segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

V.GUIMARÃES - 0 BENFICA - 1 APERTADO

Letal

Este foi para mim o jogo mais difícil que vi o Benfica da era Lage fazer. O Vitória conseguiu tirar a bola ao Benfica, e num jogo disputado a um ritmo muito elevado foi preciso um Benfica letal no ataque e muito concentrado na defesa para trazer de Guimarães os três pontos.


Ano novo, velho onze: foram exactamente os mesmos que nos últimos jogos têm conseguido boas exibições e vitórias. As dificuldades que enfrentaríamos neste jogo ficaram visíveis desde o apito inicial. O Vitória pressionou no campo todo e conseguiu cortar à partida quase todas as jogadas de ataque do Benfica. Acho que no primeiro quarto de hora mal conseguimos passar do meio campo. O Vitória conseguia sempre atacar com muita gente e insistia muito pelo nosso lado direito, onde o Davison se ia repetidamente atirando para o chão e arrancando faltas até sacar um amarelo ao Tomás Tavares. O Benfica acabou por ser letal e chegou ao golo aos vinte e três minutos na primeira jogada de ataque bem construída que conseguiu, e no primeiro remate à baliza. O Chiquinho soltou para a entrada do Pizzi na área, pela direita, e este devolveu-lhe a bola, mas apareceu ali o Cervi que rematou de pé direito e sem muita força, mas a suficiente para levar a bola para o fundo da baliza. Esse remate acabou por ser mesmo o único que fizemos durante a primeira parte. O Vitória continuou por cima do jogo e a ameaçar a nossa baliza, chegando mesmo a criar uma boa ocasião de golo, que o Vlachodimos negou com uma defesa brilhante. De resto, com maior ou menor dificuldade, fomos conseguindo resolver os problemas que o Vitória nos ia criando.


Na segunda parte o cenário foi mais ou menos o mesmo, mas o Benfica conseguiu controlar melhor o ímpeto vitoriano, até porque a opção da nossa equipa pareceu-me ser claramente encolher as linhas e jogar na contenção, abdicando mais do ataque - o Vinícius foi um jogador muito só na frente. A maior ocasião de perigo resultou de um erro crasso do Vlachodimos, que largou uma bola fácil vinda de um cruzamento, mas depois acabou por resolver a situação com uma defesa de reflexo brilhante. De resto não houve muitas situações dignas de menção, à excepção dos repetidos disparates por parte dos nossos adeptos, que insistiam em atirar tochas para o relvado e provocando assim a interrupção do jogo (de certeza que vamos pagar isto bem caro). As substituições que fizemos também apontaram nesse sentido - não alterámos muito o esquema táctico, mas fomos refrescando as posições com jogadores para ajudar a segurar o resultado, em particular a troca do Chiquinho pelo Samaris, que foi ocupar a posição mais recuada do meio campo e levou ao adiantamento consequente do Gabriel e do Taarabt. O Pizzi teve uma grande ocasião de golo numa jogada muito simples, onde o Tomás Tavares recebeu um passe longo para as costas da defesa e deixou a bola para o remate do Pizzi isolado. Mas depois de ver a repetição do lance tenho quase a certeza que se resultasse em golo este seria anulado por posição irregular do Tomás Tavares. Já em período de descontos o Gabriel ainda obrigou o guarda-redes do Vitória a uma boa defesa na marcação de um livre, e o Vitória ficou reduzido a dez por expulsão do Rochinha, mas isso não teve qualquer influência porque praticamente não se jogou daí até ao apito final.


Num jogo muito solidário e sem momentos de grande brilho o maior destaque na equipa do Benfica foi mesmo o Vlachodimos, que foi fundamental na manutenção da vantagem mínima. O Cervi marcou o golo da vitória e trabalhou muito - foi quase um segundo defesa lateral esquerdo - tal como o Taarabt, que teve quase sempre muita cabeça com a bola nos pés e recuperou várias bolas. O Pizzi teve um jogo muito pouco conseguido, mas para variar acabou por ser decisivo, já que é dele a assistência para o golo.

Estes três pontos são daqueles que costumam valer campeonatos. Conforme disse, achei que foi talvez o jogo mais difícil que vi o Benfica fazer na era Lage. O Vitória é uma equipa que joga muito futebol, que tem no Ivo Vieira um treinador que eu respeito muito, e que a jogar em casa soube manter-se fiel aos seus princípios de jogo. Foi bom regressar do interregno e manter a tendência de vitória, colocando mais um pouco de pressão nos nossos perseguidores mais próximos para o jogo de amanhã.

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