No Dia das Mentiras, o Benfica goleia no teste mais difícil
Por João Paulo Godinho sapodesporto@sapo.pt
O Benfica goleou esta noite o Braga, por 5-1, e passou com distinção o teste que tem sido apontado por todos como o mais difícil na reta final da Liga. No jogo da 28ª jornada da Liga, e perante 61 mil pessoas, o bicampeão começou a sofrer mas acabou a jogar ao som de ‘olés’.
Frente ao forte Braga de Paulo Fonseca – a única equipa em Portugal ainda a disputar quatro provas -, o técnico Rui Vitória cumpriu a ideia de não fazer poupanças e atacou na máxima força, com os regressos de Mitroglou, Fejsa, Gaitán e Jardel ao onze. Já os bracarenses tentavam surpreender na Luz com um ataque muito móvel, graças a Rafa, Pedro Santos, Hassan e Wilson Eduardo.
Quando muitos ainda procuravam o seu lugar, já o Braga atirava ao poste. Com 20 segundos de jogo, Wilson Eduardo assustou Éderson e quase fez golo na primeira jogada da formação arsenalista. Estava dado o primeiro sinal de aviso da equipa de Paulo Fonseca, ao qual se seguiriam ainda duas outras boas oportunidades, com Hassan (6') e Rafa (11'), mas o golo não surgiu.
Por outro o lado, o Benfica demorava a soltar-se, mas, ao contrário do adversário, não perdoou na primeira oportunidade. Um erro numa saída de um pontapé de baliza deixou Mitroglou em posição privilegiada diante de Matheus, com o grego a atirar para o 1-0 aos 17 minutos.
Os bracarenses sentiram um pouco o abalo do primeiro golo, mas não se desuniram e continuaram a criar problemas ao Benfica, que agora mostrava também maior desenvoltura e concentração. A capacidade de pressão dos encarnados também se intensificou e aos 36' apareceu mesmo o segundo golo. Renato Sanches rompeu no flanco direito e tentou o passe, mas a bola foi desviada pelo braço de André Pinto. Chamado a converter a grande penalidade, Jonas fez o 2-0, perante os protestos dos minhotos face à decisão do árbitro Nuno Almeida.
O Benfica passava agora a ter um maior conforto na partida, mas uma transição rápida quatro minutos depois deixou os encarnados ainda mais seguros. Pizzi, num remate colocado de fora da área, fez o 3-0 aos 40' e carimbou uma excelente vantagem dos anfitriões ao intervalo. O triunfo estava bem encaminhado para os líderes da Liga, mas o Braga já antes havia demonstrado capacidade para surpreender. E com efeito, os arsenalistas até entraram melhores e dispuseram de excelentes ocasiões. Porém, a ineficácia teve um preço demasiado alto para o arrojo e ambição da equipa.
Ciente disso, o Benfica teve uma entrada bem mais forte na segunda parte, disposto a não dar chances de reação. O quarto golo esteve iminente em vários momentos dos primeiros minutos, mas seria preciso esperar um pouco mais. Assim, a superioridade encarnada, que agora já se exibia a alto nível, foi sublimada aos 72 minutos.
A vitória encarnada já era gorda, mas acrescentou-lhe ainda uma forte pronúncia grega, já que Mitroglou iria bisar e elevar a vantagem para 4-0, na sequência de uma assistência de Jonas. Três minutos depois, foi Samaris, que havia saltado do banco pouco tempo antes para o lugar de Fejsa, mostrou credenciais inusitadas na bola parada e fez de livre o 5-0. Foi o primeiro golo neste tipo de lances de bola parada na época do Benfica.
Até ao fim, o Braga teve ainda ocasião para fazer o seu tento de honra em tempo de descontos. Nélson Semedo derrubou Pedro Santos na área e o árbitro Nuno Almeida apontou para a marca da grande penalidade, assinalando assim o primeiro penálti no campeonato contra os encarnados. Na conversão, Pedro Santos não perdoou e fez o 5-1.
A ressaca dos jogos internacionais e a proximidade do desafio com o Bayern ameaçava quebrar o ritmo do Benfica, mas os encarnados exibiram a sua melhor face e aumentaram provisoriamente a vantagem na Liga para cinco pontos em relação ao Sporting.
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