segunda-feira, 4 de março de 2013

BEIRA - MAR - 0 BENFICA - 1 - Á RASCA



Obrigação

Cumpriu-se o objectivo e trouxemos os três pontos de casa do último classificado, três pontos esses que nos permitem agora estar isolados no primeiro lugar da classificação. Mas foi um jogo de muito mais sofrimento do que seria expectável, em que o Benfica decidiu abrandar demasiado cedo.


A entrada do Benfica no jogo foi entusiasmante. Num jogo em que a vitória oferecia a liderança isolada, entrámos em jogo a mostrar que o objectivo era para ser alcançado de forma decisiva e o mais depressa possível. Praticamente na primeira jogada de ataque o Lima dispôs de uma oportunidade flagrante de golo, mas atirou por cima. A superioridade do Benfica durante os primeiros minutos foi clara, e procurámos o golo com empenho, tendo o esforço sido recompensado ao fim de um quarto de hora, com um penálti convertido pelo Cardozo - a castigar uma mão do Hugo após cabeceamento do mesmo Cardozo. Em vantagem no marcador, o Benfica abrandou um pouco o ritmo, sem deixar no entanto de ter o jogo sob controlo. O problema é que na próxima quinta-feira temos um jogo para a Liga Europa. E talvez por isso, a partir da meia hora de jogo, a 'gestão' do jogo tornou-se quase ficar a ver o adversário jogar. Por mais que eu ouça dizer que não há poupanças no campeonato, porque este é o principal objectivo, acabo sempre com a sensação de que na cabeça dos jogadores os jogos europeus estão sempre presentes. O Benfica pouco ou nada produziu em termos atacantes até ao intervalo, enquanto que o Beira Mar cresceu no jogo e começou a ameaçar a baliza do Benfica.


Se o final da primeira parte já não tinha sido brilhante, a segunda parte foi ainda pior. O Benfica efectivamente decidiu que não queria assumir as despesas do jogo, encostou o Pérez ao lado do Matic, e remeteu-se ao seu meio campo, deixando que o Beira Mar tivesse mais bola para depois eventualmente explorar algum contra-ataque. Se olharmos para o resultado final, que foi a desejada vitória, poderemos considerar que a estratégia surtiu efeito. Mas as coisas podiam perfeitamente não ter acabado assim. O Beira Mar foi mais rematador e até dispôs de algumas situações em que poderia ter marcado, não o fazendo quase mais por falta de jeito dos seus jogadores do que por mérito dos nossos - embora o Artur tenha, já perto do final, negado o golo ao Beira Mar com uma defesa por instinto. No ataque, o Benfica teve duas oportunidades dignas desse nome para colocar um fim no nosso sofrimento, nos pés do Cardozo e do Lima, mas de resto pouco mais conseguiu produzir, fruto de passes falhados e perdas de bola em demasia para aquilo que lhe é habitual. O Beira Mar, esse, surpreendeu-me por me ter parecido que conseguiu correr mais neste jogo do que nas vinte jornadas anteriores. Deve ser a motivação extra de jogar contra o Benfica, ou o encorajamento da parte do antibenfiquista assumido que têm como novo treinador.


Não consigo mesmo destacar um jogador na nossa equipa. Acho que estive demasiado nervoso a ver o jogo e a certa altura parecia que todos eles me conseguiam irritar com o que faziam em campo.

A obrigação era vencer este jogo. Com maior ou menor dificuldade (neste caso, com muito maior do que esperaria) conseguimo-lo. Apesar do menor fulgor e do jogo menos conseguido, o importante são os três pontos, e estes também contam para nos ajudar a ser campeões. Estamos agora isolados no primeiro lugar, posição que espero não larguemos mais nas nove jornadas que restam.

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