Trabalho
Pela terceira vez visitámos o Moreirense esta época, e pela terceira vez o jogo não foi nada fácil, apesar da enorme diferença pontual que separa as duas equipas. Foi preciso trabalhar muito para vencer este jogo, mas a nossa qualidade acabou por se impor e justificar a conquista dos três pontos.
Depois do jogo da Taça a meio da semana, dois regressos à equipa: Maxi e Gaitán, por troca com André Almeida e Ola John. Apesar do risco de ver um amarelo que o colocaria fora do jogo em Braga, o Matic manteve-se no onze e acabou mesmo por jogar os noventa minutos. A primeira jogada parecia querer confirmar as dificuldades que se previam, pois o Ghilas fugiu pela esquerda e, de ângulo apertado, rematou ao poste. Mas foi com naturalidade que o Benfica assumiu o controlo do jogo, embora revelasse dificuldades para atacar com a qualidade do costume - não sei se é do piso, mas sempre que jogamos aqui parece que a bola é mais lenta sobre o relvado. O Moreirense insistiu muito sobre o nosso lado esquerdo, com o Ghilas a fugir ao Jardel para cair nessa zona e a causar dificuldades ao Melgarejo, mas após os primeiros minutos os nossos jogadores acertaram com as marcações e o perigo desapareceu. No ataque é que os problemas eram maiores, pois faltou alguma qualidade no passe e sobretudo maior lucidez e rapidez de execução na altura da finalização. A melhor oportunidade para o Benfica surgiu já sobre o intervalo, numa iniciativa individual do Gaitán, que passou por toda a gente mas depois o passe final saiu mal, com o Salvio a conseguir ainda em esforço, e quase sobre a linha final, rematar ao poste.
O melhor que poderia ter acontecido ao Benfica foi mesmo marcar logo a abrir a segunda parte. A reentrada em jogo foi forte, e deu frutos logo após três minutos, quando o Salvio pegou numa bola recuperada pelo Lima ainda perto do meio campo, foi por ali fora deixando os adversários todos para trás, e rematou rasteiro para o segundo poste. Com o Benfica em vantagem o jogo mudou bastante, pois passámos a dispor de mais espaços para atacar, e deu para perceber que seria muito mais provável um novo golo do Benfica do que o Moreirense voltar a repor a igualdade. Poucos minutos após o golo, aliás, só mesmo um corte de um defesa do Moreirense em cima da linha de golo evitou que o Salvio voltasse a marcar. Apesar de se esforçar e lutar muito no meio campo, o Moreirense era incapaz de criar perigo, pois o seu ataque resumia-se praticamente a uma luta sem sucesso do abandonado Ghilas contra a nossa defesa. Foi uma questão de esperar até que o Benfica desse o golpe de misericórdia, o que sucedeu a vinte minutos do final. O autor do golo foi o Lima, que finalizou com calma à saída do guarda-redes, após receber um passe do Ola John - tinha entrado minutos antes para o lugar do Gaitán. Com a chuva a aumentar de intensidade o campo ficou cada vez mais pesado e a qualidade do jogo caiu ainda mais, havendo até ao final apenas a assinalar mais algumas ocasiões que o Benfica poderia ter aproveitado melhor para voltar a marcar.
O Salvio para mim foi o melhor jogador do Benfica esta noite. Gostei das exibições do Luisão e do Pérez também, e ainda da forma como o Melgarejo, depois de ter sido ultrapassado algumas vezes na fase inicial do jogo, depressa soube adaptar a sua forma de defender para não voltar a dar espaços pelo seu lado. Não gostei do jogo que o Cardozo fez.
Terminamos assim a primeira volta sem perder qualquer jogo e no topo da classificação. Não foi uma primeira volta perfeita, já que empatámos três jogos, mas não esteve longe disso - o desempenho foi igual ao da primeira volta da época passada. Temos agora que tentar manter a concentração e o nível durante a segunda volta do campeonato, e para isso convém começarmos já com uma vitória no difícil jogo que se segue. Creio que se isso acontecer, será um ímpeto muito grande e talvez mesmo decisivo para que conquistemos este título.
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