Indiscutível
Vitória magra mas indiscutível num jogo controlado do princípio ao fim pelo Benfica, ainda que sem grande fulgor e com uma segunda parte jogada a um ritmo por vezes demasiado pausado.
Onze esperado, onde nos lugares dos habituais titulares Maxi, Garay e Gaitán surgiram Sílvio, Jardel e Sulejmani. Entrada a todo o gás do Benfica no jogo, a criar a primeira oportunidade de golo logo na primeira jogada, tendo o Benfica exercido uma pressão quase sufocante durante os primeiros cinco minutos. O azar foi que nessa altura o Jardel e o Enzo chocaram um com o outro, deixando a cabeça do Jardel muito mal tratada. Os longos minutos que o jogo esteve interrompido para prestar atenção ao nosso central fizeram-nos muito mal, e quando o jogo recomeçou parecia outro. A velocidade da nossa equipa caiu muito, e o Guimarães acalmou e começou a conseguir fazer aquilo faz em quase todos os jogos contra nós, que é 'entupir' o nosso futebol, à custa de boa organização, sobrepovoamento do meio campo, mas também de faltas e faltinhas. A excepção durante a primeira parte foi mesmo o Markovic, já que houve alturas em que a nossa equipa quase parecia ele e mais dez. Sempre que a bola lhe chegava aos pés, arrancava imparável por ali fora e oferecia lances de perigo aos colegas, que depois se encarregavam de as desperdiçar, com o Rodrigo em particular destaque nesse aspecto esta noite. O Guimarães pouco fazia no ataque, mas ainda conseguiu obrigar o Oblak a mostrar atenção e qualidade numa grande defesa a um remate cruzado do Maazou. Depois de todas aquelas arrancadas do Markovic desperdiçadas pelos colegas, tinha comentado que o melhor seria mesmo ele pegar na bola e entrar com ela para dentro da baliza, e acabou por ser isso mesmo que ele fez, a cinco minutos do intervalo. O Rodrigo teve a sua melhor intervenção da noite ao fazer um passe para as costas da defesa vitoriana, e depois o talento do Markovic fez o resto: chapéu perfeito ao guarda-redes, para a seguir controlar a bola e levá-la para dentro da baliza, num golo de grande classe. Justiça no resultado, e justiça no marcador do golo, já que ninguém merecia tanto marcá-lo.
A segunda parte foi acima de tudo bastante aborrecida. O Benfica forçou muito pouco no ataque, preferindo controlar o jogo e o adversário, o que acabou por conseguir sem grandes sobressaltos - apenas por uma vez o Vitória ameaçou a nossa baliza, quando o Maazou apareceu bem posicionado para cabecear junto á pequena área, mas felizmente para nós o cabeceamento não lhe saiu bem e o Oblak defendeu facilmente. Do nosso lado, três lances dignos de realce: um remate do Sílvio de fora da área, que obrigou o guarda-redes a defesa apertada; uma oportunidade flagrante do Lima, que depois de isolado evitou o guarda-redes e rematou ao lado da baliza; e uma jogada de envolvimento de todo o ataque que foi concluída com um remate cruzado do Salvio, que merecia uma melhor conclusão. Mas no geral a segunda parte foi jogada a uma velocidade bastante reduzida, com muita disputa de bola a meio campo, muitos passes falhados e futebol de pouca qualidade. Nos minutos finais, após a entrada do Rúben Amorim, deu para notar uma melhoria do nosso futebol, que contribuiu também para que os minutos finais tivessem sido passados com relativa tranquilidade apesar da magra vantagem no marcador.
O homem do jogo é obviamente o Markovic. Apesar de ter brilhado menos na segunda parte aquilo que fez na primeira, em que parecia quase imparável, foi mais do que suficiente para merecer o destaque. E, claro, foi o autor do golo que decidiu o jogo, numa jogada em que deixou bem vincada a sua qualidade técnica. Para além do Markovic, gostei dos dois laterais (sobretudo do Sílvio) e do Fejsa. Bem o Oblak, a fazer aquilo que se espera de um guarda-redes do Benfica: pouco trabalho, mas sempre atento e a aparecer com segurança nas alturas em que foi chamado. Pela negativa, os dois avançados, que foram perdulários e pouco combativos, e o Sulejmani, que pareceu começar o jogo já cansado.
Tínhamos quatro pontos de avanço no início da jornada, temos agora cinco 'e meio', reforçando a posição invejável de sermos a única equipa dependente apenas de si própria. Para largarmos o primeiro lugar, teremos agora que perder dois jogos, o que não será fácil de acontecer se nos mantivermos concentrados e humildes. E sobretudo, que não percamos o rumo: a conquista do campeonato é (tem sempre que ser) o principal objectivo.
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