Tondela matou o ‘borrego’ e o Benfica passou a ver o ‘penta’ mais longe
Pela primeira vez na história, a formação beirã conseguiu vencer os ‘encarnados’ (3-2). A equipa de Rui Vitória espera agora pelo resultado do FC Porto na Madeira, mas as coisas não estão fáceis para as ‘águias’.
Depois da derrota no Clássico com o FC Porto, o Benfica volta a perder na Luz, desta vez frente ao Tondela. Um resultado que pode comprometer todas as aspirações dos ‘encarnados’ na luta pelo pentacampeonato, deixando o FC Porto com via aberta para o título, caso vença na Madeira. Pizzi ainda colocou as ‘águias’ em vantagem, mas dois golos de Miguel Cardoso levaram à cambalhota no marcador. Tomané arrumou a questão ao minuto 81.
Rui Vitória tinha afirmado, um dia antes, que fazer poupanças não fazia parte do seu ‘modus operandi’, mas a verdade é que o técnico ‘encarnado’ optou por deixar de fora Jardel e Fejsa, que estavam com problemas físicos, mas também em risco de exclusão para o dérbi com o Sporting. Assim sendo, saltaram Luisão e Samaris para o onze. No lado dos beirões, Pepa apostou em Hélder Tavares para o lugar de Pedro Nuno, jogador que está cedido pelas ‘águias’.
A jogar no seu habitual 4-3-3, com Jiménez a fazer as vezes de Jonas, a equipa da casa deixou o primeiro aviso ao minuto 6, num livre lateral cobrado por Zivkovic, com Luisão a cabecear por cima da trave.
Por esta altura, o Benfica estava acampado no meio-campo do Tondela, pelo que foi com naturalidade que o 1-0 surgiu: aos 12’, Jiménez cruzou em esforço para Zivkovic, que falhou o desvio, mas a bola sobrou para Rafa, que passou atrasado para Pizzi inaugurar o marcador. O médio não marcava há quase três meses – última vez fora contra o Rio Ave.
O golo galvanizou a formação de Rui Vitória, que foi de imediato à procura do 2-0. Em sentido inverso, o Tondela mostrava dificuldades para sair com a bola, face à pressão dos ‘encarnados’. Ao minuto 19, Zivkovic fletiu para dentro, e rematou forte com o pé esquerdo. A bola ainda sofreu um desvio, obrigando Cláudio Ramos a uma grande intervenção.
O guardião tondelense voltava a estar em destaque pouco depois, desta vez ao negar o golo a Cervi (22’) – bela jogada individual do argentino, a passar por vários jogadores e a rematar para a defesa de Cláudio Ramos, com a ponta dos dedos.
Perto da meia-hora de jogo, Douglas entrou para o lugar de André Almeida, e o Tondela chegou ao empate logo a seguir, um pouco contra maré de jogo: David Bruno conseguiu roubar a bola a Cervi e colocá-la entre Luisão e Douglas, para Miguel Cardoso dominar no peito e picar de primeira sobre Bruno Varela. O extremo, que esta época já havia marcado ao Sporting, voltava assim a causar dores de cabeça a um grande. E a equipa de Pepa começava a mostrar algum atrevimento frente a um adversário ao qual nunca conseguiu roubar pontos.
Ao minuto 39’, cambalhota no marcador. Tudo começou num erro de Bruno Varela, que cedeu lançamento. David Bruno lançou largo para área, Ricardo Costa ganhou nas alturas a Luisão, com a bola a sobrar para Miguel Cardoso, que rematou de primeira para o fundo da baliza do Benfica. Pela primeira vez na história, o Tondela marcava dois golos num jogo frente ao Benfica e pela primeira vez esta temporada, uma equipa bisava na Luz.
As ‘águias’ ainda tentaram chegar ao 2-2 antes do intervalo, com Zivkovic (45’) a rematar do meio da rua para nova grande intervenção de Cláudio Ramos.
O segundo tempo começou com outra alteração no lado do Benfica. Cervi deu lugar a Salvio e o Benfica, à semelhança do que havia acontecido na primeira parte, entrava forte. Aos 47’, Grimaldo cruzou largo para a área, Jiménez não conseguiu o desvio e Salvio rematou, com Joãozinho a oferecer o corpo à bola.
Cinco minutos depois, o argentino voltaria a falhar nova oportunidade, desta feita a rematar por cima da trave, após cruzamento rasteiro de Douglas. Aos 54’, Rafa rematou forte, mas Cláudio Ramos estava atento, defendendo com os punhos.
O Benfica tentava chegar ao golo de todas as formas, mas entre alguma falta de pontaria e a inspiração de Cláudio Ramos, nada corria bem aos homens de Rui Vitória. O técnico ‘encarnado’ aproveitou, deste modo, para lançar Seferovic para o lugar de Zivkovic.
Ao minuto 65, o árbitro Nuno Almeida assinalou jogo perigoso a Tomané em lance disputado com Luisão. Na sequência da jogada, Miguel Cardoso marcou golo e ainda festejou o que seria o hat-trick, mas o lance acabou por ser invalidado.
O Benfica continuava a pressionar e ao minuto 74, na sequência de um canto, nem Jiménez, nem Luisão na recarga, conseguiram bater Cláudio Ramos – exibição do outro mundo do guardião do Tondela.
Mas o futebol tem destas coisas, e mesmo com a pressão do Benfica, foi o Tondela quem acabou por marcar, desta vez por intermédio de Tomané: Delgado serviu de cabeça o ponta de lança, que ganhou a Luisão e rematou cruzado de pé direito para o fundo da baliza de Bruno Varela. Enorme balde de água fria na Luz.
Salvio ainda reduziu no tempo de compensação (90+4′), mas sem efeitos práticos. O Benfica perdia pela segunda vez consecutiva na Luz, deixando o FC Porto mais perto do título.