terça-feira, 7 de outubro de 2008

LEIXÕES -1 BENFICA - 1 - FRAQUINHO



Quique Flores aposta num caminho tranquilo, assegura aos adeptos que sabe o que está a fazer e a verdade é que os últimos dois resultados pareciam ter colocado o Benfica no trilho do sucesso. Depois de Sporting e Nápoles, um triunfo no terreno do Leixões assentava que nem uma luva nas pretensões do treinador espanhol, mas Wesley nunca desistiu e acabaria por evitar uma derrota que seria uma tremenda injustiça.
Foi uma noite de enorme sofrimento, em que a melhor equipa em campo, a que criou mais oportunidades e jogou um futebol mais bonito e incisivo, saiu premiada com um empate. A festa dos adeptos é justificada: a equipa de Matosinhos está de parabéns.
Quique e companhia não terão dificuldades em reconhecer que o Leixões foi superior em quase todos os aspectos e a eficácia de Cardozo surge, por isso, como suprema ironia e rótulo de superioridade naquilo que interessa numa partida de futebol: marcar um golo. A diferença esteve apenas nesse pormenor, pelo menos até dois minutos do fim, quando Wesley trouxe um enorme amargo de boca para os encarnados.
A equipa de José Mota tornou o Benfica numa equipa banal, ainda para mais a partir do momento em que Reyes foi substituído por Di Maria. Estavam passados oito minutos e já Marques tinha obrigado Quim a efectuar uma grande defesa. A pressão dos leixonenses continuou e aos dez minutos já o guarda-redes encarnado tinha feito duas grandes defesas.
Carlos Martins, Cardozo e Miguel Vítor foram as novidades no onze, mas o Benfica sentia dificuldades. Aos 30 minutos, Wesley obriga Quim a nova defesa complicada. Sentindo a segurança transmitida pelo seu guarda-redes, os encarnados tentavam agarrar o jogo e aos 33 minutos aproveitaram um desentendimento na defesa adversária (com um penalty de Marques pelo caminho, que Olegário não viu) para chegarem ao golo. Katsouranis demarca Cardozo que, com o pé direito, atira a bola para o fundo das redes.
Uma alma imensa
O Leixões parecia um grande, talvez pela hipótese de chegar à liderança do campeonato ou simplesmente pela alma que o caracteriza. Enquanto o Benfica se retraía e passava a gerir a magra vantagem, a equipa de Mota só pensava no ataque e, neste aspecto, o treinador tem todo o mérito, pois colocou em campo dois extremos perigosos (Zé Manel e Diogo Valente). Os sinais positivos foram assimilados e as oportunidades iam surgindo.
Laranjeiro obrigava Quim a mais uma grande defesa, na marcação de um livre, e Braga ainda marcaria, mas Olegário Benquerença anulava o lance por fora-de-jogo. Quique percebia as fragilidades e reforçava o meio-campo, colocando Ruben Amorim e Binya, mas não conseguiu segurar o triunfo, que tanto alento lhe daria, pelo apelo de igualar o F.C. Porto na liderança do campeonato.
Depois daqueles dois jogos da semana passada, esperava-se um Benfica superior, capaz de afirmar a sua qualidade e chegar com naturalidade ao topo da classificação. Mas a imagem que fica é a falta de força e criatividade a meio-campo, para além de algumas fragilidades defensivas, nomeadamente à esquerda, com Jorge Ribeiro a não conseguir fazer esquecer Léo. Os jogadores terminaram a noite a dar voltas ao campo, já depois do encontro ter terminado, sob orientação do preparador-físico, mas se tivessem corrido mais um pouco durante os 90 minutos não estariam a penitenciar-se pelas suas fragilidades. Têm duas semanas para reflectir.



Benfica, Golo, Cardozo, 32m, 0-1


Leixões, Golo, Wesley, 88m, 1-1

Sem comentários: