terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

S.J. VER - 1 A. VISEU -1 - SEM PALAVRAS



Dominar não chega para vencer


O Académico de Viseu escorregou "devagarinho" até ao sexto lugar, após o empate cedido, ontem, em S. João de Ver. Frente ao último classificado, a formação orientada por Luís Almeida dominou territorialmente, não permitiu que o adversário pusesse o pé em ramo verde, mas ficou-se por ai.Os visitantes obtiverem 16 pontapés de canto, contra nenhum do adversário, o que mostra o pendor ofensivo dos viseenses. Todavia, apesar disso, contam-se pelos dedos de uma só mão as oportunidades flagrantes de golo, conseguidas.Luís Almeida surpreendeu com algumas mudanças que, de certo modo, alteraram de forma estrutural a equipa. Alex apareceu no lugar de Calico, Leandro reocupou o lado contrário da defesa, enquanto que Álvaro surgiu no lugar habitualmente ocupado por Rui Lage. De resto, a habitual dupla de centrais, com Luís Costa no lado esquerdo do meio campo e Rui Santos a regressar à titularidade na ala direita. Por sua vez, Fernando aparecia nas costas da dupla de avançados habitual.Com este esquema, Luís Almeida via a sua equipa pressionar mais alto, procurando, desde o início, criar situações de desequilíbrio no último reduto contrário. Só que as intenções do treinador não se traduziram na produção da equipa. Durante largos períodos alugava-se meio campo, mas ficou-se por aí a equipa viseense. Com a linha média a complicar o que, aparentemente, era fácil, disso se ressentiu o ataque, que raramente teve oportunidade de alvejar com êxito a baliza de David. Por sua vez, a defesa teve que se mostrar atenta a Tchocomar e companhia, mas a baliza de Augusto não passou por qualquer momento de aflição. Diríamos que o jogo teve, quase sempre, sentido único, mas a formação, orientada por Luís Almeida, falhou, claramente, no capítulo da finalização.Viseenses entram bem na partidaO início antevia uma boa partida por banda dos viseenses. Logo no primeiro minuto, Fernando Ferreira recuperou uma bola à saída do seu meio campo, cavalgou até à entrada da área contrária, dando a bola para Rui Santos, que atirou por cima do travessão da baliza de David.Era um bom tónico para os viseenses, que mantinham o adversário manietado e sem espaço para lograr criar quaisquer dificuldades a Augusto. O perigo volta a rondar a baliza de David, mas Zé Bastos, em clara crise de confiança, não acerta no alvo.À passagem do primeiro quarto de hora fica clara a intenção de ambos os conjuntos. Os locais procuram tapar todos os caminhos para a sua baliza, deixando Tchocomar "entalado" entre a dupla de centrais academistas, para quem se tornou "presa" fácil.Os viseenses mantinham o domínio da partida, mas são inconsequentes no ataque. Luís Costa e Rui Santos não conseguiam abrir pelas alas, enquanto que Zé Bastos e Everson andavam sempre longe da área, com este último a ter, muitas vezes, que vir buscar jogo atrás.Aos 32 minutos, os viseenses voltaram a estar perto do golo, mas David, com uma grande defesa, negou o golo a Zé Bastos. Até ao intervalo, o cariz do jogo manteve-se, com os viseenses a lograrem obter oito cantos a seu favor, mas que de nada valeram.Domínio inconsequente no segundo tempoPara a segunda metade, os locais apareceram mais afoitos no ataque, mas foi sol de pouca dura, pois o jogo, aos 10 minutos, estava como no primeiro tempo. A equipa, orientada por Luís Almeida, dominava técnica e territorialmente o jogo e o adversário, numa das tardes mais tranquilas de Augusto.A ocasião mais flagrante e clara de golo surgiu aos 23 minutos, com Sérgio a acertar no travessão, na sequência de mais um pontapé de canto.À entrada do último quarto de hora, Luís Almeida mexeu na equipa, com a entrada de Lopes para o lugar do estafado Fernando Ferreira. Logo a seguir Paquete é expulso, deixando a equipa da casa reduzida a 10 unidades para os derradeiros minutos do encontro.As entradas de Valdo e Filipe Figueiredo, para os lugares de Luís Costa e Rui Santos, em nada mudaram o jogo. Aliás, estranhamente nenhum destes jogadores apareceu a dar profundidade ao futebol academista, pelo que o nulo final é um castigo para a ineficácia atacante dos viseenses.No final, Luís Almeida considerou que, apesar de tudo, a sua equipa até teve uma boa prestação, destacando que dominou o jogo em casa do adversário, mas admitiu que falhou no capítulo da finalização.Numa tarde primaveril, mas de futebol "sonolento", salvou--se o trio de arbitragem do Porto, claramente a melhor equipa em campo.l

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