Estranho hábito de sofrer
Numa jornada em que FC Porto e Sporting também ganharam, o Benfica cumpriu a sua obrigação e manteve as distâncias para os dois primeiros da Liga Sagres. Mas se a vitória encarnada é justa, não havia necessidade de os jogadores complicarem tanto uma tarefa que chegou a estar muito facilitada. De facto, quando Cardozo bisou na partida, aos 38', e fez o 3-0, os adeptos e o próprio Quique Flores devem ter pensado que a equipa podia embalar para uma grande exibição e repetir a goleada (6-0) obtida na primeira volta diante deste mesmo Marítimo. Puro engano. Um golo de Marcinho a fechar o primeiro tempo e um penálti duvidoso, aos 60', colocaram o Marítimo apenas a um golo de diferença. Isso enervou muito um Benfica demasiado desligado entre sectores e que terminou o encontro com o credo na boca, mesmo se o Marítimo nunca teve ocasiões flagrantes para empatar.
Ontem, pelo terceiro jogo consecutivo , Quique Flores repetiu o onze. E, coincidência ou não, a verdade é que a equipa deu uma boa resposta na primeira parte, jogando com enorme à-vontade no meio campo adversário. Na linha intermédia, o quarteto encarnado dominava as operações, sobressaindo Reyes, que foi quem mais desequilibrou no primeiro tempo. Por outro lado, o entendimento da dupla Nuno Gomes-Cardozo é cada vez melhor e criou muitos problemas aos centrais contrários. Foi, portanto, sem surpresas que o Benfica chegou ao golo, num lance em que David Luiz procurou a assistência e acabou por fazer golo. A equipa entusiasmou-se e, dos pés de outro lateral, Maxi Pereira, nasceu o segundo, concretizado por Cardozo, que voltou a beneficiar de enormes facilidades na área quando fez o 3-0.
Tudo corria bem às águias perante um adversário demasiado macio e lento, ainda que procurasse jogar de pé para pé. Só que, sem que nada o fizesse prever, pouco antes do descanso o Marítimo reduziu a diferença num lance em que a defesa encarnada não fica isenta de responsabilidades, pois permitiu a Marcelinho o cabeceamento vitorioso sem oposição, após livre de Bruno.
Mas nem esse facto fazia prever o que veio a suceder no segundo tempo. A saída de Aimar, lesionado, e a entrada de Di María descompensaram a equipa encarnada, enquanto Djalma, que substituiu o desinspirado Manu, trouxe outra vivacidade ao ataque maritimista. Contudo, não foi apenas o mérito de Carvalhal e dos seus jogadores que mudou completamente o desenrolar do encontro: do lado encarnado, a segunda parte trouxe uma forma de jogar descontrolada. A equipa partiu-se literalmente em duas, tendo sido notória a quebra física de Carlos Martins. Nada que Quique Flores não tenha percebido no banco, pois já estava Katsouranis pronto para entrar - era evidente a necessidade de voltar a mandar no meio-campo -, quando o Marítimo fez o segundo golo. E, mesmo que o penálti não pareça ter existido, nada justifica o descontrolo emocional e o nervosismo que se apoderaram então dos encarnados.
Mais preocupado em discutir as decisões do árbitro Rui Costa, mesmo quando tinha razão, o Benfica não voltou a mandar na partida como tinha feito no primeiro tempo. Aliás, só mais perto do final do encontro foi capaz de refrear os seus ímpetos atacantes e abrandar, como lhe convinha, o ritmo de um jogo que estava fora de controlo, tantas eram as perdas de bola que conduziram a um desafio de parada e resposta.
No fim, o mais importante para as águias - os três pontos - foi garantido, pelo que lhes resta continuar a somar vitórias até ao fim, na esperança de que o Sporting ainda venha a perder os pontos que lhes permitam ascender ao almejado segundo lugar. Quanto ao Marítimo, ao fim de seis jogos sem derrotas - e de uma série de cinco empates - sob o comando de Carvalhal, o desaire de ontem deve ter acabado com qualquer possibilidade de ainda chegar aos lugares europeus.
Benfica 3-2 Marítimo
Estádio da Luz
Relvado bom
32 408 espectadores
Árbitro Rui costa (AF Porto)
Assistentes Serafim Nogueira e António Vilaça
4.º árbitro Nuno Miguel Roque
-
Benfica.html
Treinador Quique Flores
12 Quim GR
14 Maxi Pereira LD
27 Sidnei DC
28 Miguel Vítor DC
23 David Luiz LE
24 Carlos Martins MO 61'
15 Rúben Amorim MD
6 Reyes AD 85'
10 Aimar AE INT
21 Nuno Gomes AV
7 Cardozo AV
-
1 Moreira GR
25 Jorge Ribeiro LE
26 Yebda MD d 85'
8 Katsouranis MD 61'
11 Balboa AD
20 Di María AE INT 5
9 Mantorras AV
-
Golos [1-0] 29' David Luiz; [2-0] 34' Cardozo [3-0] 38' Cardozo
-
Amarelos 43' Miguel Vítor, 67' Rúben Amorim, 77' Di María, 90'+1' Katsouranis, 90'+3' Quim
Vermelhos Nada a assinalar
Marítimo
Treinador Carlos Carvalhal
26 Marcos GR
21 Briguel LD 74'
44 João Guilherme DC
4 Van der Linden DC
17 Luís Olim LE 83'
10 Bruno MD
13 Olberdam MD
28 Marcinho MO
8 Paulo Jorge AD
15 Manu AE INT
35 Baba AV
-
1 Marcelo GR
3 Fernando Cardozo DC
77 Taka LE 83'
20 João Luiz MO 74'
60 Victor Junior MO
17 Djalma AD INT
25 Aquino AV
-
Golos [3-1] 44' Marcinho [3-2] 60' Bruno g.p.
-
Amarelos 82' Paulo Jorge
Vermelhos Nada a assinalar
Numa jornada em que FC Porto e Sporting também ganharam, o Benfica cumpriu a sua obrigação e manteve as distâncias para os dois primeiros da Liga Sagres. Mas se a vitória encarnada é justa, não havia necessidade de os jogadores complicarem tanto uma tarefa que chegou a estar muito facilitada. De facto, quando Cardozo bisou na partida, aos 38', e fez o 3-0, os adeptos e o próprio Quique Flores devem ter pensado que a equipa podia embalar para uma grande exibição e repetir a goleada (6-0) obtida na primeira volta diante deste mesmo Marítimo. Puro engano. Um golo de Marcinho a fechar o primeiro tempo e um penálti duvidoso, aos 60', colocaram o Marítimo apenas a um golo de diferença. Isso enervou muito um Benfica demasiado desligado entre sectores e que terminou o encontro com o credo na boca, mesmo se o Marítimo nunca teve ocasiões flagrantes para empatar.
Ontem, pelo terceiro jogo consecutivo , Quique Flores repetiu o onze. E, coincidência ou não, a verdade é que a equipa deu uma boa resposta na primeira parte, jogando com enorme à-vontade no meio campo adversário. Na linha intermédia, o quarteto encarnado dominava as operações, sobressaindo Reyes, que foi quem mais desequilibrou no primeiro tempo. Por outro lado, o entendimento da dupla Nuno Gomes-Cardozo é cada vez melhor e criou muitos problemas aos centrais contrários. Foi, portanto, sem surpresas que o Benfica chegou ao golo, num lance em que David Luiz procurou a assistência e acabou por fazer golo. A equipa entusiasmou-se e, dos pés de outro lateral, Maxi Pereira, nasceu o segundo, concretizado por Cardozo, que voltou a beneficiar de enormes facilidades na área quando fez o 3-0.
Tudo corria bem às águias perante um adversário demasiado macio e lento, ainda que procurasse jogar de pé para pé. Só que, sem que nada o fizesse prever, pouco antes do descanso o Marítimo reduziu a diferença num lance em que a defesa encarnada não fica isenta de responsabilidades, pois permitiu a Marcelinho o cabeceamento vitorioso sem oposição, após livre de Bruno.
Mas nem esse facto fazia prever o que veio a suceder no segundo tempo. A saída de Aimar, lesionado, e a entrada de Di María descompensaram a equipa encarnada, enquanto Djalma, que substituiu o desinspirado Manu, trouxe outra vivacidade ao ataque maritimista. Contudo, não foi apenas o mérito de Carvalhal e dos seus jogadores que mudou completamente o desenrolar do encontro: do lado encarnado, a segunda parte trouxe uma forma de jogar descontrolada. A equipa partiu-se literalmente em duas, tendo sido notória a quebra física de Carlos Martins. Nada que Quique Flores não tenha percebido no banco, pois já estava Katsouranis pronto para entrar - era evidente a necessidade de voltar a mandar no meio-campo -, quando o Marítimo fez o segundo golo. E, mesmo que o penálti não pareça ter existido, nada justifica o descontrolo emocional e o nervosismo que se apoderaram então dos encarnados.
Mais preocupado em discutir as decisões do árbitro Rui Costa, mesmo quando tinha razão, o Benfica não voltou a mandar na partida como tinha feito no primeiro tempo. Aliás, só mais perto do final do encontro foi capaz de refrear os seus ímpetos atacantes e abrandar, como lhe convinha, o ritmo de um jogo que estava fora de controlo, tantas eram as perdas de bola que conduziram a um desafio de parada e resposta.
No fim, o mais importante para as águias - os três pontos - foi garantido, pelo que lhes resta continuar a somar vitórias até ao fim, na esperança de que o Sporting ainda venha a perder os pontos que lhes permitam ascender ao almejado segundo lugar. Quanto ao Marítimo, ao fim de seis jogos sem derrotas - e de uma série de cinco empates - sob o comando de Carvalhal, o desaire de ontem deve ter acabado com qualquer possibilidade de ainda chegar aos lugares europeus.
Benfica 3-2 Marítimo
Estádio da Luz
Relvado bom
32 408 espectadores
Árbitro Rui costa (AF Porto)
Assistentes Serafim Nogueira e António Vilaça
4.º árbitro Nuno Miguel Roque
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Benfica.html
Treinador Quique Flores
12 Quim GR
14 Maxi Pereira LD
27 Sidnei DC
28 Miguel Vítor DC
23 David Luiz LE
24 Carlos Martins MO 61'
15 Rúben Amorim MD
6 Reyes AD 85'
10 Aimar AE INT
21 Nuno Gomes AV
7 Cardozo AV
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1 Moreira GR
25 Jorge Ribeiro LE
26 Yebda MD d 85'
8 Katsouranis MD 61'
11 Balboa AD
20 Di María AE INT 5
9 Mantorras AV
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Golos [1-0] 29' David Luiz; [2-0] 34' Cardozo [3-0] 38' Cardozo
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Amarelos 43' Miguel Vítor, 67' Rúben Amorim, 77' Di María, 90'+1' Katsouranis, 90'+3' Quim
Vermelhos Nada a assinalar
Marítimo
Treinador Carlos Carvalhal
26 Marcos GR
21 Briguel LD 74'
44 João Guilherme DC
4 Van der Linden DC
17 Luís Olim LE 83'
10 Bruno MD
13 Olberdam MD
28 Marcinho MO
8 Paulo Jorge AD
15 Manu AE INT
35 Baba AV
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1 Marcelo GR
3 Fernando Cardozo DC
77 Taka LE 83'
20 João Luiz MO 74'
60 Victor Junior MO
17 Djalma AD INT
25 Aquino AV
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Golos [3-1] 44' Marcinho [3-2] 60' Bruno g.p.
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Amarelos 82' Paulo Jorge
Vermelhos Nada a assinalar
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