sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

PRESSE

Mais de 70% das mulheres são apaixonadas por futebol – diz pesquisa.

Sim, elas gostam de futebol. Claro que entendem. Sabem a escalação do time, sim. Do delas, do meu, do seu. A mulherada representa 33% dos super fãs de futebol e 72% elegeu o esporte como primeira paixão, segundo o Ibope – derrubamos o clichê machista de que futebol não é para mulheres.
FAN
“Futebol é coisa de homem”
Homens são mesmo loucos por futebol. E quem diz isso são os números: 82% dos brasileiros citaram o esporte como a primeira paixão, em pesquisa feita pelo Ibope em 2013. Nenhuma surpresa, certo? Mas os números também revelam uma realidade que talvez você não conhecia: 72% das mulheres também elegeram o futebol como primeira paixão. Pois bem. Elas estão cada vez mais se interessando ou assumindo gosto por esportes em geral: 47% dos fãs de MMA são mulheres, também segundo o Ibope.
Mulher não entende nada de futebol”
É uma frase famosíssima, culturalmente propagada por pais, mães, avós, homens e mulheres machistas. A própria produção cultural do país costuma considerar as mulheres como parte desse meio com papeis de torcedoras, mães, namoradas, e raramente como jogadoras.
Os esteriótipos são conhecidos, como a masculinização das mulheres que entendem de futebol e a ideia de que mulheres bonitas não entendem nada ou não podem ser levadas a sério. O que é uma grande besteira, visto que podemos citar inúmeros nomes conhecidos de mulheres ligadas ao esporte que representam muito bem os dois times. As jornalistas e apresentadoras Renata Fan (que foi modelo e Miss), Glenda Kozlowski (em programas de esporte há 22 anos), Michelle Giannella (do Mesa Redonda, na TV Gazeta, o mais antigo programa do gênero), Gabriela Pasqualin (da RedeTV!), entre muitas outras.
Maria Clara Ciasca é a única mulher na redação do GloboEsporte.com. A redação tem cerca de 20 homens, mas ela não sofre preconceito por ser mulher: “No meu caso, é super tranquilo. Desde o primeiro dia, o pessoal me trata com muito respeito e eu nunca me senti mal com nenhum tipo de brincadeira. Pelo contrário, eu entro na deles e brinco também”, conta.
Camila Mattoso, repórter da ESPN, conta que a redação tem apenas quatro mulheres. E além de escrever, Camila também joga futebol: “Comecei quando era criancinha, ficava jogando no meu prédio sempre só com meninos, porque não tinha mais ninguém para me acompanhar. Tentei ajudar as meninas a jogarem bola também, mas não deu muito certo”, brinca.
O pior, para Camila, não são as brincadeiras, mas sim as situações constrangedoras com entrevistados: “Já aconteceu e ainda acontece de eu ligar para o cara e ele chamar para sair, para jantar; já tive que dizer que tenho marido e filhos; explicar que eu não queria nada além de notícias. É complicado”, revela
.futmulher
Lugar de mulher é na cozinha”
É outra frase clássica. E Maria Clara conta que já ouviu uma dessa: “Comigo, só aconteceu uma vez de um torcedor na arquibancada gritar para mim que lugar de mulher é atrás do fogão e não no estádio. Eu dei risada”. É verdade que muitas mulheres evitam frequentar os estádios por ainda considerarem um lugar perigoso – o que também não deixa de ser verdade, em partes.
Certa vez li um texto da jornalista Fernanda Zaffari falando da relação entre mulheres e futebol, com humor, e tomei a liberdade de citar um trecho aqui: “Estádio de futebol ainda não é teatro ou cinema e é preciso se adaptar a certas especificidades. Afinal, eles chegaram primeiro
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