SC Penalva do Castelo 1-1 Ac.Viseu FC
Não é fácil passar para palavras os sentimentos que nos invadem, quando vemos um jogo como o de hoje. Desilusão e gratidão talvez sejam esses os sentimentos certos.
A grande surpresa no onze academista, se é que podemos chamar de surpresa, foi a inclusão de Rui Santos que regressou, assim, à condição de titular muito tempo depois. Assim Lima Pereira, castigado, apostou no seguinte onze: Nuno; Marco Almeida, Calico, Tiago Gonçalves e Casal; Álvaro (c), Ricardo Ferreira e João Paulo; Luisinho, Rui Santos e Bacari.
O primeiro sinal de relativo perigo, foi dado pelo ex academista Mateus mas, na jogada seguinte, Vareiro (que esteve à experiência no Académico de Viseu no início da época) travou em falta Luisinho, dentro da grande área, lance que deu grande penalidade que teve tanto de justa como de desnecessária. Aos 4 minutos o Académico podia inaugurar o marcador mas Ricardo Ferreira denunciou tanto o remate que fez com que Vareiro passasse de vilão a herói. Balde água bem gelada nas aspirações academistas.
Pouco depois, aos 8 minutos ou por lá perto, o Penalva do Castelo chegou ao golo. Um golo onde ninguém da defesa academista, incluindo o guarda redes, ficou bem na fotografia; cruzamento à vontade da esquerda, buraco no centro da defensiva, Nuno até chocou com Casal, e Luís Cardoso de cabeça fez o um a zero para o Penalva.
È a partir daqui que o cronista fica desiludido. Pelo erro defensivo? Também, mas não só. Desiludido sobretudo porque o Académico, como o resultado lhe impunha, não pegou no jogo, não empurrou o adversário para o seu meio campo defensivo, porque o mostrou uma gritante falta de atitude e também uma gritante falta de ideias. Dou o exemplo Luisinho, o homem ainda a esta hora deve estar com dores nos braços de tanto pedir a bola no flanco esquerdo, mas o Académico apenas afunilava o jogo com passes e decisões sem grande sentido.
Apesar disso tudo foi o Académico a equipa a estar mais perto do golo na primeira parte. Naquela que, para mim, foi a melhor jogada do desafio, Rui Santos (parece estar a regressar) atirou ao ferro da baliza de Vareiro. Ao intervalo: Penalva 1-1 Ac. Viseu.
Tinha que mudar o Académico para a segunda parte. E Mudou, para muito melhor! Saíram os apagadíssimos Casal e João Paulo e entraram Hélder Rodrigues e Baio. Ricardo Ferreira desceu para defesa esquerdo (na minha opinião a melhor opção para esse lugar já que Jorge pelos vistos não conta), Baio juntou-se a Bacari na frente de ataque, Luisinho numa ponta, Hélder Rodrigues na outra e o meio campo entregue a Álvaro e Rui Santos.
È aqui que entra o sentimento de gratidão. Em toda a segunda parte, mesmo com uma ou outra má decisão, todos os jogadores academistas lutaram, esforçaram-se e deram o litro. Lutaram contra uma defesa muito bem liderada pelo eterno Sérgio (que traulitada que ele deu no RS10) e lutaram contra o anti jogo caseiro.
Dou dois exemplos desse anti jogo. Primeiro Califa, caiu bem perto da lateral e pareceu fulminado por um raio, contorceu-se com muitas dores, tantas dores que nem deu para se arrastar 5 centímetros para fora das 4 linhas. Assim que chegou fora do campo… ressuscitou! Depois Luís Cardoso; este magoou-se mesmo no nariz e ficou a queixar-se fora do terreno de jogo. Pediu assistência aí? Qual quê… entrou de novo para o campo e mandou-se para o chão.
Mas voltemos ao jogo ao fim e ao cabo o que mais interessa. E aí, no campo, o Académico foi dono e senhor do jogo até ao minuto 83. Faltou nessa altura algum discernimento para tomar as melhores atitudes e faltou sorte quando, pouco depois do minuto 60, Baio correspondeu com uma cabeçada ao poste a um cruzamento de Hélder Rodrigues.
Entretanto já com Dede em campo (saiu Rui Santos) o Penalva podia mesmo ter chegado ao 2-0 se Califo não tivesse desperdiçado uma grande penalidade. O certo é que se escreveu direito sobre linhas tortas, pois Nuno não fez penalty, a única coisa que houve foi um salto magnífico para o chão, um salto que faria corar de vergonha o Nélson Évora.
Aqui repetiu-se o que se passou na primeira parte. Não marcou o Penalva de penalty, marcou o Académico pouco depois. Livre de Álvaro do lado direito e cabeça fulminante de Baio a dar o empate.
A partir daí assistiu-se à melhor fase do encontro. O Académico e o Penalva quiseram o golo da vitória. Baio baixou para defesa esquerdo, Ricardo Ferreira e Dede fecharam no meio campo. Houve bola lá e bola cá, houve vontade de finalmente dar verdadeiro espectáculo. Mas já era tarde para isso.
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