Eficácia
Vitória importante, conseguida num jogo que ficou marcado sobretudo pela eficácia no ataque, e em que a nossa boa reacção ao golo sofrido acabou por ser decisiva.
Regresso aos dois avançados na dupla Lima/Rodrigo. No meio campo o Fejsa jogou à frente dos centrais, com o consequente adiantamento do Matic no terreno. E face aos três laterais esquerdos lesionados, mais uma vez o André Almeida foi pau para toda a obra e ocupou a posição. Pareceu-me que na primeira parte o Benfica tentou regressar ao mais original dos 4-4-2 do Jesus, jogando numa táctica semelhante à da sua primeira época na Luz, com o Enzo a fazer as vezes de Ramires, ou seja, a dividir a sua zona de acção entre o meio e a direita. Sobre a primeira parte, pouco há a dizer. Foi um jogo extremamente repartido e sem muitos motivos de interesse, visto que quase não houve remates a uma ou a outra baliza e as ocasiões de perigo rarearam. Acabou por ser mais feliz o Benfica, que a sete minutos do intervalo se colocou em vantagem no segundo remate que fez durante todo o primeiro tempo (o primeiro tinha sido um do Enzo que passou bem longe do alvo). O golo resultou de uma fuga do Lima pela esquerda, com o guarda-redes adversário a fazer um disparate enorme ao tentar interceptar o cruzamento - julgo que terá tentado agarrar a bola, mas acabou por largá-la, o que deixou ao Rodrigo a simples tarefa de a empurrar para a baliza deserta. Face ao pobre futebol que foi apresentado durante o primeiro tempo (por ambas as equipas), podíamos considerar-nos felizes com a vantagem ao intervalo.
Para a segunda parte veio um Benfica tacticamente diferente, já que o Rodrigo deixou de jogar como segundo avançado e encostou-se à direita, ficando a outra faixa entregue ao Gaitán e permitindo ao Enzo fixar-se no centro. Mas isto aparentemente não provocou grandes alterações no desenrolar do jogo, já que este mantinha-se teimosamente como na primeira parte, desinteressante e em ritmo lento. Tudo se alterou no entanto quando ainda antes de findo o primeiro quarto de hora o Rio Ave empatou, após um cruzamento largo da esquerda que o André Almeida não conseguiu interceptar da melhor maneira, o que deixou o Ukra solto na zona do segundo poste para controlar a bola e fazer o golo. Ao contrário do que temos visto acontecer frequentemente esta época, o Benfica reagiu bem ao golo, e demorou apenas cinco minutos para voltar a colocar-se em vantagem, num livre directo superiormente marcado pelo Lima, que colocou a bola no ângulo. Poucos minutos após este golo a tarefa ficou ainda mais facilitada, visto que o Rio Ave ficou reduzido a dez por acumulação de amarelos do Wakaso. A partir daqui o Benfica controlou o jogo com enorme facilidade, e mesmo sem muito esforço acabou por chegar ao terceiro golo a dez minutos do final e matou de vez o jogo. Novamente o ressurgido Lima a marcar, desta vez num bom remate rasteiro de primeira, de pé esquerdo, a dar seguimento a um cruzamento do Rodrigo na esquerda - tinha passado para esse lado após a entrada do Markovic para o lugar do Gaitán.
O homem do jogo é evidentemente o Lima, que em boa hora resolveu reaparecer e acabar com o jejum de golos. Ambos os golos foram muito bons: o livre foi marcado de forma perfeita, e o segundo golo é um remate muito bom e colocado de primeira. Espero que este Lima (o da época passada) tenha regressado para ficar, para que não fiquemos tão dependentes do Cardozo. Gostei também do Rodrigo hoje, pois esteve muito mais activo e até o vi a recuar e a recuperar bolas. Provavelmente o golo na Bélgica terá contribuído para melhorar a sua confiança.
Com este importante resultado está consumada a ultrapassagem ao Porto. Mesmo sem jogar nada, com um treinador que já ultrapassou o prazo no clube, com os adeptos pouco motivados pela equipa, com o Salvio, o Cardozo, o Amorim e três defesas esquerdos lesionados, conseguimos entrar no segundo terço do campeonato na frente da tabela, ainda que com companhia. Portanto resta-me ter esperança que com os regressos dos jogadores lesionados e uma inevitável subida da confiança quer da equipa, quer dos adeptos associada à liderança repartida, as coisas só possam melhorar daqui para a frente.
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