Feio
Mais uma vitória magra mas importante do Benfica, num jogo bastante feio de ver e que apesar de ter sido quase todo controlado pela nossa equipa me pareceu que teve períodos de 'q.b.' a mais do Benfica, o que nos poderia ter custado bastante caro.
Regresso do Benfica, esperado, ao onze mais habitual nos últimos tempos. Percebeu-se logo desde o início que não seria fácil jogar com grande velocidade, porque a relva, alta e molhada, travava bastante a bola. Mas o Benfica teve uma boa entrada do Benfica no jogo, rapidamente remetendo o Belenenses para junto da sua área. Foi interessante ver a forma como a equipa, apesar de jogar num teórico 4-4-2, conseguiu sempre uma superioridade numérica muito grande no meio campo, com o Gaitán e o Markovic sempre a fechar muito bem no meio, e ainda o Rodrigo ou o Lima a baixar também. A boa entrada do Benfica no jogo foi recompensada logo aos sete minutos, num lance em que todo o mérito vai para o Gaitán. Num lance individual fantástico, agarrou na bola ainda no nosso meio campo e arrancou por ali fora, deixando todos pelo caminho, para depois finalizar com um chapéu ao guarda-redes feito ainda bem de fora da área. Marcar cedo num jogo destes era o melhor que se podia pedir para o Benfica. Mas depois do golo o Benfica foi progressivamente adormecendo o jogo, jogando a uma velocidade cada vez mais reduzida, sobretudo quando o intervalo estava mais próximo. Mas o controlo do jogo foi praticamente total durante toda a primeira parte - nem sei se o Belenenses chegou a fazer um remate durante esse período, e quase só chegou perto da nossa baliza, sem perigo, através de livres despejados para a área.
No início da segunda parte o Benfica voltou a acelerar na procura de um segundo golo, que nos daria maior tranquilidade. Vimos os nossos jogadores a conseguir ganhar frequentemente a linha de fundo e construímos algumas boas ocasiões para marcar (Gaitán, Rodrigo, Maxi, Garay) mas o golo não surgiu, e findo o primeiro quarto de hora o Benfica voltou a desacelerar. O Belenenses acreditou que seria possível conseguir alguma coisa do jogo e arriscou mais no ataque, mas continuou a ser inofensivo e o Oblak a ser pouco mais do que um espectador no jogo, com a bola a continuar a chegar perto da nossa baliza sobretudo através de livres despejados para a área. O Belenenses chegou mesmo a introduzir a bola na nossa baliza, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo que não me pareceu existir, pelo menos ao jogador que fez o remate. Este lance pelo menos pareceu servir para despertar o Benfica, que voltou a empurrar o Belenenses para o seu meio campo, ainda que mantendo o ritmo de jogo irritantemente lento. Mais fáceis ficaram as coisas nos últimos dez minutos, quando o Belenenses ficou reduzido a dez. Apesar da diferença mínima no marcador, o Benfica controlou o jogo e o resultado à vontade, trocando a bola entre os seus jogadores com o Belenenses a fazer pouco mais do que correr atrás dela. Estivemos até próximos de alargar a vantagem, através do Salvio, mas o guarda-redes do Belém conseguiu defender com o pé.
O melhor do Benfica foi novamente o Gaitán. Está num excelente momento de forma, e voltou a demonstrar a sua qualidade no fantástico golo que marcou. Gostei também da dupla de centrais, do Enzo e do Maxi. O Fejsa conseguiu irritar-me com a quantidade excessiva de faltas que cometeu, algumas delas perfeitamente desnecessárias - felizmente foram quase todas cometidas na zona do meio campo.
Na altura em que termino de escrever isto fico a saber que aumentámos para nove pontos a vantagem sobre o Porto. São boas notícias. Mas temos manter os pés assentes na terra e preparar com muito cuidado a recepção ao Estoril. O Estoril é uma das boas equipas da Liga, e é a segunda equipa que mais pontos conquistou fora de casa (atrás de nós). Para além disso, o jogo será disputado antes de um jogo europeu com o Tottenham. Já sofremos dissabores antes de jogos europeus, e por mais que digam que o campeonato é o objectivo principal, a verdade é que desconfio que na cabeça dos jogadores a oportunidade de se exibirem para o mercado inglês possa pesar. Não podemos dar-nos ao luxo de perder a concentração.
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