terça-feira, 11 de novembro de 2008
TAÇA PORTUGAL - BENFICA -3 AVES - O - CALMO
Tranquilamente
E não 'com tranquilidade'. É preciso não confundirmos as coisas. Foi tranquilamente que o Benfica assegurou esta noite a passagem aos oitavos-de-final da Taça de Portugal. A obrigação foi cumprida, com mais ou menos brilho, mas sempre sem sobressaltos.O Quique tinha dito que a Taça de Portugal era para levar muito a sério, e depois da brincadeira contra o Penafiel foi isso que se viu esta noite. Apresentámos de início uma equipa muito pouco de segundas escolhas, sendo que apenas o Moreira, Léo e Binya se poderiam considerar 'mais suplentes'. Em termos tácticos, o Benfica apresentou-se ligeiramente diferente esta noite, parecendo jogar num losango, com o Binya mais recuado, o Aimar a jogar com bastante liberdade nas costas dos dois avançados (Suazo e Cardozo), e com o Carlos Martins e o Yebda a preencherem os lados. A falta de vontade para brincadeiras cedo ficou expressa no marcador, já que entrámos praticamente a ganhar. Na sequência do primeiro canto do jogo, marcado pelo Carlos Martins aos dois minutos de jogo, o Yebda mergulhou e de cabeça fez o primeiro golo. Continuando no mesmo ritmo, fomos criando oportunidades de golo, sobretudo pelo Suazo, mas o hondurenho hoje estava em noite de pouco acerto. Ainda assim, à passagem dos vinte minutos o resultado subiu para 2-0, na sequência de mais uma bola parada do Carlos Martins. Desta vez foi um livre na esquerda, ao qual correspondeu o Luisão com o peito para o golo. E à meia hora já marcávamos o terceiro, desta vez de bola corrida, com um passe de calcanhar do Aimar (não sei se intencional ou não; no estádio fiquei com a sensação de que ele quereria fazer outra coisa) a desmarcar o Maxi, que finalizou com facilidade. Por esta altura parecia possível que deste jogo saísse uma goleada, mas depois disto sim, o Benfica baixou a velocidade, já que o Aves parecia incapaz de incomodar-nos, e o jogo aparentemente estaria resolvido.Como a segunda parte continuou nesta tendência, o resto do jogo acabou por parecer-se mais com um treino um bocadinho mais sério. Mesmo num ritmo mais pausado, o Benfica conseguia ir criando oportunidades para dilatar a vantagem, sendo que agora eram sobretudo o Cardozo e o Aimar a substituirem o Suazo na função de falhar golos. O jogo acabou por dar-nos a possibilidade de assistir ao regresso do David Luiz, que mostrou manter algumas das qualidades que aprecio nele (desarmes em antecipação, e subidas com a bola controlada), mas também mostrou estar com alguma sofreguidão em mostrar serviço, o que nem sempre deu bons resultados. Do outro lado do campo, o Moreira era quase mais um espectador, já que quase não teve que fazer uma defesa digna desse nome. O tom mais marcante destes segundos quarenta e cinco minutos foi mesmo o desperdício por parte do Benfica. Por vezes aparecia tanta gente em posição de remate que os nossos jogadores acabavam por atrapalhar-se uns aos outros, ou rematar em esforço quando tinham colegas melhor colocados. Face às oportunidades criadas, o Benfica deveria ter conseguido aumentar a vantagem, mas tal não aconteceu e o 3-0 manteve-se até final.Para variar, desta vez destaco um jogador que não costuma ser mencionado por mim muitas vezes nesta coisa dos melhores em campo. O Maxi Pereira fez um jogo muito bom hoje. Sempre seguro a defender, também apoiou muito o ataque (mais do que, por exemplo, o Léo, que continua a mostrar-se atipicamente tímido a atacar) e foi recompensado com um golo, na jogada mais bonita da noite. Bem sei que a oposição hoje não foi das mais fortes, mas foi um prazer ver jogar o Aimar. Pelo toque de bola, e pela inteligência que mostra na forma como se movimenta e passa. No que toca aos piores, o Cardozo esteve mauzito. Se calhar o Suazo até falhou mais golos do que ele, mas o Cardozo fez sobretudo uma segunda parte muito fraca, tendo também a sua quota-parte de golos falhados.Este era mais um daqueles jogos em que o que havia a perder (uma eliminação seria um escândalo) era muito mais do que o que havia a ganhar, já que em teoria o Benfica tinha a obrigação de vencer tranquilamente o Aves. Foi isso que fez, e por isso pouco mais há a dizer.
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