Bicampeão tropeça frente a um adversário transfigurado
* por Tomás Faustino
O Benfica empatou pela primeira vez na Liga, não saindo do nulo na deslocação à Madeira para defrontar o União local. A equipa de Rui Vitória não aproveitou o acerto de calendário para encurtar da maneira que queria as distâncias para os principais rivais, ao passo que os madeirenses conquistam importante ponto na luta pela manutenção, após dias de grande tensão no seio da família unionista.
O União, que vinha de uma humilhante derrota na Mata Real, apresentou-se de orgulho ferido e deixou a pele em campo, com os seus jogadores a entrarem determinados a limpar a face e a mostrar que o último jogo foi um acidente de percurso numa caminhada que se tem pautado, sobretudo, por uma grande organização defensiva, como hoje voltou a ficar bem patente, o que tornou deveras difícil a missão do Benfica neste desafio.
O meio-campo azul e amarelo foi composto por três homens de características defensivas (Shehu – Gian Martins – Soares) e por dois extremos incansáveis no apoio ao seus laterais (Amilton no auxílio a Paulinho e Élio Martins na ajuda a Joãozinho), sendo que a estratégia passou por jogar com as linhas recuadas e consentir o domínio da partida ao Benfica, para sempre que possível arriscar nas transições rápidas e levar perigo à baliza à guarda de Júlio César.
O Benfica, por sua vez, usou a "fórmula de Jorge Jesus" neste encontro, usando dois extremos que procuravam muito o jogo interior (Pizzi e Gonçalo Guedes) e abriam espaços para as contantes subidas de Eliseu e André Almeida nas laterais. Na frente, Mitroglou jogou mais fixo e Jonas aproximava-se de Renato Sanches e Fejsa em busca de espaço para ter a bola, pois na frente os caminhos estavam muito encurtados.
Assim, na primeira parte, assistiu-se a uma constante tentativa dos encarnados em furar pela densa muralha unionista, através de muitas combinações pelo corredor central – algumas delas com interessantes pormenores artísticos de Renato Sanches e Pizzi – e de algumas incursões de André Almeida pela direita (Eliseu esteve mais apagado). Mas nenhuma surtiu efeito. Os madeirenses estavam concentrados e determinados. Iam conseguindo anular a maioria das iniciativas contrárias e, depois, exploravam a velocidade e capacidade técnica dos seus homens mais adiantados para colocar o Benfica em alerta.
Curiosamente, o primeiro registo de perigo na partida pertenceu ao Benfica, num contra-ataque rápido de Gonçalo Guedes, que arriscou a jogada individual, mas rematou ao lado da baliza defendida pelo jovem internacional português André Moreira. O União não levou o aviso a sério e deu um "arzinho da sua graça": cruzamento de Paulinho, da direita do ataque unionista, Júlio César fica batido, mas Cádiz, no duelo com Lisandro e Jardel só conseguiu ganhar pontapé de canto. Cinco minutos depois, na sequência de um pontapé de canto batido por Joãozinho, Shehu apareceu solto de marcação no coração da área benfiquista mas cabeceou fraco para as mãos de Júlio César, naquela que foi a melhor oportunidade de golo em toda a primeira parte.
Até ao fim da primeira parte o melhor que o Benfica conseguiu foram dois cruzamentos da direita que estiveram perto de terminar em golo. Aos 26, André Almeida cruzou mas o remate acrobático de Gonçalo Guedes saiu torto e para fora. Aos 27, a melhor oportunidade do Benfica em todo este período: Renato Sanches cruzou, André Moreira hesitou na saída e Jonas, com tudo para fazer o golo, cabeceou mas não acertou no alvo.
Na etapa complementar o Benfica intensificou a pressão e logo mostrou ao que vinha. Ainda estávamos no primeiro minuto e já Mitroglou testava os reflexos de André Moreira, respondendo com um remate forte após assistência de Pizzi. Com o passar do relógio as oportunidades de golo foram aparecendo para os encarnados e todas elas tiveram um denominador comum para além de nenhuma ter acertado com o fundo das redes adversárias: Pizzi. Uma mão cheia de remates perigosos do internacional português, que lutava e batalhava como ninguém na busca dos três pontos.
O União ainda assustou, novamente num remate do internacional nigeriano Shehu, mas nesta altura o caudal ofensivo dos madeirenses era incomparavelmente inferior ao dos encarnados e a melhor oportunidade surgiria novamente para o lado do Benfica, num remate espontâneo de carcela, ao qual André Moreira respondeu com uma óptima defesa!
O desespero ia-se apoderando dos jogadores benfiquistas e a lucidez por vezes ausentava-se do jogo encarnado, enquanto que o União ia gerindo como podia os momentos do jogo. Os minutos passavam depressa de mais para uns, mas custavam a passar para outros.
Até ao fim da partida realce para uma última oportunidade do Benfica, no último instante do jogo, quando num lance algo atabalhoado, Talisca com tudo para marcar, atirou a rasar o poste. Posto isto, nada mais havia a fazer. Zero para os dois lados e ambas as equipas a somarem mais um ponto à sua classificação.
O Benfica empatou pela primeira vez na Liga, não saindo do nulo na deslocação à Madeira para defrontar o União local. A equipa de Rui Vitória não aproveitou o acerto de calendário para encurtar da maneira que queria as distâncias para os principais rivais, ao passo que os madeirenses conquistam importante ponto na luta pela manutenção, após dias de grande tensão no seio da família unionista.
O União, que vinha de uma humilhante derrota na Mata Real, apresentou-se de orgulho ferido e deixou a pele em campo, com os seus jogadores a entrarem determinados a limpar a face e a mostrar que o último jogo foi um acidente de percurso numa caminhada que se tem pautado, sobretudo, por uma grande organização defensiva, como hoje voltou a ficar bem patente, o que tornou deveras difícil a missão do Benfica neste desafio.
O meio-campo azul e amarelo foi composto por três homens de características defensivas (Shehu – Gian Martins – Soares) e por dois extremos incansáveis no apoio ao seus laterais (Amilton no auxílio a Paulinho e Élio Martins na ajuda a Joãozinho), sendo que a estratégia passou por jogar com as linhas recuadas e consentir o domínio da partida ao Benfica, para sempre que possível arriscar nas transições rápidas e levar perigo à baliza à guarda de Júlio César.
O Benfica, por sua vez, usou a "fórmula de Jorge Jesus" neste encontro, usando dois extremos que procuravam muito o jogo interior (Pizzi e Gonçalo Guedes) e abriam espaços para as contantes subidas de Eliseu e André Almeida nas laterais. Na frente, Mitroglou jogou mais fixo e Jonas aproximava-se de Renato Sanches e Fejsa em busca de espaço para ter a bola, pois na frente os caminhos estavam muito encurtados.
Assim, na primeira parte, assistiu-se a uma constante tentativa dos encarnados em furar pela densa muralha unionista, através de muitas combinações pelo corredor central – algumas delas com interessantes pormenores artísticos de Renato Sanches e Pizzi – e de algumas incursões de André Almeida pela direita (Eliseu esteve mais apagado). Mas nenhuma surtiu efeito. Os madeirenses estavam concentrados e determinados. Iam conseguindo anular a maioria das iniciativas contrárias e, depois, exploravam a velocidade e capacidade técnica dos seus homens mais adiantados para colocar o Benfica em alerta.
Curiosamente, o primeiro registo de perigo na partida pertenceu ao Benfica, num contra-ataque rápido de Gonçalo Guedes, que arriscou a jogada individual, mas rematou ao lado da baliza defendida pelo jovem internacional português André Moreira. O União não levou o aviso a sério e deu um "arzinho da sua graça": cruzamento de Paulinho, da direita do ataque unionista, Júlio César fica batido, mas Cádiz, no duelo com Lisandro e Jardel só conseguiu ganhar pontapé de canto. Cinco minutos depois, na sequência de um pontapé de canto batido por Joãozinho, Shehu apareceu solto de marcação no coração da área benfiquista mas cabeceou fraco para as mãos de Júlio César, naquela que foi a melhor oportunidade de golo em toda a primeira parte.
Até ao fim da primeira parte o melhor que o Benfica conseguiu foram dois cruzamentos da direita que estiveram perto de terminar em golo. Aos 26, André Almeida cruzou mas o remate acrobático de Gonçalo Guedes saiu torto e para fora. Aos 27, a melhor oportunidade do Benfica em todo este período: Renato Sanches cruzou, André Moreira hesitou na saída e Jonas, com tudo para fazer o golo, cabeceou mas não acertou no alvo.
Na etapa complementar o Benfica intensificou a pressão e logo mostrou ao que vinha. Ainda estávamos no primeiro minuto e já Mitroglou testava os reflexos de André Moreira, respondendo com um remate forte após assistência de Pizzi. Com o passar do relógio as oportunidades de golo foram aparecendo para os encarnados e todas elas tiveram um denominador comum para além de nenhuma ter acertado com o fundo das redes adversárias: Pizzi. Uma mão cheia de remates perigosos do internacional português, que lutava e batalhava como ninguém na busca dos três pontos.
O União ainda assustou, novamente num remate do internacional nigeriano Shehu, mas nesta altura o caudal ofensivo dos madeirenses era incomparavelmente inferior ao dos encarnados e a melhor oportunidade surgiria novamente para o lado do Benfica, num remate espontâneo de carcela, ao qual André Moreira respondeu com uma óptima defesa!
O desespero ia-se apoderando dos jogadores benfiquistas e a lucidez por vezes ausentava-se do jogo encarnado, enquanto que o União ia gerindo como podia os momentos do jogo. Os minutos passavam depressa de mais para uns, mas custavam a passar para outros.
Até ao fim da partida realce para uma última oportunidade do Benfica, no último instante do jogo, quando num lance algo atabalhoado, Talisca com tudo para marcar, atirou a rasar o poste. Posto isto, nada mais havia a fazer. Zero para os dois lados e ambas as equipas a somarem mais um ponto à sua classificação.
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