segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

MARITIMO - 2 BENFICA - 1 -TRISTEZA

Eliminação
Uma segunda parte imbecil e algo displicente resultou na primeira derrota da época e na consequente eliminação da Taça de Portugal. Ainda não será desta que o Jorge Jesus consegue vencer este troféu.

Onze com algumas mudanças para além da esperada troca do Artur pelo Eduardo: Rúben, Matic, Saviola e Nolito nos lugares do Maxi, Javi, Aimar e Bruno César. Boa entrada do Benfica no jogo, com o Marítimo a mostrar que seria sempre um adversário complicado, pois tentava sempre pressionar o portador da bola e não dava muito espaço nem tempo para jogar. O Benfica ia no entanto dominando a posse de bola e criando as únicas oportunidades no jogo, já que em termos de ataque o Marítimo limitava-se a jogar bolas longas para o Baba, que ia sendo facilmente anulado pelo Jardel. Chegámos à vantagem no marcador aos vinte e sete minutos, através de um penálti convertido pelo Saviola. O lance é todo ele mérito do Nolito, que insistiu no meio de vários adversários até entrar na área e cair. Depois do golo, não se notou grande reacção da parte do Marítimo, tendo o intervalo chegado sem que o Eduardo tivesse feito uma única defesa.

Para a segunda parte o Marítimo veio naturalmente mais adiantado em campo, na procura do golo do empate. E mesmo connosco ainda em vantagem no marcador, já eu me estava a sentir profundamente irritado com a displicência do Benfica no ataque. O maior atrevimento do Marítimo significava, naturalmente, mais espaços dados na defesa, que nós poderíamos aproveitar para matar o jogo. Mas apesar de surgirem lances em que os nossos jogadores apareciam em igualdade ou mesmo em superioridade numérica, o que aconteceu quase sempre foi o portador da bola baixar a cabeça e tentar fazer tudo sozinho, acabando por ir para cima dos adversários e perdendo a bola - quantas vezes se viu o Nolito completamente solto na esquerda, e ninguém se lembrava de meter para lá a bola? Logo a abrir o Rodrigo falhou, isolado, o que poderia ter sido o segundo golo. O Marítimo respondeu com um remate que proporcionou a primeira defesa - e uma grande defesa, diga-se - do jogo ao Eduardo. e ao fim de quinze minutos chegou ao empate, num lance em que não há nada a fazer, porque um remate a vinte e cinco metros da baliza que leva a bola ao ângulo não deixa quaisquer hipóteses. Cinco minutos depois, só nova grande defesa do Eduardo evitou o segundo do Marítimo. E a vinte minutos do final, logo a seguir à entrada do Aimar, o previsível segundo golo madeirense apareceu mesmo, numa lances simples: balão para as costas da defesa, e o extremo Sami veio 'calmamente' desde a linha até ao meio para fazer um chapéu ao Eduardo, enquanto o Emerson assistia ao lance em posição privilegiada. Com o Aimar o nosso jogo subiu muito, mas a equipa esteve desastrada na finalização: contei pelo menos quatro oportunidades flagrantes (duas do Aimar, uma do Nolito e uma do Rodrigo) que desperdiçámos. E assim não admira que tenhamos ficado fora da Taça.

Melhor no Benfica o Jardel. Não foi por ele que o Benfica perdeu, e conseguiu controlar com facilidade o jogador adversário mais perigoso. Gostei também do Witsel, e dos vinte minutos do Aimar, pese as oportunidades falhadas. Para variar, não gostei do Rodrigo: esteve praticamente escondido do jogo, exagerou no individualismo e quando apareceu conseguiu falhar duas oportunidades flagrantíssimas para golo. O Gaitán, nem consegui perceber se jogou a segunda parte. Também não gostei do Emerson. Julgo que à vontade terá feito 90% dos passes para trás, porque arrisca pouquíssimo. A jogada típica foi a bola chegar-lhe aos pés, ele ver um adversário a dez metros, voltar-se para trás e atrasar a bola. Foi de tal forma que no início da segunda parte o Marítimo deu-se ao luxo de não colocar ninguém a controlar as suas eventuais subidas, preferindo reforçar o centro. Para piorar, foi interveniente directo no golo que deu a vitória ao Marítimo, pois deixou o seu adversário directo escapar e antecipar-se-lhe.

Eu percebo a necessidade de se gerir o plantel e tudo mais. Mas se queríamos mesmo vencer a Taça de Portugal, então tenho mais dificuldade em compreender que num jogo desta dificuldade nos demos ao luxo de deixar de fora jogadores como Maxi, Javi ou Aimar. Viu-se claramente a diferença que fez no nosso futebol a entrada do Aimar no jogo. Para além disso, o tempo de reacção à entrada do Marítimo na segunda parte foi tardio: viu-se desde início o reforço da zona central, e julgo que se teria imposto a troca de um avançado por um médio mais cedo, e não apenas depois de o mal estar feito. Enfim, depois das coisas acontecerem, criticar é fácil. Foi a primeira derrota da época, e alguma vez acabaria por acontecer. A Taça está perdida, resta-me apenas evitar histerias, desejar que se tenha aprendido alguma coisa com isto, e que no próximo fim-de-semana consigamos trazer a vitória deste mesmo estádio.

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