TP: Benfica-P. Ferreira, 1-1
Uma equipa à espera de domingos: no derby ou no Jamor
O Benfica alcançou um dos feitos mais importantes da época como se fosse apenas uma segunda-feira à noite: sem precisar de se entusiasmar. Deixou no fundo correr os minutos dentro daquele quadro de competência que é imagem de marca. No fim deu empate, mas podia ter dado bem mais.A vantagem que a equipa trazia de Paços de Ferreira, de resto, era uma importante almofada de conforto. Seria preciso uma noite para lá de desastrosa para colocar em risco a final do Jamor. Ora a partir daí o Benfica tratou de colocar-se a salvo de qualquer imponderável e garantir tranquilidade.Jorge Jesus apresentou um onze muito próximo do mais forte que tem, num sinal de consideração por este jogo. Os jogadores, lá está, portaram-se como se fosse apenas uma segunda-feira: sem a paixão de uma noite de fim de semana, mas com a autoridade de todos os dias e um domínio total.
A equipa jogou subida no terreno, numa pressão alta que não deixava o Paços sair nas transições que faz tão bem, e com os olhos permanentemente colocados na baliza adversária. Ora por isso o adversário só por uma vez em toda a primeira parte ameaçou Artur: Hurtado falhou na cara do golo.
O Benfica, esse, entrou no jogo a rematar e continuou a fazê-lo com uma cadência interessante. Pelo meio Cardozo atirou ao poste e Salvio marcou mesmo, num golo mal anulado. A posse de bola ao intervalo era esmagadora, o domínio era inequívoco, o resultado, esse, era claramente escasso.
Veja como vivemos o jogo no estádio
É verdade que as coisas na segunda parte mudaram ligeiramente, sobretudo porque o P. Ferreira voltou dos balneários mais atrevido, a jogar mais subido no terreno e mais pressionante. É verdade também, porém, que o Benfica não deixou de ser melhor e abriu o marcador perto da hora de jogo.
Cardozo empurrou para a baliza uma excelente assistência de Gaitán, já depois do próprio Cardozo ter tentado marcar da linha de meio campo e de Salvio ter rematado fortíssimo muito perto do poste. O P. Ferreira, no fundo, regressara mais atrevido, mas não conseguia inverter a tendência anterior.
A partir daí o Benfica diminuiu a pressão e o Paços teve mais bola perto da área de Artur. Numa perda de bola de Maxi Pereira, que fez um passe de risco sem olhar, Cícero empatou então o jogo: o golo evitou mais uma vitória encarnada, mas não mudou a tendência da eliminatória um centímetro.
Destaques: Cardozo, e aquele hábito de marcar
Até ao fim Lima, por exemplo, ficou perto da vitória, não o conseguiu e o jogo ficou neste empate que cai bem numa noite fria e cinzenta como esta. O Benfica, esse, celebrou o apuramento para o Jamor e mais do que isso: celebrou o hábito de vitória com que se apresenta na reta final.
Enquanto o F.C. Porto trabalha sobre a perda da final da Taça da Liga, o Benfica trabalha sobre o apuramento para a final da Taça de Portugal. Jorge Jesus regressa ao Jamor para ganhar o troféu que lhe falta e a equipa acumula uma dinâmica que vai ser importantíssima no derby de domingo.
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