domingo, 1 de abril de 2018

S,COVILHÃ - 1 A.VISEU - 3 . BOM

SC Covilhã 1-3 Ac.Viseu FC

«De Viseu, serra acima, vieram mais de três mil, que transformaram a Covilhã num imenso arraial…» começa assim a crónica do jornal «A Bola», de outubro de 1977, referente à vitória academista de 77/78 (1-2, Keita).


Volvidos mais de 40 anos uma dúzia de academistas – se tanto – voltaram a ver uma vitória academista na Serra da Estrela, depois de 13 jogos onde o máximo que havíamos conseguido tinham sido 3 empates.

Apesar da boa exibição, digna de um candidato, foi o SCC o primeiro a causar algum perigo na partida, logo aos 4 minutos, mas Peçanha correspondeu como se espera de uma guarda redes com a sua mestria.

Reagiu bem o Académico, conseguindo logo dois pontapés de canto, colocando em sobressalto a defesa serrana. Ao minuto 14 a primeira oportunidade de golo, Avto ganha a bola a um adversário, desmarca Nsor com o ganês a abrir o marcador.

O Académico, que já se estava a superiorizar na partida, com o golo tranquilizou-se. Foi bonita de se ver a maneira como a equipa do nosso clube se apresentava no relvado do velhinho Santos Pinto, muito personalizada, trocando a bola com mestria, com Zé Paulo a evidenciar-se nesse aspeto.

Foi por isso sem grande surpresa que o Académico chegou ao segundo golo – canto de Avto e Bura de cabeça a fazer o seu 21º golo como jogador do Académico.

Daí até ao intervalo o Académico controlou a partida a seu belo prazer. Das bancadas com adeptos serranos ouvia-se «bela equipa esta», «trocam bem a bola, nós nem a cheiramos».

Na segunda parte o SCC melhorou. Bem mais agressivos sobre a bola, os homens da casa iam-se abeirando da baliza academista, embora o perigo fosse relativo, com os jogadores do nosso clube a não terem a mesma liberdade da primeira parte.

Os covilhanenses acabariam por reduzir ao minuto 61 num golo que consideramos esquisito. Porquê esquisito? É que após um lançamento em profundidade entre o defesa direito academista e o central por aquele lado, o atleta serrano na cara de Peçanha tinha tudo para fazer o golo, mas o guardião academista evitou-o e quando todos nos aprestávamos para respirar de alívio o esférico sobra de novo para o jogador de verde vestido que atira para a baliza deserta (1-2).
As hostes covilhanenses, obviamente, animaram-se e nas mentes academistas – na minha pelo menos, pois estive presente – recordava-se o dia 3 de janeiro de 2016 quando a vencermos por dois-a-zero (golos de Forbes e Clayton) permitimos o empate com golos aos 87 e 90+2.

Mas os tempos são outros. O Académico soube sofrer e Manuel Cajuda teve o «toque de Midas» no dia de hoje. Trocou o homem das duas assistências para golo e colocou João Mário que entrou muito bem na partida.

E seria o guineense a assistir para o terceiro golo academista. Grande arrancada de Capela, excelente o passe a desmarcar o extremo academista, magnífico o cruzamento de João Mário e eficiente o cabeceamento de Nsor – golo do Académico! Jogo terminado…

O SCC, equipa algo limitada, ainda manteve a partida em aberto até bem perto do fim, mercê de um coração fantástico, lutando até à exaustão. Não teve no entanto hipóteses perante um Académico personalizado, que ainda andou perto do quarto golo, mas que seria injusto para o labor covilhanense.

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