sábado, 27 de outubro de 2018

BELENENSES - 2 BENFICA - 0 - EFICÁCIA

Tanto desperdício do Benfica, contra a frieza e eficácia do Belenenses (e um guarda-redes em noite inspirada) só podia dar nisto. A equipa de Rui Vitória perdeu pela primeira vez para o campeonato, contra a equipa com o pior ataque da prova, e que já não marcava há quatro jogos para a Liga. Eduardo e Keita fizeram os golos dos azuis, que assim consegue afastar-se da linha de água. Já as 'águias' falham o assalto à liderança isolada do campeonato, estando agora em segundo lugar, atrás do SC Braga.
Sem grandes surpresas nas hostes ‘encarnadas’ – Rúben Dias regressava após cumprir castigo na Liga dos Campeões, em detrimento de Conti - Rui Vitória manteve os mesmos jogadores que perderam com o Ajax, a meio da semana. Assim sendo, Gedson voltou a fazer companhia a Pizzi e Fejsa no miolo, enquanto Rafa Silva, Salvio e Seferovic formaram o tridente ofensivo.
No lado do Belenenses, Silas operou uma pequena revolução relativamente à equipa que fez alinhar de início no fim de semana passado frente ao Amora para a Taça de Portugal. Ao todo, são cinco os resistentes: Gonçalo Silva, Zakarya, Eduardo, André Santos e Licá. Entram Muriel, Diogo Viana, Reinildo, Lucca e Keita. Fredy, um dos melhores marcadores goleadores do Belenenses, começa no banco.
O Benfica entrou a todo o gás na partida, procurando criar perigo junto à baliza de Muriel. O primeiro aviso das ‘águias’ surge aos seis minutos, com Gedson Fernandes, na sequência de um canto, a cruzar rasteiro para zona perigosa, mas ninguém aparece para desviar a bola para o fundo da baliza contrária. A equipa de Silas respondia com alguns ataques rápidos, mas sem efeitos práticos.
Aos 16’ Rafa Silva ganha uma bola perdida no interior da área do Belenenses, remata, mas a bola ressalta em Diogo Viana, que estava no chão. Seferovic (17’) e Gedson (20’) também tentaram o golo, mas ambos ‘esbarraram’ no guardião dos azuis. Do outro lado, Vlachodimos mostrou que também estava atento, ao defender para canto o remate acrobático de Eduardo (22’).
Aos 31 minutos, Artur Soares Dias assinala grande penalidade a favor dos ‘encarnados’, depois de consultar o VAR, considerando que Lucca derrubou Salvio na área. O extremo argentino, contudo, atira para o lado esquerdo de Muriel, com o guardião do Belenenses a adivinhar as intenções do jogador do Benfica e a defender.
Mas o pior ainda estava para vir para a equipa de Rui Vitória. E em dose dupla. Aos 35’ o árbitro volta a assinalar penálti, mas agora para a formação da casa, a castigar falta de Vlachodimos sobre Licá. Eduardo não falhou e fez o 1-0, colocando ponto final numa sequência de quatro jogos em branco do Belenenses para o campeonato.
Seis minutos depois, voltava a gritar-se golo no Jamor: contra-ataque dos azuis, conduzido por Eduardo, a isolar Keita, que depois remata com frieza para o fundo da baliza de Vlachodimos. O Belenenses via-se em vantagem com dois golos em três remates, frente a uma equipa que dominou até ao momento em que Salvio desperdiçou uma grande penalidade.
Tal como aconteceu na primeira parte, o Benfica entrou com tudo, mas desta vez com a pressão adicional de estar a perder por 2-0. Rui Vitória lançou Jonas para o lugar de Salvio, e aos 48’ o avançado brasileiro combinou com Rafa Silva, rematando de fora da área para uma boa intervenção de Muriel.
Dois minutos depois, foi a vez de Seferovic, isolado, atirar ao poste (o avançado suíço estava, contudo em posição irregular), e depois Pizzi (52’) a rematar para mais uma defesa do guardião do Belenenses, após bom passe de Rafa. Na recarga, Jonas atirou por cima.
Face à pressão intensa do Benfica, Silas lançou Fredy para o lugar de Reinildo, e André Santos para render Nuno Coelho. O Belenenses procurava pressionar mais à frente, com o intuito de baixar o ritmo de jogo. Muriel, por sua vez, continuava numa noite inspirada - excelente defesa a cabeceamento de Seferovic (67'), mas o lance já tinha sido anulado por fora de jogo do suíço.
Aos 68 minutos, Pizzi deu lugar a Castillo, o Benfica passou a jogar com três pontas de lança, mas nem assim a estratégia de Rui Vitória deu frutos. Até porque com frente de ataque reforçada, os 'encarnados' começavam a expor-se mais atrás. Foi assim que Licá, na sequência de um contra-ataque do Belenenses, obrigou Vlachodimos a defender para canto. Minutos depois, Jardel escorregou e deixou escapar Lucca, com o brasileiro a tentar oferecer o golo a Fredy, mas o passe sai torto.
Zivkovic ainda entrou para o lugar de Fejsa, mas o Benfica já não teve arte nem engenho para dar a volta ao marcador. A equipa de Rui Vitória cai pela primeira vez no campeonato, ao passo que o Belenenses alcança a primeira vitória em casa.

A. VISEU - 0 LEIXÕES - 0 - ZERO

Ac. Viseu FC 0-0 Leixões SC

O Académico não foi além do nulo na recepção ao Leixões SC. 

Estádio do Fontelo, 27 de outubro de 2018

7ª Jornada da Ledman LigaPro
Árbitro: Manuel Mota (Braga)

Ac. Viseu: Jonas; Fábio Santos, Kevin Medina e Baumer; Latyr Fall, Paná, Tiago Almeida e Lucas; Luisinho (Ryan, 74), João Mário (Gabriel, 64) e Nsor. Treinador: Manuel Cajuda.

Leixões: Tony; Jorge Silva, Bura, Pedro Monteiro e Stephane (Derick Poloni, 68); Ceitil, Luís Silva, Evandro Brandão e Bernardo; Ofori (Amine Oudrhiri, 74) e Kukula (Erivaldo, 64). Treinador: Filipe Gouveia.


Podemos dizer que a primeira metade foi bastante monótona com as duas equipas a não deslumbrarem no futebol jogado. De qualquer forma, fica na retina a bela jogada de envolvimento academista já perto do intervalo, em que Luisinho permite a defesa a Tony, após bom trabalho de João Mário na direita do ataque.

Já antes o guardião Jonas tinha brilhado em duas ocasiões após boas iniciativas no ataque leixonense. Se defensivamenta a turma academista pareceu coesa e assertiva, já ofensivamente Nsor pareceu-nos, por vezes, bastante sozinho na luta com os defesas leixonenses.

Na segunda metade, o Académico teve alguns períodos de superioridade e Nsor esteve perto de desfeitear o guardião de Matosinhos por duas ocasiões. Numa delas o remate saiu mesmo perto do poste. Nota ainda para um bom remate de Luisinho que de primeira por muito pouco não inaugurou o marcador. 

Também o guardião academista, por volta dos 75 minutos, foi chamado a intervir com defesa apertada, naquela que foi a grande ocasião de golo do Leixões na segunda metade, após remate do avançado forasteiro.

Destaque ainda para as entradas de Gabriel e de Ryan, mas que pouco acrescentaram à equipa.

Em suma um empate que tem de se aceitar e que, na nossa opinião, se ajusta ao futebol praticado no Fontelo.

Ao fim de três jornadas  consecutivas a perder, o Académico alcança agora um ponto. Que seja a rampa de lançamento para muitos mais. Os viseenses têm agora oito pontos, em sete jornadas disputadas.

Próxima jornada há clássico das beiras com a deslocação a Coimbra para defrontar a Académica.

Força Académico! 

terça-feira, 23 de outubro de 2018

AJAX - 1 BENFICA - 0 - FRUSTAÇÃO

Ajax 1 - 0 Benfica: Desilusão Arena!  

ajax benfica.jpg
O novo estádio do Ajax já se chamou ArenA de Amesterdão. O Benfica jogou lá no torneio da cidade em 2009 e venceu a equipa da casa. Uns anos mais tarde, o Ajax não conseguiu atingir a final da Liga Europa que se disputava no seu estádio. O Benfica perdeu essa final de forma inglória com um golo para lá dos 90 minutos. 
O estádio mudou de nome, agora é um justo tributo ao maior génio do futebol holandês, Johan Cruijff ArenA. Actualmente, é o estádio de uma das equipas da moda do futebol europeu. A qualidade de jogo do Ajax de Ten Hag tem encantado quem gosta de futebol. Uma mistura explosiva de referências que o técnico holandês traz dos tempos de Cruijff mais o trabalho que desenvolveu nas camadas jovens do Bayern dos tempos de Pep Guardiola e um conceito de jogo muito próximo do futebol atacante, bonito e da posse de bola. São estas características do treinador do Ajax. A isto junte-se uma mudança de mentalidade do clube ao optar por manter as várias pérolas jovens do plantel, em vez de vendas milionárias. Falamos de Ziyech, De Ligt, Dolberg ou De Jong, por exemplo. O director desportivo, Marc Overmars, manteve este núcleo de jovens jogadores e juntou-lhes reforços experientes como Tadic, Blind ou Labyad. 
O regresso do gigante holandês à Liga dos Campeões aconteceu esta época com uma normal vitória em casa com o AEK e na 2ª jornada surgiu o empate em Munique que alertou o meio mundo que ainda não tinha reparado na qualidade desta equipa.
Por tudo isto, o Benfica tinha uma tarefa muito aliciante pela frente. Este embate duplo com o Ajax é uma boa montra para o Benfica mostrar os seus jovens e o seu futebol enquanto luta directamente com o adversário para seguir em frente na prova. 
A equipa do Benfica, muito apoiada pelos incansáveis adeptos benfiquistas, esteve à altura do desafio e conseguiu repartir com o Ajax as iniciativas atacantes na primeira parte. Nada de novo aqui, com bola o Ajax é sempre muito perigoso e difícil de parar. Criou muitas dificuldades à defesa do Benfica que contou com mais uma noite extraordinária de Odysseas para manter a eficácia defensiva. 
Sempre que podia, o Benfica explorava a velocidade de Rafa e Salvio e a verticalidade de Seferovic. Fica na memória a bela jogada que deixou Salvio na cara do golo mas o argentino preferiu assistir os colegas em vez de rematar para golo. 
O treinador do Ajax sublinhou no final o prazer que teve em ver um jogo tão aberto, tão disputado e com duas equipas a procurarem o golo. Foi mais verdade na primeira parte do que na segunda mas o Benfica procurou sempre equilibrar o jogo e não abdicar da posse de bola. 
O jogo não merecia um empate sem golos, tinha sido noite para um empate com vários golos ou uma vitória para qualquer lado com muitos golos divididos. Mas com o 0-0 a manter-se, terá passado pela cabeça dos jogadores do Benfica que se não desse para ganhar, tinha de dar para pontuar. Perder o jogo é que não podia acontecer. 
Perder o jogo depois do minuto 90 é doloroso. Perder o jogo com uma bola que Conti tenta cortar e mete na baliza, logo ele que evitou de forma espectacular o 1-0 na primeira parte, é duro. Perder o jogo nos descontos, neste estádio onde tanto sofremos naquela final da Liga Europa, parece maldição. Para nós esta é a Desilusão Arena. 
Foi um duro golpe nas aspirações do Benfica em continuar na Liga dos Campeões, no entanto, guardo os bons momentos que o Benfica teve nesta noite europeia, que sirvam de motivação para a segunda volta desta fase de grupos com dois jogos na Luz. 

domingo, 21 de outubro de 2018

TAÇA - SERTANENSE - 0 BENFICA - 3 -SIGA

Competente

Exibição competente de um Benfica com muitas alterações na equipa, que chegou e sobrou para vencer o Sertanense de forma clara e tranquila, e assim carimbar a passagem à próxima eliminatória.


Dos jogadores que têm sido titulares ultimamente apenas o Rúben Dias e o Gabriel fizeram parte das escolhas iniciais. O resto da equipa: Svilar, Corchia, Alfa (a central), Yuri Ribeiro, Samaris, Gedson, Zivkovic, Rafa e Jonas. O jogo tem pouca história, porque resume-se a uma superioridade incontestável do Benfica. Mesmo sem acelerar muito, tivemos noção das nossas responsabilidades e assumimos desde logo as despesas do jogo, instalando-nos em permanência no meio campo adversário e remetendo-o para a sua área. Durante toda a primeira parte permitimos-lhes apenas um remate (num livre, ainda longe da baliza) e marcámos numa recarga do Rafa a um primeiro tiro do Zivkovic, isto depois de já termos visto um golo anulado ao Jonas num lance muito semelhante. Com um adversário a não mostrar capacidade para nos causar qualquer problema, o jogo pareceu ficar logo aí resolvido, e a segunda parte serviu apenas para acentuar a diferença entre as duas equipas. Mais uma vez apenas permitimos um remate ao adversário (que ainda assim obrigou o Svilar a fazer uma excelente defesa, a única durante todo o jogo). Da nossa parte, é de assinalar o excelente golo do Gedson, um disparo de muito longe a fazer a bola entrar junto ao ângulo e que nos deixou com dois golos de vantagem, e o regresso do Jonas aos golos, tendo feito o terceiro da nossa equipa. Tivemos ainda mais um golo anulado, desta vez ao Ferreyra. Por último, mencionar que depois das entradas do João Félix e do Jota (estreia absoluta na equipa principal) terminámos o jogo com seis jogadores da formação em campo.

O melhor do Benfica foi o Gedson, tendo sido bem acompanhado pelo Zivkovic. Tenho pena que o sérvio esteja a ter muito menos minutos esta época, porque tem talento e qualidade para dar e vender. Gostei de ver o Samaris com a braçadeira de capitão, ainda por cima a revelar muita tranquilidade depois de uma semana em que foi ele o escolhido para alvo de uma tentativa de desestabilização (antes tinha sido o Zivkovic).

Missão cumprida de forma perfeita. Um jogo tranquilo, uma exibição agradável, minutos para os menos utilizados e descanso para os titulares antes de um jogo decisivo para a Champions. Era difícil pedir mais.

TAÇA -ESPINHO - 3 A.VISEU - 3 - ACABOU

SC Espinho 3-3 Ac. Viseu FC, 11-10 gp


Este jogo entre dois "históricos" de Portugal foi dos mais emocionantes dos últimos anos, no que toca ao nosso clube. Infelizmente para o Académico, saímos da prova de forma dramática, mesmo na ponta final do desempate.
Tentando descrever o mais possível o filme do jogo, para quem não assistiu, segue uma pequena crónica.

Estádio recheado de adeptos do Espinho, com uma claque ativa do início do ao fim, a apoiar, a cantar, divertida, um excelente exemplo. Falta ao Académico uma claque assim. Do lado do Académico, talvez 30 adeptos.

Em relação ao jogo, o onze do Académico foi : Jonas - Tomé - Lucas - Kevin Medina - Pica - Fábio Santos - Latyr Fall - Paná - Luisinho - Barry - Kwame NSor. 
Ou seja, um claro 3-5-2, com Luisinho a nº10.
Desde cedo se notou duas características do jogo: O Académico apostava em demasia nas bolas longas para NSor , que alem do desgaste que causou, não dava mais do que isso porque não gerava combinações nem jogadas de ataque. A 2ª bola era sistemática do Espinho.
A outra característica era que o lado esquerdo do Ataque do Espinho aproveitou alguns buracos e chegavam à área facilmente.
Foi assim que nasceu o 1º golo. Uma arrancada do lado esquerdo, centro e golo do Espinho. 1-0, grande festa local. 
O Académico continuava igual, sem fio de jogo, sem ideias, sem ligação entre setores e dificuldades visíveis no ataque. Oportunidades zero. Faltava profundidade ao jogo e com Luisinho a 10 e bolas constantemente aéreas pior ainda.
O primeiro remate foi de Paná, aos 15 minutos, ao lado.
A única forma de criar algum frissom foi com cantos e livres mas que eram afastados pela defesa do Espinho 
Manuel Cajuda percebeu isso e mexeu na equipa antes do intervalo.
Saiu Pica e entrou Gabriel. Não demorou muito a dar golo. Jogada de Lucas do lado esquerdo, mete para dentro, fora da área cruza e na pequena área NSor desvia subtilmente a bola para o fundo das redes. Um golo com eficácia porque foi de facto o único remate à baliza. 

2ª parte 

Na 2a parte, não houve alterações. O Académico tentou o jogo mais pelo pé, não apostou tanto nas bolas aéreas mas não criou perigo. Não havia passes de rutura, profundidade e a pressão do Espinho era forte também.
Entretanto, Jaime Poulson tira um coelho da cartola do lado esquerdo, entra na área , centra ao 2º poste e um avançado do Espinho cabeceia para o outro poste, sem hipótese para Jonas. 2-1 e a festa do Espinho aos 72 minutos.

Entram de imediato Gasilin e João Mário no jogo para ainda abrir mais o ataque. A partir daí, sim, o Académico mostrou algo mais. João Mário e Gabriel combinaram bem na direita centram e Gasilin recebe a bola à meia volta e dispara para golo. 2-2, festa dos viseenses no estádio.
Até final nada mais de registo e tínhamos prolongamento.

PROLONGAMENTO


Ao contrário do esperado, o prolongamento não foi um arrastar das duas equipas. O jogo ficou mais partido e houve mais ocasiões para ambos. O Espinho sempre mais por cima, mais perigoso e  com 2 remates perigosos anunciava-se o 3-2. Pois foi do lado esquerdo que Carlitos , experiente jogador da II Liga, faz um golaço, com um remate  de fora da área do lado esquerdo, a entrar no ângulo da baliza de Jonas que ainda tocou  mas não evitou. Pensou-se que o jogo estava acabado.

Só que Manuel Cajuda faz uma substituição que mudou bastante o rumo do prolongamento e dos últimos 15 minutos. Tira Barry e põe Rui Miguel.
A partir daí o nosso 10 pegou no jogo, aproveitou os espaços e em combinações com Gabriel e Luisinho foi criando ocasiões. Foi assim que surgiu o 3-3. Jogada do lado direito, centro e aparece Rui Miguel à boca da baliza a fazer o 3-3. Golooooooooooooooooooo do Académico!! Grande festa, grande festejo do Rui. É bom ter jogadores assim no plantel, com verdadeiro amor à camisola.
Perto do final, jogada com Gasilin bem a antecipar-se ao redes numa atraso do jogador espinhense, a baliza fica desguarnecida, Gasilin centra e NSor com a baliza em frente… manda para a bancada. Foi o desespero dos academistas, porque teria sido uma reviravolta épica e passaríamos de eliminatória.

Eis então que surge um lance polémico no final do prolongamento. Um avançado do Espinho entra na área, Medina faz carrinho, parece-nos que toca na bola e depois é que se dá o contacto, mas o árbitro (que sofreu muita pressão dos adeptos durante todo o jogo, marca penalty. O jogador do Espinho parte para a bola, mas Jonas fez uma grande defesa e evita o 4-3 a sentença final no jogo. Foi uma boa defesa e que augurava uma motivação extra para o guardião nos penalties

PENALTIES

Muito sofrimento em todos os adeptos. Rui Miguel marca o primeiro (ver vídeo abaixo, Latyr Fall falha o segundo. A partir daí nunca mais houve falhas dos jogadores do Académico e do Espinho. Foram 11 penaltys seguidos, incluindo os guarda redes. Por isso voltou ao início da rodada e aí Rui Miguel atirou por cima e o Espinho marcou. Vitória para o Espinho, uma passagem merecida.

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

CARTOON


BENFICA - 1 PORTO -0 - JUSTO

Batalha

Foi arrancada quase a ferros, foi preciso sofrer um pouco no final (muito por culpa de terceiros) mas a vitória no Clássico frente ao Porto assenta-nos muito bem. Num jogo equilibrado foi o Benfica quem foi aquele bocadinho melhor para vencer o jogo.


Regressos do Gabriel e do Cervi ao onze e estreia do Lema a titular foram as novidades, embora no caso do central argentino não houvesse propriamente grandes opções. Com Jardel lesionado e Conti suspenso, o Lema era a escolha óbvia. E fez bem o nosso treinador, porque apesar da muita especulação que vi na imprensa, como que a tentar 'matar' logo um jogador ainda antes dele dar um pontapé numa bola, se o Lema faz parte do plantel é porque é uma opção válida. Não faria qualquer sentido estar a recorrer a uma adaptação como o Samaris quando tínhamos um central disponível. Sobre a primeira parte não há muita coisa a dizer, porque apesar de extremamente disputado, o jogo teve poucos motivos de interesse. As equipas encaixaram uma na outra e anularam-se quase sempre, e nenhuma das duas parecia ter grande vontade de arriscar muito para desatar o nó que tinham dado. O Porto entrou na Luz com a clara intenção de jogar para o empate - o Casillas viu o amarelo logo aos dezoito minutos de jogo por andar a queimar tempo de forma abusiva em qualquer reposição de bola, por exemplo. O Benfica parecia estar mais preocupado em não perder do que ganhar, por isso quase não corria riscos. Os nossos laterais foram muito menos atrevidos do que o normal, subindo no terreno quase só pela certa, o Pizzi aparecia quase sempre em terrenos muito recuados, e o Seferovic jogava muito só na frente. Com ambas as equipas receosas do adversário praticamente não houve ocasiões de perigo e a bola rondava as balizas apenas em situações de bola parada. Honestamente, jogou-se mau futebol durante os primeiros quarenta e cinco minutos. Intensidade sim, mas muitos passes falhados e pouquíssimas jogadas dignas desse nome.


Para a segunda parte o Benfica veio mais decidido a assumir finalmente as despesas do jogo. E conseguiu-o, passando-se a jogar muito mais tempo dentro do meio campo do Porto. Assinalo também que logo nos primeiros minutos o Otávio, um dos principais destruidores de jogo do Porto (apesar de ser médio ofensivo) finalmente viu um cartão amarelo, após cometer a sétima falta no jogo - hilariante a sinalética do árbitro a indicar que lhe estava a mostrar o amarelo pela terceira falta. Foi imediatamente substituído, não fosse chegar à décima quarta falta e arriscar-se a ser expulso. No Benfica, a entrada do Rafa também logo nos primeiros minutos dinamizou ainda mais a equipa. E justificava-se, porque era precisamente por aquele lado que tínhamos que insistir. O Maxi Pereira quase que dá pena porque mal se consegue mexer, e com o Marega o jogo todo encostado à direita não havia um verdadeiro médio ala para vir ajudar o trôpego lateral direito portista (o Otávio tinha andado a bater em tudo o que mexia por aquele lado mas o Sérgio Oliveira, que o substituiu, era incapaz de fazer o mesmo papel). Com o Benfica por cima no jogo surgiu a primeira grande ocasião de golo, num remate do Gabriel à entrada da área que proporcionou uma boa defesa ao Casillas. Certamente que isto terá lembrado muita gente das exibições inspiradas do espanhol nas últimas visitas do Porto a nossa casa, e que nos impediram de vencer. Mas neste caso a preocupação não durou muito, porque quase a seguir surgiu o golo que decidiu o jogo. Na sequência de um pontapé de baliza para o Porto ganhámos a segunda bola no círculo central, o Gabriel colocou-a em balão para as costas da defesa portista, o Pizzi (que ganhou em velocidade ao Maxi) assistiu de cabeça para a corrida do Seferovic, e este conseguiu o remate vitorioso apesar do esforço do Militão para fazer o corte. 


Estavam decorridos sessenta e dois minutos de jogo. Muito tempo portanto para jogar, e da minha parte a expectativa para ver se o Benfica iria mais uma vez cometer o erro de tentar defender o resultado, entregando a iniciativa ao adversário. Não foi isso que aconteceu. O Benfica continuou bem no jogo, com o Porto a conseguir apenas chegar perto da nossa baliza em bolas paradas. A precisar de carregar na procura do golo e perante a total inutilidade do Maxi Pereira, o Porto abdicou mesmo de jogar com um lateral de raiz e fez entrar o Corona para aquela posição, mas nem isso mudou grande coisa. O jogo caminhava para o final e eu estava plenamente convencido que a vitória já não nos fugiria, mas aos oitenta e três minutos o árbitro Veríssimo, que até aí nem tinha estado particularmente nefasto (depois de tantos jogos contra o Porto arbitrados pelo Soares Dias, uma arbitragem destas até nem parecia má de todo) resolveu aparecer e resolveu mostrar o segundo amarelo ao Lema de forma absurda, por um lance a meio campo. Para além de ter sérias dúvidas de que tenha sequer sido falta, mesmo se fosse nunca seria para cartão amarelo. O que é certo é que isto deu novo alento ao Porto, e da nossa parte foi altura de recuar o Alfa Semedo para central (tinha acabado de entrar) e cerrar fileiras. O Porto criou a sua melhor ocasião de golo numa iniciativa individual do Brahimi, tendo o seu remate cruzado passado muito perto do poste, mas no geral e apesar de uma pressão maior, continuou tudo muito como dantes, com o Porto apenas a conseguir chegar perto da nossa baliza em tudo o que fosse bola parada, que aproveitava para despejar para a área.


Melhor em campo, para mim, Rúben Dias. Mais do que uma bofetada, foi mesmo um murro de luva branca aos que semana após semana insistem em querer colar-lhe o rótulo de jogador violento. Foi uma exibição sem mácula, em que não me lembro de o ver perder um lance e limpou tudo, pelo ar e pelo chão. Mostrou a quem quis ver que é já um grande defesa central e que, consigamos nós segurá-lo, temos ali um líder para muitos anos. Uma palavra para o Lema, que se estreou a titular num jogo destes. Pareceu tremer um pouco no início, mas depois atinou e estava a fazer um bom jogo. Não merecia ter sido traído pelo árbitro. O Grimaldo é outro dos destaques, sem surpresa. Em particular quando se começou a soltar na segunda parte. Gostei também do Fejsa e do Seferovic, e já agora menciono também o Pizzi. Nao por ter feito uma exibição extraordinária, mas sim por ter mostrado uma atitude muito mais decidida e lutadora, como se exigia num jogo destes.

Este resultado permitiu-nos regressar ao topo da tabela antes de nova interrupção na competição. Temos que aproveitar o ímpeto e a motivação que um resultado destes dão e consolidar esta posição. Frente ao nosso maior adversário na luta pelo título, que não tem olhado a meios para nos derrubar, não nos deixámos intimidar e desta vez nem sequer mais uma arbitragem em tons dourados nos afastou da vitória. Esta tem que ser a atitude até final. A guerra que será este campeonato (guerra essa que foi declarada e nos está a ser movida desde o ano passado, sem quartel) só poderá ser ganha se encararmos cada jogo como uma batalha.

domingo, 7 de outubro de 2018

BRAGA B - 2 A.VISEU - 0 - MAU JOGO

O nosso Académico perdeu, esta tarde, por duas bolas a zero, na deslocação a Braga. 
Uma exibição cinzenta, sobretudo na segunda metade, justificaram a derrota.

O mister Manuel Cajuda apresentou o seguinte onze: Jonas, Tiago Almeida, K.Medina, Fábio Santos e Lucas; Latyr, Fernando, Rui Miguel; João Mário, Luisinho e NSor.

Jogaram ainda: Ryan, Gasilin e Kokorovic.

Num primeira parte equilibrada, até foram algumas as ocasiões flagrantes de golo para os academistas.

Dignas de registo: o golo anulado ao Académico, supostamente por fora-de-jogo (???) – não deu repetição e ficámos pouco esclarecidos. Pouco depois, Rui Miguel, num excelente remate, fez a bola embater no travessão da turma bracarense. Nota para o excelente cruzamento de Lucas. À passagem da meia hora de jogo, Luisinho, tem a grande ocasião de golo da primeira metade, após um excelente trabalho de NSor, mas frente à baliza adversária, não foi feliz a finalizar.
O Braga é que chegou mesmo ao golo, já em cima do intervalo, após erro da defesa academista, que não foi assertiva na abordagem ao lance. 1-0 era o resultado que registava ao intervalo, e que acima de tudo, penalizava as várias ocasiões de golo desperdiçadas por parte dos viseenses.
A segunda metade não foi positiva. O Académico não conseguiu impor o seu jogo, e teve uns segundos 45min. bastante difíceis. As entradas de Ryan e Gasilin pouco acrescentaram ao encontro. Nota apenas para um bom remate de Luisinho que passou muito perto do travessão da baliza de Tiago Pereira. Mas foi curto para quem precisava de marcar. O Braga B chegou ao segundo golo aos 77 min, com a defesa academista a mostrar novamente algumas debilidades, que serão certamente corrigidas.

Um resultado negativo para a família academista, é um facto, PERDEMOS TODOS, mas é hora de unir forças, refletir o que não está tão bem e seguir em frente. O campeonato ainda agora começou. Para a semana há pausa, dia 21/10 teremos jornada da Taça de Portugal. A segunda liga regressa apenas a 27/10 para a receção ao Leixões.


Mau resultado, exibição sem qualificação, de tão má que foi, em especial nos últimos 20 minutos do jogo, onde se exigia tudo e aconteceu nada, foi a pior exibição que tenho na minha memória e se na semana passada diz e reafirmo que foi das melhores exibições que vi do Académico nas últimas épocas, hoje reafirmo com a mesma convicção que foi a pior, em especial aquela 2ª metade da 2ª parte foi desesperante para quem estava na Bancada, como eu, a ver um Académico sem ideias, sem fio de jogo, sem criar um lance de perigo, sem fazer uma jogada com pés e cabeça, foi, repito, desesperante, estar na bancada e ver que a única coisa que poderia acontecer era o que veio a verificar-se uma derrota, sem qualquer incerteza, e isso é desesperante para uma adepto e imagino para um Treinador.


Força Académico!!!


Quem hoje visse este Académico, em especial aquela última meia hora da 2ª parte diria, mas que raio de Equipa, não pode ser o mesmo Académico de que todos falam, como sendo uma Equipa capaz de jogar bem e em todos os jogos poder discutir o resultado, mas hoje foi mau, muito mau.


Há que de imediato inverter este estado de coisas e fazer algo simples:

acabar de vez com as situações de jogo que têm acontecido e têm dado golos aos nosso adversário;
produzir futebol de qualidade como aconteceu no jogo com o Famalicão
Conseguir uma boa vitória para relançar a confiança em todos, Jogadores, Equipa Técnica, Direção, Sócios e Adeptos, que hoje com esta exibição ficou muito, muito abalada, temos de dar um safanão, temos de perceber que não pode voltar a acontecer uma exibição tão má, não pode, mesmo.
Nos últimos 3 jogos, 3 derrotas, essa é a realidade dos números, sendo que no Porto, tudo, tudo ao nosso alcance para ganhar e ...zero pontos, com o Famalicão é um daqueles jogos que acontece uma vez na época, grande exibição, o resultado não corresponde, hoje, péssima exibição, resultado a condizer.

Temos de Inverter.


Sempre Académico!

TAÇA - ALVERCA . 0 A.VISEU - 3 . SIGA

FC Alverca 0-3 Ac. Viseu FC

Em jogo a contar para a IIª eliminatória da prova rainha, o Académico deslocou-se ao terreno do Alverca e venceu por uns esclarecedores três golos sem resposta.




O mister Manuel Cajuda não facilitou nada - nem sequer a «tradicional» troca de guarda redes aconteceu - e o Académico bateu o FC Alverca num jogo que foi praticamente de sentido único.

A primeira parte foi de domínio total e logo nos minutos iniciais (9) esteve bem perto do golo quando Luisinho cruzou da esquerda para a cabeça de Fábio Santos que atirou à barra. Por falar em bolas nos ferros, bem mais tarde (44) também o outro central Kevin Medina atirou ao poste após livre de Rui Miguel.

Pelo meio tivemos ainda uma boa oportunidade (14) quando após combinação Luisinho/Tiago Almeida com o último a cruzar para Rui Miguel desperdiçar e ainda um remate de Nsor (28), novamente após cruzamento de Tiago Almeida, mas desta feita depois de combinação com Rui Miguel.


Ao intervalo zero-a-zero.

A segunda parte arrancou logo com uma boa oportunidade de golo - Gabriel, após passe de Latyr Fall, veio da esquerda para o meio e disparou para boa intervenção de Júnior. 

No entanto pouco depois, o Académico esteve bem perto de sofrer golo. Livre direto para o Alverca e José Semedo a atirar à barra da baliza de Jonas. A sorte mudava de lado na segunda parte!

Volvidos 4 minutos (52) mais uma grande oportunidade academista, excelente combinação Gabriel/Latyr Fall e Rui Miguel com tudo para fazer golo tentou tanto desviar a bola do guarda redes caseiro que atirou ao lado.

Aos 63 minutos finalmente o golo. E que golo! Livre de Fernando Ferreira, Kevin ao segundo poste mete no meio, Latyr Fall trabalha bem e dá para o remate de Fábio Santos que só não entra na baliza porque aparece um corte milagroso. Ainda na sequência da jogada Kevin Medina volta a cruzar ao segundo poste onde Rui Miguel assiste de cabeça Luisinho que à meia volta dispara um míssil. Zero-a-um.

Pouco depois surgiria o segundo, mas antes ainda Tiago Almeida (67) atirara às malhas laterais. O segundo golo (69) surgiu na sequência de um cruzamento largo de Fernando Ferreira com Nsor a assistir Rui Miguel que desta feita marca mesmo

Apesar dos golos sofridos o Alverca na segunda parte tentou dividir o jogo com o Académico, mas a qualidade academista era bem superior. Ainda assim (77) Hugo Grilo teve mais uma chance de bisar a baliza de Jonas, mas em boa posição atirou por cima.

João Mário entrou aos 70 minutos, Barry e Gasilin 8 minutos mais tarde. Estavam os dois últimos em campo há apenas dois minutos quando os suplentes utilizados fabircaram o terceiro golo. Pontapé de Jonas, Gasilin ganha de cabeça no meio campo, Barry pega na bola e dá na direita em João Mário que corre pelo seu flanco, libertando na hora exacta para o russo encostar. Zero-a-três.

Vitória certa!

Parabéns equipa!!! 

Estamos na IIIª eliminatória da Taça de Portugal. Venha o sorteio!!

Nota: Crónica elaborada após visionamento do jogo na plataforma mycujoo.

AEK . 2 BENFICA - 3 - REVIRAVOLTA

Masoquismo

Um supremo exercício de masoquismo. É a melhor forma que encontro para descrever o jogo disputado na Grécia frente ao AEK que colocou um ponto final na série de maus resultados do Benfica na fase de grupos da Champions. Um jogo em que tivemos tudo para conquistar uma vitória tranquila, e de repente parecia que tudo fazíamos para deixar que essa vitória nos escapasse por entre os dedos.


O Benfica apresentou-se com o Conti no lugar do Jardel, Gedson no do Gabriel, e com o Rafa a manter a titularidade, tendo sido o Cervi a sair da equipa para permitir o regresso do Salvio. Este era um jogo que teria que ser ganho se queríamos manter intactas as nossas possibilidades de apuramento, e a entrada dificilmente poderia ter sido melhor. Dois golos no primeiro quarto de hora colocaram-nos numa situação muito confortável e deixaram o AEK completamente abananado. O primeiro surgiu aos seis minutos, numa recarga do Seferovic a um remate do Gedson, e o segundo aos catorze, num improvável cabeceamento do Grimaldo, que surgiu ao segundo poste para finalizar um bom cruzamento do Pizzi. Tudo a correr sobre rodas, Benfica completamente à vontade no jogo perante um adversário que parece ser manifestamente mais fraco. Só que depois disto, veio a face mais feia do Benfica, a que já nos vamos habituando. É como se fosse um combate de boxe, em que acertamos com um directo e um uppercut no adversário, ele fica ali meio zonzo quase a cair, e em vez de darmos o murro decisivo para o K.O. decidimos recuar para o nosso canto. Isto até poderia não ser dramático se - e reforço este 'se' - o Benfica já tivesse mostrado ser uma equipa capaz de gerir jogos e resultados. Não é. O Benfica tem dois modos: ou está em cima do adversário, ou então quando decide 'gerir' simplesmente recua as linhas para cima da área e entrega quase por completo a iniciativa de jogo ao adversário (e também uns 75% do domínio territorial). Ora um adversário que levou dois golos logo a abrir e que nessa altura devia era estar a pensar como evitar ser goleado em casa, de repente apanha-se com espaço para respirar, tempo para organizar ideias, e progressivamente vai-se aproximando da nossa baliza e até começando a acreditar que se calhar é possível conseguir um resultado positivo. Foi isto que vimos acontecer, com o AEK a tornar-se cada vez mais perigoso à medida que  tempo decorria (enquanto o Benfica se entretinha a passar a bola para os lados e para trás, deixando de ameaçar o que quer que fosse no ataque) até que a pressão fosse mesmo real e intensa nos minutos imediatamente antes do intervalo. O Odysseas mais uma vez foi dizendo 'presente', mas como o masoquismo ainda não era suficiente o Rúben Dias conseguiu ver um segundo cartão amarelo (justo e perfeitamente escusado) mesmo a fechar a primeira parte, para animar ainda mais um adversário que já tínhamos feito o favor de ressuscitar. Não estarei a exagerar se disser que nesta altura já me vinha à cabeça aquele jogo contra o Besiktas em que chegámos ao intervalo a vencer 3-0 para acabarmos por empatar 3-3. 


Para a segunda parte voltou o Lema no lugar do Salvio. Uma alteração a contribuir para encolher ainda mais o jogo e logo à partida, pelo menos intuitivamente, errada. Se estamos a jogar com menos um jogador parece-me que seria intuitivo ter em campo jogadores com garra, não alguém como o Pizzi que quando as coisas correm mal tem muito pouca reacção e que desiste de praticamente todos os lances divididos. A defender também não ajuda muito. O André Almeida estava a ter um jogo mau e precisava de toda a ajuda possível, coisa que o Pizzi era incapaz de fazer - e aquele lado depressa se tornou uma autêntica avenida, por onde o lateral esquerdo sueco do AEK andou a passear à vontade. Com o Benfica a jogar em modo de contenção máxima, nem foram precisos vinte minutos para os gregos marcarem dois golos e empatarem o jogo. O primeiro nasce de um cruzamento (claro) do lado direito da nossa defesa e depois, no centro da área, um jogador grego chega primeiro à bola, isto apesar de estar lá sozinho contra cinco defesas do Benfica. Acho que vale a pena assinalar que no início da jogada, antes do passe ser feito para o lateral esquerdo do AEK, o Pizzi teve a possibilidade de afastar a bola, mas em vez disso e fiel à intensidade que um jogo nestas condições exigia, preferiu ficar parado e levantar o braço a pedir uma falta inexistente. O segundo nasce de um cruzamento para a zona do segundo poste, seguindo-se depois o clássico toque de cabeça para o poste oposto onde apareceu um colega a finalizar à vontade. Este golo aconteceu imediatamente a seguir ao nosso treinador se ter rendido às evidências e ter trocado o Pizzi pelo Alfa Semedo, passando o Gedson a fechar o lado direito. Por esta altura o Benfica era uma equipa perdida em campo, incapaz de alinhavar uma jogada de ataque e a abrir brechas na defesa com uma enorme frequência. O AEK poderia perfeitamente ter-se colocado em vantagem, pois dispôs de uma ocasião com dois jogadores isolados em frente ao Odysseas. Resolveu a situação o nosso guarda-redes, com mais uma grande defesa, valendo-nos também que o jogador deles tenha decidido rematar em vez de passar a bola ao colega que estava completamente sozinho à frente da baliza. Não marcou o AEK, marcou o Benfica quase na resposta. Uma recuperação de bola do Alfa Semedo sobre a linha do meio campo, progressão até perto da área, e tendo em conta que pouco mais poderia fazer (só estava lá por perto o Seferovic) um remate ainda bem de fora da área, rasteiro e cruzado, que levou a bola a entrar bem juntinha à base do poste mais distante. Um grande golo. Foi aos setenta e cinco minutos de jogo, e foi o primeiro remate que o Benfica fez na segunda parte (e não sei se não acabou por ser mesmo o único). O AEK acusou, e de que maneira, o golo, o Benfica finalmente sossegou um pouco, e com o Gedson finalmente a conseguir estancar um pouco as investidas do Hult pela esquerda e ainda a entrada do Cervi para os minutos finais, lá conseguimos levar o jogo até final sem mais nenhum sobressalto.


A destacar alguém neste jogo começo pelo Odysseas. Mais intervenções de grande dificuldade que evitaram que o resultado tivesse sido pior, e a mostrar que o Benfica pode contar com ele. De resto, acho que o Grimaldo e o Fejsa não estiveram mal. Menção também para o Alfa, pelo golo e por ter ajudado a colocar alguma ordem numa equipa que até à sua entrada parecia estar tacticamente à deriva. Mal, mesmo muito mal, o André Almeida. O seu lado foi sempre uma dor de cabeça para nós. É certo que enquanto o Pizzi esteve encarregue de ajudar a fechar a direita praticamente não teve apoio, mas mesmo durante a primeira parte foram vários os erros e desatenções. O Rúben vê o primeiro amarelo numa falta que vai cometer ao lado direito (aliás, o segundo também). Por falar no Rúben, ele não pode cometer um erro daqueles e comprometer a equipa com a sua expulsão. É jovem e impetuoso, mas aquela falta era perfeitamente evitável e deveria ter abordado o lance de outra forma sabendo que já tinha amarelo. O Pizzi foi outro jogador com uma má actuação, salvando-se apenas o passe para o golo do Grimaldo. Num jogo em que estamos reduzidos a dez não podemos dar-nos ao luxo de ter em campo um jogador com uma atitude tão macia e quase desinteressada.

Estão garantidos os três pontos, agora é preciso dar seguimento a isto. O outro jogo do grupo teve um resultado pouco interessante para nós, já que seria melhor se o Bayern limpasse todos os seus jogos contra os outros adversários do grupo. Tudo se configura para que o Ajax seja o principal adversário na luta pelo apuramento, e por isso os próximos dois jogos deverão deixar muita coisa definida. Entretanto, é pensar no próximo jogo contra o Porto. Pelo menos já fiquei a saber que me deixam ir ao estádio vê-lo. Já não é mau.