domingo, 24 de agosto de 2014

BOAVISTA .- 0 BENFICA - 1 - JUSTO

Boavista-Benfica, 0-1 (crónica)
Nem um vislumbre de nota artística. O Benfica pisou o sintético no regresso do Estádio do Bessa ao mapa da Liga e regressou a casa com três pontos suados (0-1).

Os adeptos esperariam um jogo de xadrez e saiu-lhes um braço de ferro, uma ausência total de boas ideias compensada com músculo e um pontapé violento de Eliseu a caminho do intervalo. O Boavista, sem argumentos para mais, manteve a incerteza até ao fim.

Demasiados peões no tabuleiro de Jorge Jesus, um tabuleiro sem Enzo Pérez e instável até ao último dia do mercado de transferências. Samaris assistiu ao encontro e Fejsa recupera de lesão. Peças essenciais para um setor em crise, agora privado de Ruben Amorim (mais um lamentável problema físico).

Talisca demonstrou mais uma vez que é um corpo estranho – e perigoso – a jogar na posição 8. Passes errados, tentativas de saída de bola com o pé em zonas desaconselháveis, pouca capacidade para discutir lances com o corpo. Ali não.

O Benfica não conseguiu aliás garantir supremacia pelo corredor central. Franco Jara fica-se pela entrega, Lima habituou-se a sair da zona e nem sempre volta. Sobra o pulmão de Salvio pela direita e a tremenda inteligência de Gaitán. Os encarnados subiram de produção quando Jorge Jesus (já na bancada) fez entrar Ola John e desviou Nico Gaitán para o centro. Lógico.

Coração, meia bola e força

Até então foi um verdadeiro braço de ferro, uma coisa relativamente feia de se ver. O Boavista, à imagem do treinador Petit, aplicou os parcos recursos numa série de peões sem talento considerável mas com enorme capacidade de sacrifício. Agigantaram-se, aliás, e não fizeram mais porque simplesmente não sabiam como.

Bobô, bom avançado nos escalões inferiores, não teria grande probabilidade de sucesso perante uma dupla rotinada como Luisão e Jardel. Porém, o Benfica errava, deixava-se levar pela apatia, pela aparente crise de identidade.

Os primeiros quinze minutos foram de meia bola e força. O Boavista será assim mesmo e o adepto axadrezado perceberá. Está de volta à Liga, essa é a grande notícia, mas tem um plantel modesto para o seu historial, a precisar de rotinas e – seria o ideal – um pouco mais de qualidade. Mas o coração bate, sem parar, e a equipa torna-se encantadora pela sua abnegação.

Chega o final de encontro e fica a dúvida: o Benfica mereceu vencer? Fez por isso, criando duas belas oportunidades na primeira parte. Um remate de Eliseu, anunciando o que aí vinha, e um desvio de Gaitán na área. Destaque para este lance, o único em zona de finalização. Nessa altura, Monllor respondeu a grande nível.

O golo chegaria ao minuto 44 (já sem Ruben Amorim em campo, substituído por lesão). Bola afastada pela defesa do Boavista, toque para o lado e Eliseu a encher o pé. Remate violento, cruzado, que o guardião contrário não conseguiu desviar.

Jesus a perder a calma

Suficiente para tranquilizar Jorge Jesus? Longe disso. Ao intervalo, o técnico foi para o túnel mas ficou à espera de Marco Ferreira e travou-se de razões com o árbitro. Lamentável. Naturalmente expulso. A arbitragem foi fraquíssima, é um facto, mas nada que justifique o comportamento de Jesus na semana que antecede o dérbi.

Com o treinador do Benfica na bancada, o Boavista regressou para a segunda parte com outra atitude, procurando criar perigo em lances corridos. Não é claramente a sua especialidade, mas o tempo passava e os axadrezados iam carregando, perante um adversário estranhamente desconexo.

A equipa de Petit chegou a balançar – por duas vezes – as redes à guarda de Artur. Remate de Brito, com o jogo já interrompido, e mais tarde Pouga em fora-de-jogo. Pelo meio, Bobô expulso por acumulação de amarelos, ao desviar a bola com o braço na área contrária. Não dava para mais.

Axadrezados satisfeitos com a resposta e avaliação positiva para elementos como Monllor, Anderson Correia, Tengarrinha ou Beckeles. O Benfica volta a Lisboa com os três pontos, conquistados num terreno difícil. Duelo para homens de barba rija mas sem ponta de nota artística. Um braço de ferro, pois. Pouca arte para o xadrez.

BENFICA B - 4 A.VISEU - 0 - MAU DEMAIS

SL Benfica B 4-0 Ac. Viseu FC

Caixa Futebol Campus, 23 de agosto de 2014
3ª Jornada da Liga 2
Árbitro: Tiago Martins (Lisboa)

Benfica B: Bruno Varela, Nélson Semedo, Marcos Valente (Fábio Cardoso, 62), Lindelof, Pedro Rebocho, Rúben Pinto, João Amorim (Romário Baldé, 74), João Teixeira, Gonçalo Guedes, Hélder Costa e Rui Fonte (Lolo, 55). Treinador: Hélder Cristovão.

Ac. Viseu: Ivo Gonçalves; Tomé, Pedro Santos, Tiago Gonçalves (c) e Dalbert; Alphonse, João Ricardo (Vinicius, 85), Tiago Costa e Luisinho (Marcel, int); Tiago Borges e Sandro Lima (Filipe Nascimento, int). Treinador: Alex Costa.

Expulsão: Dalbert 15

Golos: João Amorim 13 (1-0), Rui Fonte 17 gp (2-0), Rui Fonte 25 (3-0), Rúben Pinto 77 (4-0)

Não se antevia nada fácil, a visita ao terreno do Benfica B, e tudo piorou quando os encarnados abriram o activo logo nos minutos iniciais para, de imediato, fazerem o 2-0, de grande penalidade, com o Académico a ver-se reduzido a dez elementos - Dalbert foi expulso pela segunda vez neste campeonato, a terceira expulsão academista em 3 jogos.

Aí o jogo acabou, tal como o treinador academista disse em entrevista à Benfica TV, e a partir desse momento o Académico tentou apenas limitar os danos, danos que se elevaram até ao 4-0 final.

Destaque no onze inicial para as saídas de João Carneiro para a entrada de Dalbert, e a estreia a titular de Tomé - um regresso que se saúda - bem como a estreia absoluta de João Ricardo com a camisola academista. Na parte final Vinícius também se estreou, entrando para o lugar de João Ricardo.

Próximo jogo no dia 31 de agosto, tendo por adversário o Tondela, com o Académico a correr o sério risco de entrar no João Cardoso com a lanterna vermelha nas mãos, até porque o jogo de quarta feira foi adiado.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A.VISEU - 1 FREAMUNDE - 2 - DESASTRE

ACADÉMICO DE VISEU 1 - 2 FREAMUNDE | A ESTRANHA COINCIDÊNCIA DOS 10

Ficha do jogo – Académico de Viseu 1 – 2 Freamunde

2ª Liga – 2ª Jornada
Data – 17 de agosto de 2014
Estádio – Estádio Municipal do Fontelo (Viseu)
Arbitro – Pedro Proença (A.F. Lisboa)
Auxiliares – Tiago Trigo e André Santos
Ao intervalo – 1 - 1
Resultado final – 1 - 2

Golos: Sandro Lima ( 42´) ( Académico de Viseu )
Pedrinho ( 3´) Rui Raínho ( 65´) ( Freamunde )


Ac. Viseu 1
Ivo Gonçalves, Tiago Costa ( Paulo Roberto 67´), Tiago Gonçalves (cap), Pedro Santos e João Carneiro (Ricardo Ferreira, 60'), Alphonse, Alex Porto, João Coimbra ( Marcel Ribeiro 60´) e Luisinho, Tiago Borges e Sandro Lima.

Suplentes: Nuno Oliveira, Vinicius, Filipe Nascimento, João Ricardo, Ricardo Ferreira, Marcel Ribeiro e Paulo Roberto.

Treinador: Alex Costa.


Freamunde 2
Marco, Edson (Lio, 76'), Monteiro, Luís Pedro e Huginho, Barbosa, Pedrinho, Jô, Robson (Toni, 26'), Allan (Rainho, 60') e Fausto Lourenço.

Suplentes: Jorge Batista, Rui Rainho, Lio, Tiago Cintra, Rocha, Tiago Leão e Toni.

Treinador: Filipe Rocha. 

BENFICA - 2 P. FERREIRA - 0 - COMEÇOU

Início

Interrompemos finalmente o péssimo hábito, que já se vinha acumulando há nove épocas consecutivas, de não vencer na estreia no campeonato. Mas as coisas até poderiam ter sido bem mais complicadas, não fosse o Artur ter mais uma vez vestido o fato de herói para defender um penálti na fase inicial do jogo.


Entrámos em campo, sem surpresa, com o mesmo onze da Supertaça, onde o Talisca é quem tem a função de apoiar mais directamente o avançado. Não foi uma má entrada no jogo, pois cumprimos com a obrigação de entrar ao ataque e a tentar pressionar o adversário, mas a velocidade imprimida foi pouca e não criámos qualquer ocasião de golo durante os minutos iniciais. Quando o Paços respondeu e subiu até à nossa área, praticamente na primeira vez que lá chegou beneficiou de um penálti cometido de forma algo infantil pelo Eliseu - não sei se a famosa 'intensidade' terá sido suficiente para derrubar o adversário, mas a verdade é que ele lhe colocou as mãos nas costas e portanto a falta era o cenário mais provável. O árbitro era o Cosme Machado (que já tinha mostrado com o que se poderia contar ao amarelar o Enzo na primeira falta que fez, a meio campo) e portanto o desfecho foi previsível: penálti contra o Benfica. Mas o Artur adivinhou o lado e com uma boa defesa junto ao relvado evitou o golo. Este lance terá assustado o Benfica e motivado o Paços, que durante os minutos que se seguiram teve a sua melhor fase em todo o jogo, superiorizando-se ao Benfica no domínio da partida. No entanto, esta melhor fase do Paços, que durou cerca de um quarto de hora, terminou de forma abrupta com o golo do Benfica. No espaço de um minuto, primeiro ameaçámos numa boa jogada que terminou num remate do Lima a passar muito perto do alvo, após centro do Maxi, e logo a seguir marcámos mesmo, numa bonita tabela entre o mesmo Maxi e o Gaitán, que deixou o uruguaio isolado para finalizar de pé esquerdo com aparente facilidade. Com o golo veio um fase de equilíbrio no jogo e até mesmo de alguma monotonia, já que nenhuma das equipas foi capaz de criar qualquer ocasião de golo ou sequer construir uma jogada digna de realce. O único safanão na monotonia foi uma iniciativa individual do Gaitán, concluída com um remate torto quando tentou colocar a bola sobre o guarda-redes. Ainda antes do intervalo fomos obrigados a trocar o Enzo pelo Jara, o que significou o recuo do Talisca para uma posição mais central no meio campo.


A segunda parte iniciou-se mantendo a mesma toada de algum equilíbrio, embora fosse apenas o Benfica a conseguir aproximar-se da baliza adversária - o Paços apostava sobretudo em bolas longas para tentar tirar partido do físico do Cícero na frente, mas sem qualquer resultado prático. Com o decorrer do tempo o Benfica foi crescendo aos poucos no ataque e depois de algumas ameaças chegou mesmo ao golo que praticamente confirmava a vitória, quando faltavam pouco mais de vinte minutos para o final. Foi uma jogada argentina, em que o Jara ganhou a bola na esquerda, soltou-a para a corrida do Gaitán, e depois o pé esquerdo do nosso criativo enviou a bola teleguiada para a entrada do Salvio, de cabeça, do lado oposto, fazendo a bola entrar junto à base do poste. Uma jogada bonita e uma finalização muito boa. Este segundo golo confirmava a superioridade do Benfica no jogo e deixou o Paços praticamente entregue ao seu destino, já que continuou a ser incapaz de criar qualquer ocasião de golo - apenas em remates de longe, na marcação de livres pelo Sérgio Oliveira, conseguia tentar alvejar a nossa baliza. Até final ficou a ideia de que com um pouco mais de acerto e calma na altura da decisão até poderíamos ter marcado mais um golo, já que o Paços, na tentiva pouco eficaz de pressionar no ataque, ficou mais desorganizado atrás e passou a conceder mais espaços para explorarmos o contra-ataque. Mas creio que isso seria um castigo demasiado pesado para este Paços, que me pareceu uma equipa bem organizada durante uma boa parte do jogo. Mantenho uma boa opinião sobre o Paulo Fonseca como treinador, e duvido que o Paços passe pelas mesmas aflições que passou a época passada.


Para mim o homem do jogo foi o Gaitán. É dele que espero os rasgos de criatividade e as acelerações que decidem jogos. Quando a bola lhe chega aos pés antecipo sempre algo especial, e ele correspondeu com as assistências para os dois golos do jogo. Gostei também das exibições do Maxi, Salvio e Amorim. Menção também para o Artur, que com ou sem confiança, com ou sem simpatia por parte dos adeptos, cumpriu quando foi chamado e foi novamente decisivo. O Talisca ainda não me convenceu. A qualidade existe, mas parece-me jogar ainda com um ritmo e intensidade desadequados para o nosso estilo de jogo, e muitas vezes parece até travá-lo. Posicionalmente, sentiu dificuldades quando foi obrigado a recuar no terreno após a saída do Enzo, e o 'raspanete' que levou do Luisão após um lance em que um adversário apareceu completamente sozinho a receber a bola numa zona que seria supostamente sua foi plenamente justificado. O Jardel será provavelmente uma aposta do nosso treinador para esta época, e se isso se confirmar espero que seja um pouco mais expedito a jogar simples quando a situação a isso obriga. Continuo a achar que em algumas situações arrisca demasiado ao tentar sair a jogar, e isso poderá vir a causar sérios dissabores.


Foi importante iniciar o campeonato com uma vitória, e assim permitir que se continue a trabalhar na formação e entrosamento de uma equipa para atacar os objectivos desta época sem estarmos sujeitos à enorme pressão negativa que outro resultado provocaria - o exemplo do que se passou depois dos maus resultados nos jogos de preparação é suficiente para ter uma ideia do que um mau resultado num jogo 'a sério' poderia causar. O jogo de hoje voltou também a mostrar (e não me parece que tenhamos grandes dúvidas sobre isso) que muitas das nossas probabilidades de sucesso passarão pelos pés de jogadores como o Luisão, Enzo (mesmo que hoje tenha estado apagado). Gaitán ou Salvio. Tendo em conta que nesta altura se continua a falar com alguma insistência nas saídas de três destes jogadores, acho que só mesmo quando chegar o dia 1 de Setembro é que poderei ficar mais descansado (ou não).

terça-feira, 12 de agosto de 2014

CHAVES - 1 A. VISEU - 1 - PROMETEDOR INICIO

GD Chaves 1 x 1 Ac.Viseu FC

Pra lá do Marão, um empate - prometedor - na estreia do Beirão!
O Académico estreou-se com um empate entusiasmante no terreno dos “valentes transmontanos”, graças a um golo ao cair do pano, apontado por Tiago Borges, isto depois de estar bastante tempo a jogar com 10 jogadores, por expulsão de Dalbert.
Estádio Municipal Engenheiro Manuel Branco Teixeira, 9 de agosto de 2014
1ª Jornada da Segunda Liga
Árbitro: Carlos Xistra (Castelo Branco)

Chaves: Paulo Ribeiro; João Gois, Paulo Monteiro, Miguel Ãngelo e João Vicente; Ricardo Chaves (João Mário, 71), Bruno Magalhães e Patrão (Hugo Santos, 60); Luís Pinto (João Vieira, 85), Arnold e Luís Barry. Treinador: Norton de Matos.

Ac. Viseu: Ivo Gonçalves; Tiago Costa (João Coimbra, 89), Tiago Gonçalves, Pedro Santos e Dalbert; Alphonse, João Carneiro e Alex Porto (Paulo Roberto, 89); Luisinho, Tiago Borges e Sandro Lima (Marcel, 77). Treinador: Alex Costa.

Expulsão: Dalbert 65


Golos: João Vieira 87 (1-0), Tiago Borges 90+2 (1-1)



O Académico iniciou o jogo desinibido, forte na pressão e no controlo da bola, mas com dificuldade para chegar com perigo à baliza de Paulo Ribeiro. O Chaves, equilibrou a partida e ficou mais perigoso depois dos 25min de jogo. Perto do intervalo teve mesmo uma oportunidade soberana, após falta de Tiago Costa sobre João Vicente na área de rigor. Luís Pinto na conversão do castigo máximo acertou na base do poste do guardião academista Ivo Gonçalves. 0-0 ao intervalo.

Com o inicio do segundo tempo, os viseenses voltaram a estar mais perto da área flaviense, e Tiago Borges com um remate fantástico, obrigou mesmo o guardião da casa a fazer a defesa da tarde. Contudo, veio um contratempo para os comandados por Alex, que até estavam por cima na partida, após a expulsão de Dalbert, por acumulação de amarelos. A segunda falta que dá origem à expulsão, na nossa opinião, não parece sequer existir. O técnico transmontano coloca na partida João Mário e João Vieira e colhe os seus frutos, já que o golo do Desportivo de Chaves nasce num cruzamento do extremo flaviense J.Mário para a conclusão oportuna do avançado de J.Vieira. Golo extremamente festejado nas compostas bancadas do Estádio Municipal Engº Manuel Branco Teixeira, e já bem perto do final da partida. O treinador academista responde de imediato, lançando J.Coimbra e P.Roberto (antes já tinha entrado Marcel). E foi já no tempo de compensação, que Tiago Borges se isola e com mestria faz o golo do empate para gáudio dos adeptos academistas presentes nas bancadas.

Empate a uma bola, que premeia uma boa partida de futebol proporcionada por ambas as equipas. Um ponto moralizador para os academistas frente a um candidato assumido à subida. O segundo desafio da Liga2 é já no próximo domingo frente ao Freamunde e será necessário que o 12ªjogador esteja presente em massa no Fontelo para apoiar os nossos viriatos. Aparece!

SUPERTAÇA - VENCEDORES

Escassa

Não sei se já consegui acalmar suficientemente a irritação que senti a ver este jogo para estar a escrever muito sobre ele. Fica o mais importante, que foi a conquista da Supertaça, e a confirmação do Benfica como o actual detentor de todos os quatro principais troféus domésticos, facto inédito no futebol português.


A irritação que senti ao ver este jogo deve-se ao facto de achar que uma vitória nos penáltis foi demasiado escassa e injusta para a produção do Benfica no mesmo. Com os regressos de jogadores fulcrais como o Luisão e o Enzo, o Benfica foi bem diferente para melhor daquilo que tinha mostrado nos jogos da pré-época. Fiquei algo surpreendido com a aposta no Talisca para jogar nas costas do avançado, mas durante a primeira parte vimos o melhor Benfica desde que regressámos ao trabalho. O maior lamento foi mesmo a falta de eficácia na finalização, o que fez com que saíssemos para intervalo com um nulo no marcador incrivelmente lisonjeiro para o Rio Ave, cuja produção ofensiva foi praticamente nula e pode agradecer ao Artur o facto de ter conseguido criar alguma sensação de perigo por uma vez. A segunda parte foi mais do mesmo, com o Benfica sempre muito por cima no jogo (a posse de bola raramente se afastou muito dos 70%), embora a conseguirmos criar menos ocasiões flagrantes de golo. O discernimento também foi faltando, até porque o ritmo de jogo ainda não será naturalmente o melhor, mas mais uma vez fizemos mais do que o suficiente para merecermos conquistar o troféu no tempo regulamentar.


Durante o injusto prolongamento que fomos obrigados a disputar notou-se muito a progressiva falta de pernas dos nossos jogadores, que no entanto nunca deixaram de tentar chegar ao golo que evitasse a lotaria dos penáltis, tendo lutado até a exaustão. Mas quase quarenta remates feitos não foram suficientes para marcar um golo que fosse, quer por inspiração do guarda-redes e defesas do Rio Ave, quer por falta de pontaria ou inspiração dos nossos jogadores, a verdade é que o jogo se foi arrastando teimosamente para o o risco daquilo que seria uma injustiça tremenda, a exemplo do que aconteceu na final da Liga Europa. O Rio Ave, esse, parecia satisfeitíssimo com a perspectiva de levar o jogo para essa lotaria e tudo fez ao seu alcance para que isso acontecesse. E podia até ter tido um prémio mais injusto já muito perto do final, quando mais um disparate do Artur, no seguimento de um pontapé de canto, quase resultou em golo já que o Jardel, de forma atabalhoada, acabou por chutar a bola contra a barra da nossa baliza. Chegada a tal lotaria, o Artur, que tinha sido o pior jogador do Benfica durante o jogo, teve a oportunidade de se redimir e acabou por ser o herói, defendendo três penáltis.


Não é que fosse necessário qualquer tipo de esclarecimento, mas depois do jogo de hoje terá ficado bem claro o peso que o Enzo e o Gaitán têm no nosso jogo, e o enorme rombo nas nossas ambições para esta época que poderá significar a perda de qualquer um deles. O regresso do Luisão (e do Jardel) deu logo muito mais solidez à nossa defesa, que praticamente apenas nos deslizes do Artur passou por alguma situação mais complicada - gostei de ver o Eliseu jogar. Por falar no Artur (que, repito, foi o pior jogador do Benfica esta noite), espero que a proeza de ter defendido três penáltis sirva para lhe devolver a confiança de que parece andar tão em falta. Não sei se vamos conseguir contratar mais algum guarda-redes ou não, mas é importante termos o Artur a num bom nível, e o que ele mostrou nos últimos jogos tinha sido mau demais. Parece-me também que a necessidade de um avançado ficou clara, já que estivemos mal na finalização e em diversas alturas fiquei com a sensação de que houve falta de presença na área adversária.

Apesar de apenas ter ficado decidida na lotaria dos penáltis, a mais do que justa conquista da Supertaça pode ter sido muito importante no lançamento de uma época em que todos desejamos conseguir defender os títulos conquistados há poucos meses atrás. Independentemente da enorme superioridade do Benfica durante os cento e vinte minutos do jogo em Aveiro, não custa nada imaginar o vendaval de críticas que se abateriam sobre a equipa caso a vitória nos fugisse. Assim, ganhamos um pouco de fôlego para a semana que antecede o início da Liga (e seria muito bom contrariar a péssima tendência dos últimos anos, começando a competição com uma vitória), e os nossos jogadores recebem uma injecção de confiança para ajudar a esquecer a má imagem deixada nos jogos de preparação.

domingo, 3 de agosto de 2014

A.VISEU - TAÇA DA LIGA APURADO

Académico segue em frente na Taça da Liga

Lance em que Luisinho (Académico) se lesiona e acaba por ser substituido por Filipe Nascimento
Lance em que Luisinho (Académico) se lesiona e acaba por ser substituído por Filipe Nascimento

O Académico de Viseu empatou esta tarde (3 de agosto de 2014) com o Sporting da Covilhã (0-0), mas segue em frente na Taça da Liga.
Um resultado que valeu aos academistas a passagem à próxima fase da competição, algo que nunca haviam conseguido e que contou com a ajuda do resultado entre Portimonense e Freamunde (0-0).
Contudo, não foi uma partida fácil para os academistas, com os leõs da Serra a entrarem melhor no jogo, mas seria a equipa da casa, logo nos primeiros minutos, a causar algumas dificuldades à baliza defendida por Taborda. As equipas acabariam por ir para o intervalo empatadas, um resultado que espelhava o trabalho feito nos primeiros 45 minutos.
Na segunda parte o ritmo de jogo baixou e o perigo não chegou muitas vezes às duas balizas. Uma partida que foi, ao longo dos 90 minutos, muito disputada a meio campo e que não registou muitas oportunidades de golo.
No final do jogo os treinadores partilhavam a mesma opinião. Alex Costa, treinador dos viseenses, mostrava-se contente com a passagem à próxima fase, assim como Francisco Chaló, treinador do Covilhã.
Para Alex Costa “o objetivo foi alcançado”, apenas o resultado não foi satisfatório “porque o foco é vencer”. Já Francisco Chaló fez um balanço positivo a esta primeira fase da Taça da Liga, onde o Covilhã não sofreu nenhum golo. Quanto ao jogo, o técnico dos leõs da Serra, considerou ter sido “equilibrado” e Alex Costa sublinhou que apesar de o Académico não ter concretizado “criou oportunidades”.

Académico de Viseu – Covilhã, 0-0.
Ao intervalo: 0-0.
Equipas:
Académico de Viseu: Ivo Gonçalves, Tiago Costa, Tiago Gonçalves, Pedro Santos, Dalbert, João Coimbra (Marcel, 46), Alex Porto, Alphonse, Luisinho (Filipe Nascimento, 74), Tiago Borges, Paulo Roberto (Sandro Lima, 46). (Suplentes: Nuno Oliveira, João Ricardo, Ricardo Ferreira, Marcel, Filipe Nascimento, Sandro Lima, João Carneiro)
- Chaves: Taborda, Soares, Edgar, Diogo Coelho, Tiago Moreira, Djikine, Gilberto, Nana K, Erivelton (Yannick, 57), Adriano (Bilel, 67), Traquina (Traquina, 77). (Suplentes: Igor, Victor Massaia, Zé Tiago, Carlos Manuel, Tatui, Yannick, Bibel).