terça-feira, 21 de maio de 2013

BENFICA - 3 MOREIRENSE - 1 - ACABOU

Despedida

Vitória na despedida de um campeonato que deixa o sabor amargo de ter sido muito mal perdido. Voltámos a complicar desnecessariamente as coisas dando praticamente uma parte de avanço ao adversário, mas uma melhoria substancial na segunda parte chegou e sobrou para dar a volta ao marcador.


Estiveram mais de 50.000 pessoas na Luz este fim de tarde, mas acho que muito pouca gente teria grandes ilusões sobre o desfecho do campeonato. Já vemos futebol neste país há algumas décadas, e todos sabíamos perfeitamente que, de uma maneira ou de outra, o nosso adversário directo acabaria sempre por vencer na Mata Real (e os factos desse jogo encarregaram-se de comprovar isso mesmo). Infelizmente, os nossos jogadores também pareceram entrar em campo mais ou menos convencidos do mesmo. Só assim se explica a primeira parte muito pobre que nos ofereceram, jogada quase a passo e com muita falta de imaginação no ataque. Havia quem argumentasse que seria cansaço da final de Amesterdão, mas nunca acreditei nessa teoria do cansaço, e a segunda parte mostrou que a haver cansaço só se fosse na cabeça dos jogadores. O Benfica produziu muito pouco em termos ofensivos, e apesar do esforço por parte do Matic e do Pérez, os nossos dois avançados estiveram desinspiradíssimos (o Cardozo teve um falhanço inacreditável), e pelas alas o jogo era quase inexistente - principalmente pela esquerda, onde o André Almeida revelava naturais dificuldades devido à falta de pé esquerdo, e o Ola John produzia mais uma exibição ao nível daquelas com que nos tem presenteado neste final de época - perfeitamente apática. A defesa também pareceu intranquila, com os jogadores mais interessados em reclamar com a equipa de arbitragem (por vezes enquanto a jogada prosseguia). foi aliás assim mesmo que o Moreirense chegou à vantagem, perto do intervalo. Marcaram rapidamente um livre, e enquanto os centrais estavam entretidos a discutir com o auxiliar, pelo centro apareceu completamente solto o Vinícius para controlar a bola e bater o Artur. No último lance da primeira parte, uma reacção do Benfica, com o Lima a acertar no poste, deixava acreditar que as coisas poderiam mudar.


Era preciso melhorar bastante na segunda parte se queríamos pelo menos acabar o campeonato com uma vitória, e foi isso que aconteceu. Para tal ajudou bastante termos passado a contar com o Gaitán na esquerda do ataque em vez o Ola John, que apenas tinha feito figura de corpo presente. Ajudou também termos imprimido ao jogo um ritmo bastante superior ao da primeira parte, e que os nossos jogadores se tenham movimentado bastante mais, oferecendo soluções de passe aos colegas que tinham a bola, em vez de ficarem quase estáticos a olhar para eles - foi frequente vermos o Gaitán, por exemplo, aparecer no centro e até mesmo na direita. Com cinco minutos decorridos já o pé esquerdo do Gaitán fazia estragos, com um centro perfeito para a cabeçada certeira do Cardozo igualar o marcador. O jogo não teve qualquer comparação com a primeira parte pois o Benfica, ainda e sempre com o Pérez e o Matic a evidenciarem-se, esteve sempre muito por cima, remetendo o Moreirense para a sua área, e de lá só saindo quando tentavam algum pontapé longo para o Ghilas. As oportunidades começavam a suceder-se para o Benfica, e só mesmo com muito azar é que a vitória não acabaria por nos sorrir. O Salvio viu um cabeceamento seu ser defendido para o poste da baliza, o Cardozo voltou a falhar escandalosamente ao atirar por cima quando tinha a baliza escancarada, mas a dez minutos do fim o Lima finalmente colocou justiça no resultado - à segunda tentativa, pois o primeiro cabeceamento, após centro do Salvio, ainda foi defendido pelo guarda-redes. Já mesmo a acabar o jogo, o Lima fez o gosto ao pé pela segunda vez, na marcação de um penálti a punir uma 'defesa' de um jogador do Moreirense sobre a linha de golo (e que impediu assim um golo de calcanhar do mesmo Lima).


Os melhores do Benfica foram os suspeitos do costume, Enzo e Matic. Mesmo durante a péssima primeira parte que fizemos foram aqueles que mais se destacaram, e depois durante a segunda parte estiveram ainda melhor. Foram bem merecidos os aplausos que o estádio em peso dedicou ao Enzo quando foi substituído. O Gaitán também esteve em bom nível, e a sua entrada foi muito importante para darmos a volta ao jogo.

Foi assim o fim de um campeonato que deixa a sensação que merecíamos claramente conquistar, pois fomos a equipa que melhor futebol apresentou durante largos meses. Infelizmente falhámos quando não poderíamos falhar, e assim ficámos ao alcance de um lance fortuito que acabou por no-lo retirar. Agora teremos que esquecer isso e concentrarmo-nos no último jogo da época, porque há uma Taça de Portugal para conquistar.

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