quinta-feira, 23 de novembro de 2017

CSKA - 2 BENFICA - 0 - MAU DEMAIS

Torto

Toda a gente conhece o ditado sobre aquilo que nasce torto. Hoje foi apenas mais uma confirmação disso mesmo, a penúltima etapa de uma penosa campanha europeia, onde ficou confirmada a despedida das provas europeias esta época. É a pior campanha europeia de sempre da nossa história, e perante este facto, sinceramente, o adeus nem choca, porque objectivamente não mostrámos qualquer valor para permanecer lá.

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Não vou perder muito tempo a escrever sobre um jogo em que praticamente nada há a retirar de positivo. Sendo imperioso vencermos, nunca me pareceu que o Benfica jogasse para o fazer, porque fomos quase sempre uma equipa demasiado cautelosa e sem ideias ou soluções no ataque. Questiono a validade da opção pelo regresso do Filipe Augusto ao meio campo - bem sei que o Krovinovic não poderia ser opção, mas certamente que teria sido possível uma escolha mais inspirada. Nem estou a fazer do Filipe Augusto o bode expiatório de mais uma derrota - apesar de admitir, sem qualquer problema, a minha embirração com este jogador, que para mim não acrescenta absolutamente nada à nossa equipa, é um jogador exasperantemente lento, que nem é médio defensivo, nem médio de construção, e simplesmente anda por ali de um lado para o outro a fazer faltas gratuitas em mais de metade dos lances que disputa e a recuperar a passo no terreno - num jogo em que tudo correu mal. O adversário colocou-se em vantagem com um golo irregular logo aos treze minutos - achei no entanto particularmente interessante ver o André Almeida parado de braço no ar durante o que pareceram instantes intermináveis, enquanto o adversário tinha todo o tempo do mundo para ajeitar a bola e escolher para onde a queria meter. Diga-se também que, não servindo de desculpa para nada, é pelo menos lamentável que numa competição destas em todos os cinco jogos que disputámos tenham havido erros graves de arbitragem, infelizmente sempre em nosso prejuízo. A partir daí, à parte uma perdida escandalosa do Jonas, não mostrámos muito mais capacidade para inverter o rumo dos acontecimentos. Devemos aliás ao Varela (que já tinha mostrado contra o Setúbal não estar nada afectado pela forma como perdeu a titularidade) o facto de não irmos para intervalo a perder por mais. Depois na segunda parte, quando o CSKA estava perfeitamente confortável com este resultado, juntando linhas absolutamente impenetráveis para nós em frente à sua área e a sair de vez em quando para o ataque, em mais uma demonstração da nossa defesa sobre como não defender, uma jogada absolutamente banal acabou com o Jardel a meter a bola dentro da própria baliza. Foi o golpe final, e a nossa total incapacidade no ataque (perante uma defesa em que dois dos centrais tinham uma idade combinada de setenta e três anos) fica bem expressa no facto de, pela primeira vez em mais de quarenta jogos europeus consecutivos, o CSKA ter conseguido não sofrer golos. Ao menos deu para deixarmos o Akinfeev (um guarda-redes que eu sempre apreciei bastante) feliz.

Com o pesadelo europeu a aproximar-se do seu final, resta agora centrar atenções nas provas internas. E esperar que o impacto financeiro que uma tão má campanha poderá significar não implique mais mexidas radicais no plantel na próxima abertura do mercado, porque se as saídas no final da época passada tiveram como resultado esta miserável campanha europeia, mais mexidas poderão comprometer as provas nacionais.

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