Liga Europa: Falcao volta a decidir…um ano depois
(3-0)
Mais uma noite brilhante de um jogador que o Atlético
de Madrid dificilmente conseguirá manter para a próxima temporada. Dois golos e
uma exibição de lucho do ex-portista Radamel Falcao contribuíram decisivamente
para a conquista da Liga Europa por parte do Atlético de Madrid, depois da
vitória por 3-0 frente ao Athletic de Bilbau, a segunda conquista europeia dos
madridistas em três anos. E o colombiano volta a ser determinante um ano
volvido, considerando que a final do ano passado, que o FC Porto venceu por 1-0
frente ao Sp. Braga, foi decidida com um golo seu. O terceiro golo foi apontado
pelo também antigo jogador do FC Porto Diego.
Num grande jogo de futebol entre duas equipas que
pouco respeitaram o valor do adversário, começou melhor o Atlético de Madrid,
com mais domínio de bola, melhor controlo de ataque e um jogo mais ligado entre
sectores, contrariamente ao Athletic de Bilbao, que jogava mais em esforço. Mas
sobressaía a entrega de ambos os conjuntos e a pressão em todo o campo. O
“basco” Marcelo Bielsa e o “colchonero” Diego Simeone, dois argentinos que
curiosamente não começaram a época nos seus clubes, estavam dispostos a não dar
espaço ao adversário. Mas não tinham passado ainda cinco minutos de jogo e os
homens da capital já tinham criado duas ocasiões de golo: a primeira por Adrián
a cruzamento de Arda Turan, aos três minutos e a segunda por Diego, aos seis, a
passe de Adrián.
Diego, aliás, que foi uma autêntica figura neste
jogo pela bela exibição que proporcionou. Era o prenúncio do minuto sete, minuto
em que o Atlético de Madrid se adianta no marcador. Falcao, ao seu melhor
estilo, tem uma jogada de insistência, entra na área e perante a (ausência de)
oposição de Amorebieta, remata cruzado e bate Iraizoz pela primeira vez. Um
grande golo que no entanto teve um efeito perigoso. O Atlético foi perdendo gás
e os bascos aos poucos foram crescendo na partida, dominando no que à posse de
bola dizia respeito. Com pouco perigo, é certo, mas quem se recorda do valor de
Muniain e de Llorente frente ao Sporting percebe que não precisariam de muitas
ocasiões para fazer a diferença. Muniain ainda teve uma boa chance aos 25
minutos, com Courtois a defender com dificuldade. Mas pouco mais se viu de
perigo do lado basco. Os centrais Godín e Miranda controlaram sempre bem
Llorente que esteve longe do que se esperava para um jogo com este calibre.
Não havendo Llorente de um lado, havia Falcao de
sobra do outro e foi com naturalidade (a naturalidade própria de um jogador com
um dom nato para finalizar) que o Atlético ampliou a vantagem. Disparate de
Amorebieta à entrada da sua área, Diego recupera a bola cruza para Falcao que
tira Aurtenetxe do caminho, e de novo com Amorebieta “nas covas” não tem grande
dificuldade em bater Iraizoz pela segunda vez. 28 golos em 29 jogos na Liga
Europa atestam a qualidade do colombiano que muito dificilmente será jogador dos
“colchoneros” na próxima temporada. Bielsa mexeu ao intervalo lançando Iñigo
Perez e Ibai Gomez, mostrando que estava disposto a deixar tudo em campo para
inverter a tendência deste resultado.
E só dava Bilbau na segunda parte com muita
iniciativa mas com uma tendência óbvia neste jogo: muitos cruzamentos para uma
área “vazia”, sem ninguém do Athletic para finalizar e sempre com o sector
defensivo do madridistas a controlar ora os espaços vazios ora as movimentações
dos homens mais perigosos. Quando a bola passava, Courtois mostrava-se atento.
Mas notava-se um Atlético de Madrid demasiado recuado, permitindo troca de bola
em frente à área, situação que Simeone permitiu quase até ao impossível, não
reforçando o meio campo defensivo antes do minuto 80 e numa altura em que muitos
dos seus jogadores já tinham dado o estoiro fisicamente. Mas tal como havia
acontecido na primeira parte, o Athletic de Bilbau ia dominando mas não resistiu
a mais um contra-golpe dos de Madrid. Aos 85 minutos, lance individual de Diego
que recebe a bola a meio do meio campo adversário e perante um apático
Amorebieta remata cruzado de pé esquerdo para sentenciar este jogo. 3-0, uma
vitória da eficácia perante uma deficiente defensiva dos bascos e a segunda
conquista europeia do Atlético de Madrid em apenas três anos, depois de há duas
épocas terem vencido o Fulham. Dois anos foram suficientes para Falcao se tornar
o terceiro melhor marcador da história da Taça UEFA / Liga Europa (29 golos) e
com a particularidade de todos os clubes com quem o Atletico de Madrid de cruzou
na prova deste ano terem conhecido a veia goleadora de Falcao.
Ficha de JogoAtlético de Madrid: Courtois; Juanfran, Miranda, Godín, Filipe; Gabi, Mario Suárez; Arda Turan (Domínguez 90+3’), Diego (Koke 90’), Adrián (Sálvio 88’) e Falcao;
Athletic Club: Iraizoz; Iraola, Javi Martínez, Amorebieta, Aurtenetxe (Ibai Gómez 46’); Herrera (Toquero 63’), Iturraspe (Iñigo Perez 46’), De Marcos; Susaeta, Llorente e Muniain;
Golos: Falcao (7’, 34’), Diego (85’)
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