sexta-feira, 8 de março de 2013

BENFICA - 1 BORDEAUX - 0 -RESULTADO

Resultado

Num jogo de qualidade muito baixa, ao menos no final pudemos sorrir com o mais importante: o resultado, já que o Benfica, apresentando uma equipa com várias alterações, conseguiu vencer o Bordéus pela margem mínima, tendo ainda evitado sofrer golos, o que é sempre um factor a não menosprezar nas competições da UEFA.


Muitas poupanças mais uma vez, com o André Almeida (já quase que se pode considerar que é o lateral direito titular na UEFA), Roderick, Carlos Martins, Gaitán e Rodrigo no onze inicial, o que permitiu deixar descansar outros tantos jogadores. Sobre o jogo, não posso alongar-me muito, porque conforme referi no primeiro parágrafo, a qualidade foi muito má. Da parte das duas equipas. O Benfica jogou bem menos do que aquilo que sabemos ser capaz, e o Bordéus mostrou muito poucos argumentos. O resultado disso foi um jogo em que se calhar os dedos de uma mão chegam para contar as jogadas com princípio, meio e fim que conseguiram ser construídas pelas duas equipas. O futebol foi quase sempre aos repelões, jogado a um ritmo extremamente baixo, os passes disparatados foram de uma quantidade absurda, e as más decisões tomadas pelos jogadores uma constante. A opção pelo Roderick na posição à frente da defesa mostrou que não passa mesmo de uma opção de recurso, pois ele ocupa aquela zona do terreno, mas obviamente não consegue fazer a posição de forma minimamente semelhante ao Matic, pelo que a equipa perde bastantes metros no posicionamento em campo. Ganhou o Benfica o jogo porque, num momento de maior inspiração do Rodrigo, saiu um pontapé de fora da área que, com a colaboração entre a barra e as costas do guarda-redes, acabou por fazer a bola parar dentro da baliza francesa.


A segunda parte nem sequer foi mais do mesmo, porque conseguiu ser ainda mais mal jogada do que a primeira. Mesmo as alterações feitas na equipa, que lançaram o Lima, Pérez e Salvio no jogo, pouco ou nada conseguiram mudar. O Benfica teve talvez duas jogadas de perigo, uma que foi bem construída e que terminou num remate do Cardozo para defesa mais apertada do guarda-redes, e outra uma incursão do Melgarejo pela esquerda que depois foi mal finalizada, com algo que acabou por ficar a meio caminho entre o remate e o cruzamento para dois colegas que estavam mais bem colocados. Perto do final o Bordéus também dispôs de um lance de relativo perigo, em que o Artur foi obrigado a aplicar-se para defender o remate cruzado do jogador francês. A exibição do Benfica foi má - aliás, o jogo todo em si foi bastante mau - mas é sempre desagradável estar no estádio e ouvir a equipa a ser assobiada durante o jogo. E isto começou muito cedo, porque antes dos dez minutos já os assobiadores profissionais estavam no seu labor. Os jogadores claramente sentiram-no, mas também me desagradou a atitude do Luisão no final, que chamou imediatamente a equipa para sair do campo sem sequer agradecer aos adeptos, o que é algo que quase nunca vejo acontecer na Luz. Se é verdade que houve assobios, também houve muitos que apoiaram a equipa e certamente não mereciam isso.


Os mais certinhos da nossa equipa acabaram por ser os dois centrais, que mantiveram a serenidade e evitaram males maiores para a nossa equipa. De resto, a mediania foi geral, mas o Gaitán destacou-se pela negativa no capítulo do passe, porque não creio que alguma vez o tenha visto fazer tantos maus passes num jogo.

Repetindo-me: o mais importante foi o resultado. A vitória, ainda que pela margem mínima, sem sofrer golos deverá ser suficiente para nos permitir discutir a passagem aos quartos sem muitos sobressaltos, a não ser que no espaço de uma semana o Bordéus sofra uma transfiguração surpreendente e mostre algo que eu nunca vi durante este jogo (nem sequer no jogo contra o Dínamo Kiev, a que eu também assisti). A exibição do Benfica é naturalmente preocupante, porque esteve muito abaixo daquilo a que esta equipa nos habituou. Espero que no Domingo, contra o Gil Vicente, consigamos dar uma imagem mais positiva, que permita aos adeptos encarar esta fase decisiva da época com confiança acrescida - a maré vermelha também depende, e muito, disso.

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