Encaminhada
O Benfica conseguiu hoje emendar as consequências de uma má entrada no jogo, e assim conquistar uma importante vitória sobre o Newcastle, que deixa a eliminatória bem encaminhada.
Quatro alterações no onze mais habitual, com as ausências do Salvio, Maxi, Lima e Enzo, sendo os seus lugares ocupados, respectivamente, pelo Ola John, André Almeida, Rodrigo e André Gomes. A entrada no jogo, conforme referido, não foi nada boa. Ou então podemos ver as coisas por outro prisma e considerar que foi o Newcastle quem entrou melhor. Os ingleses entraram bem organizados, não mostravam particulares dificuldades em libertar-se da tentativa de pressão por parte do Benfica, e depois em contra-ataques rápidos, quase sempre conduzidos pelos flancos e envolvendo apenas dois ou três jogadores (Sissoko, Cissé e Gutiérrez ou Marveaux), ameaçavam causar perigo. O Benfica apenas ameaçou num remate do Gaitán aos dez minutos, que foi defendido à segunda pelo Krul, e quase na resposta o Newcastle chegou ao golo, numa jogada rápida e simples, que terminou com um cruzamento da direita para a finalização fácil do Cissé sobre a pequena área. O Benfica acordou um pouco com o golo, começou a tentar responder, mas foi por volta dos vinte e cinco minutos que se deu um momento decisivo no jogo. O Newcastle viu uma bola embater no poste, depois do remate do Cissé tabelar no Garay e o Artur ainda tocar na bola, e logo a seguir o Benfica empatou, numa recarga do Rodrigo a um primeiro remate do Cardozo que tinha sido defendido pelo Krul. O golo mudou completamente o jogo, com o Newcastle a remeter-se quase exclusivamente à defesa e o Benfica a assumir o controlo quase por completo. Dois minutos depois do empate, este poderia ter sido desfeito, mas duas excelentes defesas do Krul negaram o golo ao André Gomes e ao John, na recarga. Até ao intervalo pouco ou nada mudou, com o Benfica a mandar no jogo e a ameaçar o segundo e o Tim Krul a destacar-se como o melhor no Newcastle.
A entrada para a segunda parte poderia ter corrido mal, mas a sorte sorriu-nos mais uma vez quando o remate do Cissé, isolado em frente ao Artur depois de mais um contra-ataque rápido, foi novamente encontrar o poste. Durante todo o jogo o Newcastle não deve ter feito muito mais do que três remates à baliza. Um deu golo, e os outros dois terminaram no poste. Esta oportunidade logo aos dois minutos acabou também por ser o último sinal de vida que o Newcastle deu no ataque. Daqui até final só houve Benfica, que esteve sempre por cima do jogo, mesmo sem a intensidade da segunda metade da primeira parte. O Newcastle limitava-se a tentar acalmar o jogo e a queimar tempo sempre que possível. A meia hora do final trocámos o Rodrigo e o André Gomes pelo Lima e o Enzo e as substituições revelaram-se decisivas, pois após cinco minutos apenas em campo o Lima aproveitou da melhor maneira um mau atraso do pressionado Santon para ultrapassar o guarda-redes e marcar já de ângulo muito apertado. Continuou a atacar o Benfica e foi novamente recompensado pouco depois, com um penálti cometido pelo Taylor, que meteu o braço à bola após canto do Ola John - apesar do penálti ser evidente, para que fosse assinalado foi necessário que pela segunda vez na vida visse um árbitro de baliza ter utilidade (a primeira vez foi também na Luz, contra o Liverpool). O Cardozo marcou à primeira, o árbitro resolveu mandar repetir, e o Cardozo à segunda marcou ainda melhor. A perder por dois e com vinte minutos para jogar o Newcastle finalmente começou a revelar pressa e tentou marcar um segundo golo, mas até final foi sempre o Benfica a estar mais perto do quarto e nem por uma vez a nossa baliza passou por qualquer situação de maior aperto.
Num jogo em que não me pareceu haver grandes destaques individuais escolho o Gaitán como um dos melhores, mesmo que não tenha sido um dos seus jogos mais inspirados. Mas foi um dos jogadores com maior iniciativa no ataque, tendo tirado diversos cruzamentos pela esquerda, e merecia um golo. Do outro lado do campo, o Ola John pareceu-me ter um jogo bastante apagado, o que aliás parece acontecer com mais frequência quando tem que jogar na direita.
O jogo reforçou a ideia de que este Newcastle é uma equipa ao nosso alcance. Não deixa de ser perigosa, porque tem jogadores fortes e sobretudo o Cissé e o Sissoko podem causar estragos. Em Inglaterra, sobretudo se conseguir marcar primeiro, com o apoio do público podem fazer-nos passar por grandes dificuldades, mas acredito também que tendo que arriscar mais no ataque para recuperar da desvantagem de dois golos fiquem bastante expostos, e que o Benfica acabará por conseguir anular o golo fora.
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