segunda-feira, 8 de março de 2010

BENFICA -3 P. FERREIRA -1 -. SEM ESPINHAS

O Benfica proporcionou mais uma alegria aos seus adeptos, conquistando uma vitória de extrema importância, tendo em conta os resultados obtidos pelos principais rivais nesta jornada. Ao bater o Paços de Ferreira com inteira justiça, os encarnados afastaram-se ainda mais dos seus perseguidores na corrida pelo título - Braga e FC Porto não conseguiram melhor que o empate nos seus encontros - e começam a ver mais claro o caminho que pode levar ao primeiro campeonato desde 2004/05.
O anúncio da constituição das equipas ainda pode ter dado algum alento aos homens de Ulisses Morais, tendo em conta as ausências de Aimar e Ramires, cujos nomes nem constavam do boletim de jogo - para não falar de Javi García, cuja indisponibilidade era já conhecida -, mas cedo se percebeu que a máquina de Jorge Jesus não tinha perdido dinâmica com as alterações. Airton mantinha-se como médio-defensivo, Rúben Amorim surgia como interior-direito e Carlos Martins encarregava-se da ligação com o ataque, sem que o meio-campo tivesse perdido organização ou capacidade de recuperação. Ainda assim, o domínio nos primeiros minutos tardou em traduzir-se em ocasiões de golo - o Paços chegou mesmo a assustar, com um contra-ataque perigoso, logo aos 8' -, mas era demasiado evidente que, com o volume ofensivo produzido, estas acabariam por surgir.
A visão de jogo de Carlos Martins, a capacidade de penetração de Di María e o entendimento entre Saviola e Cardozo eram preocupações demasiadas para a atarantada defesa visitante, pelo que, entre os 13 e os 17 minutos, Rúben Amorim e Saviola começaram a construir aquilo que prometia tornar-se em mais uma goleada. Contudo, as oportunidades desperdiçadas e os apontamentos heróicos de Coelho na baliza do Paços de Ferreira adiavam o avolumar do marcador, até que, num lance quase fortuito - excesso de coração de David Luiz, que perdeu posição para perseguir, desnecessariamente, um adversário pela linha de meio-campo, desguarnecendo a zona central da defesa -, William reduziu a vantagem e levou a sua equipa para o intervalo com a esperança de discutir o resultado final.
O Benfica não se deixou, porém, intimidar com o pequeno percalço, saindo para o segundo tempo com os olhos postos na baliza contrária, decidido a voltar a marcar, e foi isso mesmo que sucedeu: depois de desperdiçar excelente ocasião com o pé direito, Cardozo usou o seu preferido, o esquerdo, para sentenciar a contenda, beneficiando de alguma sorte, já que a bola ainda ressaltou num adversário antes de entrar na baliza.
A identidade do vencedor não estava em causa, mas nem assim os encarnados esmoreceram, estendendo o seu domínio quase avassalador à totalidade do encontro, angariando acções suficientes para justificar um marcador ainda mais desnivelado.
Aproximando-se do seu principal objectivo, a equipa de Jorge Jesus continua a demonstrar uma notável capacidade na produção de movimentos ofensivos e faz da concretização uma consequência natural da contribuição do colectivo.
Ontem, mais uma vez, os adeptos apreciaram um bom espectáculo, aliado a um triunfo justo, sem casos, nem grandes preocupações. Sem espinhas...

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