segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A.VISEU - 5 SATÃO - 0 - GOLEADA


Luís Almeida muda sistema e obtém goleada
A vitória do Académico de Viseu não sofre contestação, numa partida fraca, sob o ponto de vista técnico, onde se lutou muito num terreno empapado, fustigado pela chuva que caiu durante todo o encontro. A Desportiva de Sátão acabou por cometer erros que lhe foram fatais. Com Filipe Figueiredo, Rui Santos e Milford lesionados e Leandro castigado, Luís Almeida fez uma pequena revolução no xadrez da equipa, assim como no esquema táctico, apresentando um 4x4x2, sem extremos, com dois pontas de lança (Everson e Zé Bastos), num meio campo em losango, com Filipe mais recuado, Álvaro sobre a direita, Luís Costa à esquerda e Fernando Ferreira nas costas dos avançados. A alteração do sistema táctico, pela primeira vez experimentado por Luís Almeida, tornou a equipa mais consistente e deixando-a mais confortável. Destaque para Cabido, que se estreou a lateral esquerdo e cumpriu a tarefa a preceito. Por sua vez, Carlos Marques optou por reforçar o meio campo, deixando o ataque entregue a Geyson e Reinaldo, num claro 4x4x2 mais defensivo.
Viseenses entrama todo o gás
O Académico iniciou a partida com uma boa dinâmica, imprimindo um ritmo elevado ao jogo, o que dificultou a tarefa à formação orientada por Carlos Marques. Logo aos três minutos, Everson perdeu a primeira grande ocasião dos viseenses para inaugurar o marcador, mas tentou uma finta ao guardião Tó Lopes, num terreno encharcado.Com a equipa visitante acantonada na sua defesa, os viseenses não baixaram o ritmo e decorrida a primeira dezena de minutos já tinham conseguido oito pontapés de canto. Álvaro, aos 11 minutos, com uma bomba do meio da rua, obrigou Tó Lopes à defesa da tarde, numa altura em que a Desportiva de Sátão tentava sacudir a pressão e a intensidade do jogo dos donos da casa. Só aos 15 minutos Augusto foi chamado a intervir sem dificuldade.Até ao intervalo, a formação de Luís Almeida deteve o comando da partida, mas não mais voltou a criar dificuldades a Tó Lopes e companhia. O esquema montado por Carlos Marques passava por jogar no erro do adversário, para o tentar surpreender. Só que a equipa de Sátão raramente criou dificuldades a Augusto, que teve uma das tardes mais tranquilas da época.
Golo a abrir a segunda metade
A segunda metade não podia começar melhor para a formação viseense. Zé Bastos cruzou da direita, Everson cabeceou sem perigo, mas Tó Lopes e Chico (?) atrapalharam-se, com a bola a sobrar para Álvaro, que só teve que empurrar para a baliza deserta.O mais difícil, para os donos da casa, estava feito, com os visitantes a passarem por algum desacerto após o golo. Tó Lopes, aos 49 minutos, aplicou-se para negar o segundo aos academistas.À passagem do primeiro quarto de hora da etapa complementar, assistia-se a uma partida atípica, com muita luta a meio campo. O melhor momento do encontro chegou aos 68 minutos, com Costa a cruzar da direita e Zé Bastos a fazer um golo de calcanhar, de belo efeito.Sem necessidade de acelerar muito o jogo, o terreno também não o permitia, os viseenses iam conseguindo levar a água ao seu moinho. A equipa de Carlos Marques foi quase inofensiva, mesmo quando o marcador já lhe era desfavorável. Aos 78 minutos, na sequência de um canto apontado por Álvaro, Tiago fez o terceiro golo para os donos da casa, com Lopes, a quatro minutos do final, a fechar o placard, num lance que começou em Álvaro. O médio academista esteve menos em jogo que em Anadia, mas marcou um e esteve em mais dois golos da sua equipa.O trio de arbitragem, dirigido por Luís Ramos, foi a melhor equipa em campo. Bem fisicamente, acompanhou os lances de perto, tendo, talvez, exagerado na amostragem de um ou dois cartões amarelos. Diga-se, em abono da verdade, que os jogadores não complicaram a sua tarefa, mas o juiz de Nelas deixou correr o jogo, intervindo o estritamente necessário.Reacções:Luís Almeida:"Mudei o sistemana hora certa"Pela primeira vez utilizei este sistema, que já tínhamos experimentado nos treinos. Mudei na hora certa, porque o Académico foi uma equipa forte, de acordo com o que pretendo, com todos os jogadores a lutarem pela posse da bola e a mostrarem que querem ganhar o jogo. Se continuarmos assim, atingiremos os objectivos que pretendemos, que é a subida de Divisão.O treinador academista e os novos reforçosRicardo Gomes, um médio de ataque, e Valdo, extremo, são os novos reforços do Académico de Viseu. Sobre os novos jogadores, o treinador academista já teve ocasião de os analisar. "São dois bons rapazes, com alguma qualidade, que vêm ajudar o grupo de trabalho".Carlos Marques: "Fomos uns passarinhos"Pagámos caro os erros que cometemos. Não está em causa a vitória do Académico, que foi superior, jogando um futebol prático que o terreno de jogo permitia. Demorámos a entrar na partida, mas conseguimos equilibrar depois do primeiro quarto de hora. Entramos desconcentrados no segundo tempo. Fomos uns "passarinhos" em três golos. Os erros pagam-se caros, mas houve jogadores que se esqueceram de jogar para a equipa, mas sim para a bancada.
José Luís Araújo