segunda-feira, 7 de novembro de 2011

BRAGA - 1 BENFICA -1 - POUCO

 
Não sei dizer se ganhámos um ponto ou perdemos dois, sei apenas que não estou satisfeito com o resultado, nem particularmente impressionado com a nossa exibição, embora reconheça a dificuldade do jogo e ainda a influência dos vários factores desestabilizadores que ocorreram.

Algumas alterações na equipa titular, sendo a mais surpreendente a titularidade do Rúben Amorim na direita do meio campo, saindo o Bruno César do onze. Na frente, desta vez foi o Cardozo quem começou o jogo, ficando o Rodrigo no banco. E quanto à primeira parte, sinceramente, não me é possível dar uma opinião pormenorizada.
Quando decorrem oitenta minutos desde o apito inicial do árbitro até à saída para intervalo, devido a constantes falhas de luz, o mais natural é perder interesse no jogo, porque o ritmo é constantemente interrompido e a qualidade sofre com isso. Pelo que me consegui aperceber, o jogo foi equilibrado, disputado sobretudo na zona do meio campo, e com muito poucas oportunidades flagrantes de golo - da nossa parte apenas me recordo de um cabeceamento do Cardozo, que passou muito perto do poste. Mesmo a fechar os oitenta minutos, surgiu uma obra de arte do nosso amigo desdentado Proença, a dar continuidade à sua longa história de assinalar penáltis contra nós, e nunca os assinalar a nosso favor (não vá alguém acusá-lo de ser benfiquista). Lá descortinou uma mão intencional do Emerson, e o Braga saiu para intervalo na frente.

Na segunda parte a aposta arriscada foi retirar um médio para entrar um segundo avançado (Rodrigo), e pareceu-me que o Braga tirou partido disso para ganhar superioridade na zona do meio campo. O jogo continuou a ser mais disputado que bem jogado, com muito poucas oportunidades de golo, e sinceramente pensei que só mesmo numa jogada fortuita é que conseguiríamos evitar a primeira derrota da época. Irritou-me um pouco o facto de me parecer que explorámos pouco as alas, sabendo-se que o Braga tinha sobretudo um problema na esquerda da defesa - curiosamente, o Maxi até foi dos que mais arriscou atacar por aquele lado, e acabou por fazer um jogo abaixo do seu habitual, com diversas perdas de bola no ataque e passes errados. O golo do empate acabou mesmo por surgir de uma forma algo feliz, com um remate enrolado do Rodrigo, aproveitando um mau alívio da defesa, a ser desviado por um defesa e a trair o amuadinho da baliza. Até final, apesar de ambas as equipas mostrarem vontade em conseguir mais, mostraram também falta de inspiração para fazer melhor - no caso do Benfica, só mesmo na última jogada do encontro é que voltei a ver uma boa ocasião de golo, num remate cruzado do Rodrigo.

Fiquei com a impressão de que houve jogadores importantes que hoje passaram ao lado do jogo. Já citei o Maxi, mas também não gostei do que jogou o Aimar, Cardozo ou Gaitán (com a excepção da boa jogada em que ofereceu o golo ao Cardozo, no tal cabeceamento que passou perto do poste), por exemplo. Não estou a dizer que estiveram muito piores do que os colegas, porque acho que a equipa toda até esteve mais ou menos homogénea em termos exibicionais. Apenas esperava mais destes jogadores num jogo importante como este.

Um empate em Braga é melhor do que aquilo que conseguimos nos dois últimos anos. E tal como nesses dois anos, com o Sousa e o Xistra, o Braga voltou a contar com um reforço de peso (Proença) - sempre tão estrito em tudo o que seja contra o Benfica, sempre tão permissivo no que seja a favor. Por isso mesmo talvez o empate acabe por ser um mal menor. Mas, obviamente, sabe-me a pouco, porque desejava mais.

A falta de eletricidade não foi a única peripécia no encontro de ontem. Que o diga o Benfica, que no final do encontro, no regresso aos balneários deparou-se com a ausência de gás. Os jogadores não tiveram água quente para tomar banho e foram obrigados a recolher ao autocarro com sinais bem visíveis da luta dentro das quatro linhas e com um semblante carregado pela insólita situação.
Aliás, alguns ainda nem tinham despido o equipamento, agasalhando-se apenas com casacos e gorros para se protegerem do frio. O motivo apresentado para a ausência de gás foi o mesmo que originou a falta de eletricidade, ou seja, um problema elétrico que teve de ser solucionado com o gerador.

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