Superior
Os vinte minutos de sofrimento eram perfeitamente dispensáveis. Carimbámos a passagem às meias-finais, conforme era desejável, mostrámos ser uma equipa superior ao Newcastle, e foi apenas o nosso desperdício e a oferta de um golo ao adversário que nos obrigaram a ter que passar por este período de sofrimento.
O onze escolhido apresentou apenas um avançado (Lima), apoiado pelo Gaitán, como Ola John e o Salvio nas alas. Na defesa a confirmação de que o André Almeida é o titular na Liga Europa. A primeira parte foi quase ideal para o Benfica. E foi 'quase' simplesmente porque faltou apenas o golo para a fazer ideal. Se alguém esperava uma entrada forte do Newcastle desde o apito inicial, ficou desiludido porque nada disso aconteceu. Foi o Benfica quem entrou melhor, e melhor se manteve até ao apito para o intervalo, controlando completamente o jogo, sem permitir que o Newcastle causasse qualquer perigo e construindo ainda jogadas suficientes para justificar chegar ao final da primeira parte em vantagem no marcador e com a eliminatória no bolso. O mote foi dado logo nos primeiros minutos, com um remate de calcanhar do Lima que foi defendido por instinto, e a partir daí foi mais do mesmo, sendo apenas de estranhar a pouca eficácia dos nossos jogadores na altura de finalizar. A oportunidade mais flagrante esteve nos pés do Gaitán, que assistido pelo Lima e sem o guarda-redes na baliza conseguiu rematar direito ao defesa que estava sobre a linha. Do lado do Newcastle, basta dizer que fez o primeiro remate no jogo (que foi praticamente um passe ao Artur) aos quarenta e dois minutos para se perceber o quão controlado o jogo estava.
Para a segunda parte o Newcastle lançou um segundo ponta-de-lança para o jogo, o que deixava antever uma aposta mais forte no ataque e num jogo mais directo, mas os primeiros minutos mostraram pouca diferença para a primeira parte. O Benfica continuava por cima no jogo, e mostrava estar mais perto de marcar, com remates do Ola John, Lima ou Gaitán. Com metade da segunda parte decorrida, o Newcastle apostou mais ainda no ataque e fez entrar o Ben Arfa, e a seguir à sua entrada pareceu-me que o Benfica ficou um pouco mais nervoso, revelando demasiada pressa em afastar a bola da sua área com chutos para a frente, em vez de privilegiar a posse de bola. O manager do Newcastle, Alan Pardew, tinha dito que já ficaria satisfeito se chegasse aos últimos vinte minutos ainda em posição de precisar de marcar dois golos para passar a eliminatória, e a verdade é que foi precisamente a vinte minutos do final que o Newcastle chegou ao golo, de uma forma algo inesperada. Num lance que estava perfeitamente controlado pelos nossos jogadores o Matic e o Garay hesitaram sobre quem jogaria a bola e quem se aproveitou disso foi o Ben Arfa sobre a linha de fundo, com a bola a seguir para o Ameobi e a acabar num cabeceamento do Cissé à boca da baliza. O golo despertou o 'monstro', e com o apoio do público de St.James' Park o Newcastle lançou-se na busca do golo que lhe daria a vantagem na eliminatória. Fê-lo com à custa de muito coração, e durante vinte minutos sofremos, mesmo que o Newcastle não tenha exactamente criado grandes ocasiões de golo. Para ser mais exacto, o sofrimento no jogo propriamente dito terá sido de cerca de dez minutos, nós adeptos é que sofremos durante todo o tempo em que o resultado esteve em 0-1. Isto porque à entrada para os dez minutos finais o Benfica pareceu recuperar a compostura e, aproveitando o balanceamento atacante do Newcastle, voltou a ameaçar marcar por várias vezes, o que acabou mesmo por conseguir já em período de descontos, com o Salvio a aproveitar da melhor maneira um cruzamento rasteiro do Rodrigo na esquerda e a matar a eliminatória.
Gostei do Enzo, do Salvio e do Gaitán neste jogo. O Rodrigo e o Cardozo entraram bem, e foram eles quem construiu a jogada do nosso golo. O Matic esteve um pouco abaixo daquilo a que nos tem habituado esta época.
Não tenho grande preferência pelo adversário das meias finais. Eventualmente, talvez gostasse de evitar uma viagem à Turquia, mas preocupar-nos-emos com isso quando a altura chegar. Agora é tempo de pensarmos no jogo com o Paços, para tentarmos carimbar a presença no Jamor
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