Sóbria
O jogo era fundamental para as nossas aspirações europeias e a nossa equipa não desiludiu. Apesar de mais de metade do onze ser constituído por jogadores com 22 anos ou menos, fizemos uma exibição bastante sóbria e madura durante a maior parte do tempo e conquistámos os importantes três pontos que nos mantêm com todas as possibilidades de discutir o apuramento.
Com o Luisão a manter a titularidade no centro da defesa, formando dupla com o Lindelöf, as inovações foram o regresso do Pizzi ao centro, permitindo a entrada do Cervi para a esquerda, tendo o Gonçalo Guedes actuado como segundo avançado, atrás do Mitroglou. A entrada do Benfica no jogo foi personalizada e rapidamente recompensada, pois aos nove minutos um penálti cometido sobre o Gonçalo Guedes permitiu ao Salvio colocar-nos na frente do marcador. O golo deu ainda maior confiança, o que resultou numa primeira parte relativamente tranquila. Fomos uma equipa bastante coesa, com os jogadores a actuarem próximos uns dos outros e com grande espírito de entreajuda. O maior interesse era adormecer um pouco o ritmo do jogo, manter a posse de bola e evitar ficar expostos a contra-ataques do Dínamo, o que foi conseguido com relativa facilidade - foram quase nulas as ocasiões de perigo do adversário. Esperava que no regresso do intervalo aparecesse um Dínamo de Kiev mais agressivo na busca do empate, mas o jogo manteve-se na mesma toada. E praticamente na mesma altura em que tínhamos marcado na primeira parte, voltámos a fazê-lo na segunda. Uma investida do Salvio pela direita, em que teve felicidade no ressalto e conseguiu ir à linha de fundo já no interior da área, e um passe rasteiro e atrasado para o Cervi marcar à segunda tentativa, já que o primeiro remate bateu no Mitroglou. Foi só após este golo que supostamente nos dartia maior tranquilidade que as coisas ficaram algo intranquilas. O Dínamo pressionou mais e conseguiu criar algumas ocasiões flagrantes de golo, sendo então altura para o Ederson brilhar, com duas defesas frente a adversários isolados, uma delas em dose dupla - e teve uma falha muito parecida à do Júlio César em Nápoles, na saída a um cruzamento, mas felizmente que a bola saiu ao lado. Depois deste período turbulento, o jogo foi acalmando e o Benfica conseguiu ir mantendo o resultado com relativa facilidade, ainda que quase a acabar tenhamos tido um par de calafrios, primeiro num lance em que o Grimaldo salvou uma situação de golo quase certo, com um corte quase em cima da linha, e depois num canto em que a nossa defesa se deixou antecipar ao primeiro poste, mas felizmente o cabeceamento passou um pouco ao lado da baliza.
A equipa hoje jogou valeu sobretudo pelo todo, mas tendo que destacar alguns jogadores então a minha escolha vai para o Ederson, o Fejsa e o Gonçalo Guedes. Foram aqueles que mais me ficaram na retina; o primeiro pelas defesas que mantiveram o adversário em branco, o segundo pelo habitual trabalho incansável na recuperação da bola e auxílio á defesa, e o terceiro pelas arrancadas e empenho em dinamizar o ataque da equipa - o penálti que nos deu o primeiro golo foi uma excelente iniciativa dele.
Tarefa cumprida, agora é tentar repetir a receita no próximo jogo, quando recebermos o Dínamo na Luz, e se o conseguirmos significará pelo menos a garantia de continuidade nas competições europeias. Mas agora é tempo de nos concentrarmos no objectivo principal da época, e preparar o duríssimo embate contra o Hugo Miguel já no próximo domingo, no Restelo.
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