vimos esta época, a nossa equipa não reagiu mal ao golo sofrido, e continuou a jogar exactamente da mesma forma, dominando o jogo e o adversário e tentando chegar ao golo de todas as formas. Foi já perto do intervalo que voltámos a ter uma grande oportunidade, e desta vez (talvez a única durante todo o jogo) não foi o Artur o responsável por não a concretizarmos. Foi mesmo desconcentração ou displicência do Matic, que se apanhou sozinho em frente à baliza após um canto, e provavelmente pensou que estaria em fora-de-jogo, tendo por isso tentado um toque displicente com o calcanhar.


A segunda parte começou exactamente na mesma toada da primeira. Com mais uma defesa do Roberto, desta vez a remate do Markovic. Foi apenas o mote para uma exibição ainda mais memorável do nosso antigo guarda-redes. É que a superioridade do Benfica foi ainda maior durante o segundo tempo. Foi um ataque constante à baliza grega, com tentativas de vários dos nossos jogadores, mas sempre com um denominador comum: Roberto intransponível. A verdade é que à parte a concretização (com a devida parte de 'culpa' do Roberto), pouco ou nada tenho a apontar à nossa equipa ou aos nossos jogadores. Eu gostei sinceramente daquilo que vi hoje. Jogámos com uma velocidade e uma vontade como há algum tempo não via, tivemos criatividade e variedade de argumentos para construir diversas ocasiões de golo, mas no final o resultado foi-nos, de forma extremamente injusta, desfavorável. O velho chavão de que ganha quem marca voltou a aplicar-se, e vitórias morais de pouco nos servem. A verdade é que na segunda parte foram pelo menos meia dúzia de oportunidades claras de golo, todas elas negadas de forma brilhante pelo Roberto. Se tivermos má vontade ou estivermos particularmente irritados podemos sempre cascar na equipa e nos jogadores por as terem falhado, mas eu sinceramente prefiro dar o mérito a quem o mereceu, que foi o Roberto.


Nem vou fazer destaques individuais. Gostei de toda a equipa em geral, achei que os 'estreantes' titulares Rúben e Sílvio fizeram boas exibições, e senti-me mais tranquilo com a presença de um terceiro médio em campo. O resultado foi péssimo, mas em termos exibicionais não tenho dúvidas de que este foi o melhor jogo que a nossa equipa fez esta época, e merecia muito melhor sorte. Espero que seja isto que retenham do jogo de hoje, e que o resultado negativo não tenha efeitos negativos. Em relação ao jogo da Taça que se segue, gostaria muito que a estrutura táctica que apresentámos neste jogo se mantivesse.

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