terça-feira, 3 de março de 2009

Academico de Viseu 1-1 CD Tondela - FRUSTANTE


O dérbi da região, da 3ª Divisão Nacional, deu um empate, num jogo intenso, com emoção e alguns nervos à mistura. O resultado final acaba por se aceitar, mas tendo em conta as oportunidades criadas, o Académico de Viseu bem se pode queixar da sorte, mas também da falta de algum sangue-frio, nomeadamente de Alex, que numa disputa com um adversário "arriscou" e viu o segundo cartão amarelo, numa altura em que os visitantes estavam reduzidos a 10 unidades.Mas o dérbi teve outros protagonistas, aqueles que devem passar despercebidos num campo de futebol. Depois de uma primeira parte irrepreensível, João Brás e seus auxiliares regressaram para um segundo tempo, onde mostraram como um árbitro não deve estar em campo, tornando-se em protagonismo imerecido. Estamos à-vontade, porque, há oito dias atrás, escrevemos nestas mesmas páginas que o trio de arbitragem tinha sido a melhor equipa em campo, no jogo que os academistas disputaram em S. João de Ver.À margem destes factores, o jogo foi muito disputado, digno de um dérbi, que teve todos os ingredientes. Desnecessárias, apenas, algumas picardias, que alastraram às bancadas.O Académico esteve melhor no primeiro tempo, período em que criou ocasiões para ir para o intervalo em vantagem. Everson, aos 32 minutos, falhou, escandalosamente, o golo,. No segundo tempo, com o tal protagonista inesperado, o jogo teve mais emoção, houve golos, mas ficou aquém daquilo que as duas equipas tinham produzidos na etapa inicial.Primeira parte bem disputadaPara este encontro, Luís Almeida lançou o regressado Casal como defesa esquerdo e deve ter gostado do que viu, pois o polivalente jogador teve uma excelente actuação, mesmo quando teve que mudar de posição, para o lado contrário. De resto, manteve tudo na mesma. Álvaro a trinco, com Fernando Ferreira a coordenar, e bem, as acções ofensivas.Por sua vez, o Tondela apareceu no Fontelo com algumas cautelas. Jesus apostou na solidez defensiva para neutralizar as acções do meio campo e ataque dos donos da casa. Para além de uma primeira linha de quatro defesas, o técnico tondelense apostou em Seninho e Xico como médios mais defensivos, deixando Nuno Pedro como organizador do jogo atacante da sua equipa. Por isso, a partida foi muito disputada no centro do terreno, onde a luta foi intensa.Os academistas entraram dispostos a marcar cedo, pelo que, desde o início, procuraram encontrar caminhos para a baliza adversária. Aos seis minutos, Mikael teve que se aplicar para evitar que um cruzamento de Rui Santos inaugurasse o marcador.À passagem do primeiro quarto de hora, o domínio dos viseenses tornou-se mais evidente, com os visitantes a optarem por responder pela certa. Aos 17 minutos, Beré, em resposta a um livre apontado por Gomes, fez a bola passar rente ao travessão da baliza de Augusto.Com o decorrer do jogo, os viseenses intensificaram a pressão e ganharam vários pontapés de canto. Aos 25 minutos, o golo dos donos da casa esteve à vista, num livre apontado por Luís Costa, mas Mikael defendeu por instinto, desviando a bola pela linha final.Aos 32 minutos, os viseenses poderiam ter chegado ao golo, mas Everson falhou, escandalosamente, atirando ao lado, com a baliza escancarada.Nos instantes finais do primeiro tempo, foi Augusto quem teve que se aplicar, num livre apontado por Nuno Pedro.Segundo tempo mais emotivoA etapa complementar foi mais emotiva, embora a qualidade do futebol praticado ficasse aquém do que tínhamos visto nos primeiros 45 minutos.As duas equipas regressaram com a mesma atitude, o que não aconteceu com o trio de arbitragem, que esteve longe do nível patenteado no primeiro tempo, e, em nome da verdade, em prejuízo dos viseenses. Disso se ressentiu o jogo, mais viril, menos bem jogado e com muitos nervos à mistura. Os viseenses reentraram bem na partida, com os tondelenses a manterem a mesma coesão defensiva.A expulsão de Seninho, aos 57 minutos, mudou o cariz do jogo, a que se juntou, três minutos depois, a exclusão de Alex, reequilibrando as hostes. O jogo ficou aberto, agora numa toada de parada e resposta, mas num futebol menos elaborado.Aos 24 minutos, os viseenses estiveram, outra vez, próximos do golo, com Rui Santos a cruzar da esquerda, mas Xico evitou que o remate de Casal fosse para a baliza, desviando pela linha final. Na sequência do canto, Fernando Ferreira cruzou, com conta, peso e medida, para a cabeça de Everson inaugurar o marcador.A resposta dos visitantes não se fez esperar. António Jesus puxou das armas que tinha no banco e conseguiu os seus intentos. A cinco minutos do final, os visitantes beneficiaram de um livre na meia-lua, que Nuno Pedro, de forma superior, transformou no empate final.
in Diário de Viseu

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