segunda-feira, 14 de março de 2011

BENFICA - 1 PORTIMONENSE - 1 - FRAQUITOS OS SUPLENTES

Se havia dúvidas quanto à luta pelo título, o onze que Jorge Jesus apresentou esta noite disse quase tudo e o empate diante do último classificado acabou definitivamente com as aspirações dos mais optimistas. O Benfica, com um onze de recurso, ofereceu um brinde ao Portimonense que, depois de quatro rondas a pontuar, alcançou a Naval no fundo da classificação. Depois quatro jogos a oferecer um golo de avanço e a virar o jogo na Luz, os encarnados encravaram e consentiram o primeiro empate em mais de um ano.

O Benfica entrou em campo com praticamente todas as segundas opções, apresentando inclusive três estreias na presente edição da Liga - Moreira, Carole e Luís Filipe - deixando apenas Pablo Aimar como representante da equipa principal. Já se sabia que Jesus estava obrigado a mexer na estrutura principal, não só pelos castigos de Maxi Pereira, Luisão e Javi Garcia, mas também pela anunciada intenção do treinador de poupar jogadores para o segundo jogo com o PSG. Mas ninguém esperava que Jesus fosse tão longe, nem o Portimonense, que começou o jogo retraído, com duas linhas muito próximas, junto à área de Ventura.

Este novo Benfica até teve muito espaço para ensaiar os primeiros lances, com meio-campo cedido pelos algarvios. Carole foi o primeiro a mostrar-se, abrindo caminhos com rápidas combinações com César Peixoto, mas rapidamente se percebeu que este Benfica estava a anos-luz da equipa principal. Não só em termos de entrosamento, mas sobretudo em velocidade e na pressão sobre o adversário. O Portimonense, desconfiado, deixou-se ficar no seu meio-campo e raramente arriscava passar para o lado contrário.

O Benfica, sem conseguir profundidade, estava longe de estar a jogar bem, mas pior estava o Portimonense que não conseguia construir um lance que pusesse em causa o novo quarteto defensivo da Luz. Num minuto tudo mudou. Primeiro Lito fez a trave de Moreira abanar com um pontapé do meio da rua. No lance seguinte, aconteceu o impensável. Cruzamento de Candeias e Roderick corta a bola com a mão, no limite, mas dentro da área. Grande penalidade que Ricardo Pessoa transformou em golo. Uma vantagem caída do céu que este Benfica não conseguiu desmontar até ao intervalo, apesar de todas as fragilidades que os algarvios derramavam em campo.

A voar para o empate

Ficava a sensação que com um pouco de mais velocidade, o Portimonense caía com estrondo. E foi isso que Jesus também sentiu, fazendo de entrar, numa assentada, Salvio e Gaitán. Uma arrancada de Salvio, no primeiro lance da segunda parte, confirmou as suspeitas. O Benfica ganhava asas com os argentinos e conquistava metros no terreno, levando o jogo até à linha de fundo e multiplicando as oportunidades de golo, diante de um Portimonense encolhido que só conseguia aliviar o colete de forças com as escapadelas do desamparado Candeias.

Jesus procurou dar mais alento à equipa, trocando Aimar por Nuno Gomes, para delírio da Luz, mas Carlos Azenha também foi preparando a equipa para resistir. Os minutos passavam céleres, o Benfica carregava e arriscava tudo. Ao ponto de deixar Hélder Castro escapar para, com um chapéu, bater Moreira, mas por capricho, o poste deixou o Benfica em jogo. Logo a seguir, numa jogada de insistência, Nuno Gomes (quem mais?) conseguiu, finalmente, colocar a bola na baliza e evitar o prejuízo maior.

Ainda faltavam mais de dez minutos, o jogo estava aberto e emotivo. O Benfica acreditava, até porque nos últimos quatro jogos na Luz tinha começado a perder e tinha conseguido dar a volta. Desta vez não conseguiu e, ao fim de mais de um ano, consentiu o primeiro empate.

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