Nem um vislumbre de nota artística. O Benfica pisou o sintético no regresso do Estádio do Bessa ao mapa da Liga e regressou a casa com três pontos suados (0-1).
Os adeptos esperariam um jogo de xadrez e saiu-lhes um braço de ferro, uma ausência total de boas ideias compensada com músculo e um pontapé violento de Eliseu a caminho do intervalo. O Boavista, sem argumentos para mais, manteve a incerteza até ao fim.
Demasiados peões no tabuleiro de Jorge Jesus, um tabuleiro sem Enzo Pérez e instável até ao último dia do mercado de transferências. Samaris assistiu ao encontro e Fejsa recupera de lesão. Peças essenciais para um setor em crise, agora privado de Ruben Amorim (mais um lamentável problema físico).
Talisca demonstrou mais uma vez que é um corpo estranho – e perigoso – a jogar na posição 8. Passes errados, tentativas de saída de bola com o pé em zonas desaconselháveis, pouca capacidade para discutir lances com o corpo. Ali não.
O Benfica não conseguiu aliás garantir supremacia pelo corredor central. Franco Jara fica-se pela entrega, Lima habituou-se a sair da zona e nem sempre volta. Sobra o pulmão de Salvio pela direita e a tremenda inteligência de Gaitán. Os encarnados subiram de produção quando Jorge Jesus (já na bancada) fez entrar Ola John e desviou Nico Gaitán para o centro. Lógico.
Os adeptos esperariam um jogo de xadrez e saiu-lhes um braço de ferro, uma ausência total de boas ideias compensada com músculo e um pontapé violento de Eliseu a caminho do intervalo. O Boavista, sem argumentos para mais, manteve a incerteza até ao fim.
Demasiados peões no tabuleiro de Jorge Jesus, um tabuleiro sem Enzo Pérez e instável até ao último dia do mercado de transferências. Samaris assistiu ao encontro e Fejsa recupera de lesão. Peças essenciais para um setor em crise, agora privado de Ruben Amorim (mais um lamentável problema físico).
Talisca demonstrou mais uma vez que é um corpo estranho – e perigoso – a jogar na posição 8. Passes errados, tentativas de saída de bola com o pé em zonas desaconselháveis, pouca capacidade para discutir lances com o corpo. Ali não.
O Benfica não conseguiu aliás garantir supremacia pelo corredor central. Franco Jara fica-se pela entrega, Lima habituou-se a sair da zona e nem sempre volta. Sobra o pulmão de Salvio pela direita e a tremenda inteligência de Gaitán. Os encarnados subiram de produção quando Jorge Jesus (já na bancada) fez entrar Ola John e desviou Nico Gaitán para o centro. Lógico.
Coração, meia bola e força
Até então foi um verdadeiro braço de ferro, uma coisa relativamente feia de se ver. O Boavista, à imagem do treinador Petit, aplicou os parcos recursos numa série de peões sem talento considerável mas com enorme capacidade de sacrifício. Agigantaram-se, aliás, e não fizeram mais porque simplesmente não sabiam como.
Bobô, bom avançado nos escalões inferiores, não teria grande probabilidade de sucesso perante uma dupla rotinada como Luisão e Jardel. Porém, o Benfica errava, deixava-se levar pela apatia, pela aparente crise de identidade.
Os primeiros quinze minutos foram de meia bola e força. O Boavista será assim mesmo e o adepto axadrezado perceberá. Está de volta à Liga, essa é a grande notícia, mas tem um plantel modesto para o seu historial, a precisar de rotinas e – seria o ideal – um pouco mais de qualidade. Mas o coração bate, sem parar, e a equipa torna-se encantadora pela sua abnegação.
Chega o final de encontro e fica a dúvida: o Benfica mereceu vencer? Fez por isso, criando duas belas oportunidades na primeira parte. Um remate de Eliseu, anunciando o que aí vinha, e um desvio de Gaitán na área. Destaque para este lance, o único em zona de finalização. Nessa altura, Monllor respondeu a grande nível.
O golo chegaria ao minuto 44 (já sem Ruben Amorim em campo, substituído por lesão). Bola afastada pela defesa do Boavista, toque para o lado e Eliseu a encher o pé. Remate violento, cruzado, que o guardião contrário não conseguiu desviar.
Jesus a perder a calma
Suficiente para tranquilizar Jorge Jesus? Longe disso. Ao intervalo, o técnico foi para o túnel mas ficou à espera de Marco Ferreira e travou-se de razões com o árbitro. Lamentável. Naturalmente expulso. A arbitragem foi fraquíssima, é um facto, mas nada que justifique o comportamento de Jesus na semana que antecede o dérbi.
Com o treinador do Benfica na bancada, o Boavista regressou para a segunda parte com outra atitude, procurando criar perigo em lances corridos. Não é claramente a sua especialidade, mas o tempo passava e os axadrezados iam carregando, perante um adversário estranhamente desconexo.
A equipa de Petit chegou a balançar – por duas vezes – as redes à guarda de Artur. Remate de Brito, com o jogo já interrompido, e mais tarde Pouga em fora-de-jogo. Pelo meio, Bobô expulso por acumulação de amarelos, ao desviar a bola com o braço na área contrária. Não dava para mais.
Axadrezados satisfeitos com a resposta e avaliação positiva para elementos como Monllor, Anderson Correia, Tengarrinha ou Beckeles. O Benfica volta a Lisboa com os três pontos, conquistados num terreno difícil. Duelo para homens de barba rija mas sem ponta de nota artística. Um braço de ferro, pois. Pouca arte para o xadrez.
Até então foi um verdadeiro braço de ferro, uma coisa relativamente feia de se ver. O Boavista, à imagem do treinador Petit, aplicou os parcos recursos numa série de peões sem talento considerável mas com enorme capacidade de sacrifício. Agigantaram-se, aliás, e não fizeram mais porque simplesmente não sabiam como.
Bobô, bom avançado nos escalões inferiores, não teria grande probabilidade de sucesso perante uma dupla rotinada como Luisão e Jardel. Porém, o Benfica errava, deixava-se levar pela apatia, pela aparente crise de identidade.
Os primeiros quinze minutos foram de meia bola e força. O Boavista será assim mesmo e o adepto axadrezado perceberá. Está de volta à Liga, essa é a grande notícia, mas tem um plantel modesto para o seu historial, a precisar de rotinas e – seria o ideal – um pouco mais de qualidade. Mas o coração bate, sem parar, e a equipa torna-se encantadora pela sua abnegação.
Chega o final de encontro e fica a dúvida: o Benfica mereceu vencer? Fez por isso, criando duas belas oportunidades na primeira parte. Um remate de Eliseu, anunciando o que aí vinha, e um desvio de Gaitán na área. Destaque para este lance, o único em zona de finalização. Nessa altura, Monllor respondeu a grande nível.
O golo chegaria ao minuto 44 (já sem Ruben Amorim em campo, substituído por lesão). Bola afastada pela defesa do Boavista, toque para o lado e Eliseu a encher o pé. Remate violento, cruzado, que o guardião contrário não conseguiu desviar.
Jesus a perder a calma
Suficiente para tranquilizar Jorge Jesus? Longe disso. Ao intervalo, o técnico foi para o túnel mas ficou à espera de Marco Ferreira e travou-se de razões com o árbitro. Lamentável. Naturalmente expulso. A arbitragem foi fraquíssima, é um facto, mas nada que justifique o comportamento de Jesus na semana que antecede o dérbi.
Com o treinador do Benfica na bancada, o Boavista regressou para a segunda parte com outra atitude, procurando criar perigo em lances corridos. Não é claramente a sua especialidade, mas o tempo passava e os axadrezados iam carregando, perante um adversário estranhamente desconexo.
A equipa de Petit chegou a balançar – por duas vezes – as redes à guarda de Artur. Remate de Brito, com o jogo já interrompido, e mais tarde Pouga em fora-de-jogo. Pelo meio, Bobô expulso por acumulação de amarelos, ao desviar a bola com o braço na área contrária. Não dava para mais.
Axadrezados satisfeitos com a resposta e avaliação positiva para elementos como Monllor, Anderson Correia, Tengarrinha ou Beckeles. O Benfica volta a Lisboa com os três pontos, conquistados num terreno difícil. Duelo para homens de barba rija mas sem ponta de nota artística. Um braço de ferro, pois. Pouca arte para o xadrez.
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