sábado, 18 de abril de 2015

BELENENSES - 0 BENFICA-2 - CURTA

Eficácia

Boa vitória num jogo não tão bom do Benfica esta tarde no Restelo. Não houve o futebol bonito que vimos a equipa produzir nos últimos jogos em casa mas houve Jonas e mais três pontos no bolso, que nos permitem entrar em vantagem no jogo da próxima semana, que pode ser decisivo para o título.


Não será uma crónica muito pormenorizada, porque conforme já escrevi noutras ocasiões tenho alguma dificuldade em ver os jogos quase ao nível do relvado, e foi isso que me aconteceu hoje. No onze inicial do Benfica houve uma grande surpresa na ausência do Salvio. Pelos vistos terá sido por lesão, por isso espero que possa recuperar durante a semana. Jogou o Ola John no seu lugar. No lugar do suspenso Maxi esteve, como era esperado, o André Almeida. O Benfica voltou a marcar cedo: cinco minutos decorridos, ainda com muita gente à espera para entrar no estádio, e já o inevitável Jonas abria o marcador, depois de aproveitar uma bola solta que tinha sido dividida entre o Lima e o guarda-redes no seguimento de um péssimo passe do Pelé (tanto barulho fizeram para que ele e o Dálcio jogassem, agora azar). Pouco antes já um corte no limite de um defesa do Belém quase tinha dado autogolo. Se se esperava que o golo madrugador permitisse um jogo tranquilo ao Benfica, essa esperança foi vã. Em termos atacantes o Benfica pouco mais conseguiu fazer na primeira parte, e foi o Belenenses quem assumiu as despesas do jogo e pressionou na procura do empate, quase sempre tentando tirar partido de livres do Carlos Martins (e teve muitos), que num deles obrigou o Júlio César a uma defesa muito apertada. O Benfica praticamente não conseguiu sair de forma organizada para o ataque, e tentava fazê-lo mais através de iniciativas individuais, sobretudo do Gaitán, mas sem grande sucesso. Na memória ficou-me apenas uma boa combinação no ataque que libertou o Gaitán, mas o seu remate foi interceptado no limite por um defesa.


O Belenenses não conseguiu no entanto manter o ritmo na segunda parte. O Benfica teve mais bola, e mesmo sem deslumbrar pareceu ter sempre o jogo bem mais sob controlo do que durante a primeira parte. E as coisas mais facilitadas ficaram quando, ao fechar o primeiro quarto de hora, fez o segundo golo. O Gaitán fez um passe largo da esquerda para a direita onde, para não variar, o Jonas controlou com o peito e com um remate cruzado bateu o guarda-redes. Este golo pareceu ter afectado bastante o Belenenses, que deixou fugir a réstia de fôlego que ainda ia aparentando ter. Por outro lado, teve o condão de dar ainda mais confiança ao Benfica para controlar o jogo sem grandes sobressaltos. A partir daqui o Belenenses já quase não incomodava no ataque, enquanto que o Benfica ia deixando o tempo correr e continuava a jogar sem muito brilho no ataque - o Gaitán insistiu bastante em jogadas individuais que acabavam por se perder por levá-las longe demais. Deu também finalmente para fazer alguma gestão (mínima) dos amarelos, retirando de campo o Jonas e o Samaris, este já bem perto do final. E por falar em perto do final, foi já em período de descontos que o Belenenses construiu uma claríssima ocasião de golo, na qual o Júlio César correspondeu com uma enorme defesa por instinto ao remate do Dálcio. Não foram muitas as ocasiões claras de golo do Belenenses, mas quando as teve o Júlio César correspondeu bem. Já do nosso lado, houve eficácia quase total.


Já se torna repetitivo, mas não há nada a fazer. O destaque óbvio no Benfica vai para o Jonas, decisivo uma vez mais. Dois golos e uma frieza enorme na altura de atirar à baliza. Bem o Júlio César, gostei também do jogo do Jardel, que teve uma vez mais trabalho adicional a fazer dobras à esquerda, e do Samaris.

Para a semana a questão do título poderá ficar quase decidida. Podem dar as voltas que quiserem, mas com esta vitória a manter a vantagem de três pontos a pressão está praticamente toda do lado do adversário. Para nós, qualquer resultado que não uma derrota deixa o título quase entregue, atendendo ao calendário que resta. E mesmo uma derrota, desde que pela margem mínima, deixar-nos-ia como única equipa dependente de si própria. Tendo em conta aquilo que tem sido a nossa produção em casa esta época, temos motivos para nos sentirmos confiantes.

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