terça-feira, 2 de outubro de 2012

Benfica-Barcelona, 0-2 - NADA A FAZER


 Esta história já conhecemos
A gente conhece a história, sabe como ela vai muito provavelmente acabar. Já muitos tentaram mudar-lhe o enredo, muito poucos o conseguiram. O Benfica nem procurou escrever um guião próprio. Seguiu o do Barcelona, à espreita de uma deixa para poder brilhar. Não conseguiu, o Barça foi a estrela, como sempre. 2-0 é o saldo do jogo que levou à Luz a melhor equipa do mundo, para a segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Desta vez o Barça nem deu de avanço, não se deixou sequer surpreender por um primeiro golo do adversário, como aconteceu com o Spartak ou no sábado, com o Sevilha.
Benfica-Barcelona (Inácio Rosa/Lusa) O Benfica começou por entusiasmar o público da Luz com avanços rápidos, Bruno César já tinha rematado duas vezes, em duas jogadas de contra-ataque, mas Messi atalhou a história. Aos 6 minutos, colocou a bola direitinha à frente de Alexis Sanchéz, que apareceu na área para encostar. O Benfica nem tentou entrar no campeonato do Barça. Podia tentar maior pressão sobre a bola e sobre quem a tinha, podia ser mais agressivo? Conseguiria? Nem um bocadinho? Ficamos sem saber. Portanto, a bola era deles, o Benfica contentou-se em tentar aproveitar o tempo em que conseguisse apanhá-la. Numa interceção, num corte, numa perda de bola. Quando o conseguia, tentava uma subida em velocidade, uma troca de bola rápida, o remate sem tempo a perder. Tentou várias vezes, logo aos 11m Gaitán lançou Lima, que rematou para uma boa defesa de Valdés. 
Depois, invariavelmente, começava tudo outra vez. O Barcelona com a bola, o Benfica à espera. Podia não parecer assim tanto, mas os números aí estão para calar as ilusões. À meia hora, 71 por cento de posse de bola para o Barcelona, contra 29 do Benfica. Que tinha conseguido fazer 73 passes, quando o Barça já ia para lá dos 260. E continuava a somar. Tiki, taka, tiki, taka.
Benfica-Barcelona (Inácio Rosa/Lusa) De vez em quando, não muitas vezes, o Barcelona também se cansa daquilo e avança para a área. Rápido, felino. Como aos 22m, quando Alexis encontrou Messi ao centro e o 10 obrigou Artur a uma grande defesa. Os números, outra vez. A primeira parte terminou com 6 remates à baliza para o Benfica, 3 para o Barça. Chegou para entusiasmar a Luz, que criou um grande ambiente à volta da equipa, contagiada por aquela vontade do Benfica em fazer qualquer coisa de útil com o contra-ataque. Para a segunda parte Jorge Jesus fez entrar Carlos Martins e tirou Bruno César. E o Barcelona esteve perto de entrar a somar outra vez. De novo Messi a desembrulhar a coisa e Alexis Sanchez a aparecer, sobre a esquerda, e a fazer a bola passar perto do poste da baliza de Artur. E depois, marcou mesmo outra vez o Barça. 56 minutos, Messi, sempre ele. Lançou Fabregas e o número 4, sobre a esquerda, escolheu para onde rematar e bateu Artur. O Benfica ainda tentou responder. Logo a seguir, um remate forte de longe de Salvio obrigou Valdés a esticar-se.
Benfica-Barcelona (Inácio Rosa/Lusa)
Do banco, Jesus tentou mais qualquer coisa. Entrou Aimar, saiu Enzo Perez. O 10 do Benfica, o veterano de hoje que em tempos foi o ídolo de criança de Messi, não conseguiu muito mais. É tão grande a distância hoje, é tão grande a distância entre equipas. Aos 72m, para completar o elenco, entrou quem faltava no Barça. Iniesta, a voltar de lesão, 20 minutos para rodar antes do clássico de domingo com o Real Madrid. O Barça geria. E podia ter marcado mais. Aos 74m Messi esteve perto do golo outra vez, de cabeça. O grande contratempo da noite para o Barça aconteceu três minutos depois. Puyol caiu agarrado ao braço. O capitão, que tinha acabado de recuperar de lesão, saiu de maca, sob aplausos na Luz e rostos de consternação dos companheiros. Antes do fim a coisa ainda ganhou alguma agressividade. Mais faltas e uma expulsão, de Busquets. E pronto, caiu o pano na Luz. Aimar e Messi sairam abraçados a trocar camisolas, a Luz aplaudiu a equipa. A noite valeu a pena.

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