Encarnados regressam às vitórias, às goleadas e ao topo da classificação.
O Benfica regressou às vitórias, às goleadas e ao topo da tabela, ainda que tenha a companhia do Sp. Braga (têm os mesmos pontos). Os encarnados derrotaram uma Académica (4-0), que ainda mostrou algum atrevimento na Luz, mas que não teve energias para cumprir a tradição de vencer no reduto encarnado, depois de ter conseguido fazê-lo nas últimas duas temporadas.
Jesus operou duas alterações no onze encarnado. Sidnei saiu para dar lugar ao recuperado Luisão. Ruben Amorim substituiu Javi García, que cumpre castigo. Aimar recuperou das queixas apresentadas, após o jogo com o BATE. Já Villas Boas decidiu não mexer na equipa que derrotou o V. Setúbal (3-0), embora a dupla de centrais tenha estado em dúvida.
Os encarnados marcaram logo aos seis minutos, com um bom passe de Saviola para a desmarcação de Cardozo. Frente a Rui Nereu, o paraguaio não desperdiçou. Um golo madrugador poderia fazer crer que, a partir daí, os visitantes se encolhessem, optando pelo contra-ataque. No entanto, esta equipa orientada por Villas Boas surpreendeu ao reagir ao golo sofrido atacando.
Parece uma estratégia óbvia, poderia dizer-se. Mas deixa de sê-lo se olharmos para o panorama do futebol nacional em que, muitas vezes, parece ser melhor trabalhar para um empate ou para não perder por muitos. A Académica não entrou por esse caminho, mostrando-se Briosa, em sentido literal.
Se em algumas partidas, Jorge Jesus podia queixar-se de defrontar «um autocarro» e não uma equipa, este domingo isso não aconteceu. A Académica jogou adiantada no terreno e de forma desinibida, conseguindo, em alguns momentos, encostar os anfitriões à sua baliza. É certo que não criou ocasiões claras de perigo, mas criou bons lances e mostrou atitude.
Atrevimento sai caro
Mas jogar assim tem custos. O primeiro golo do Benfica surgiu exactamente porque a defesa da Académica estava muito adiantada e não conseguiu recuperar a tempo de travar Cardozo. No entanto, mesmo a perder, os estudantes não desarmaram. Pelo menos até aos 25 minutos.
A chuva, que deteriorou o relvado, não deixou que houvesse «espectáculo». Mas ainda assim foi agradável ver que as duas equipas tentavam jogar futebol, ainda que os encarnados não estivessem a demonstrar a atitude a que habituaram os adeptos.
Aos 32 minutos chegou um grande golo de Saviola. O segundo tento encarnado nasceu de um passe de Maxi Pereira e de um belo chapéu do argentino a Nereu. O 2-0 até podia soar a injustiça, se lembrássemos que a Briosa dominou as acções durante largos minutos, mas a verdade é que o Benfica criou mais perigo, foi mais eficaz e teve um inspirado Saviola. O argentino teve uma grande noite - uma assistência, um golo e muito «futebol nos pés».
A vantagem de dois golos animou o conjunto anfitrião e «quebrou» os visitantes, que pareciam limitar-se a esperar pelo descanso do intervalo, para reorganizar ideias. O Benfica até podia ter feito o terceiro. Mas também podia ter sofrido um golo, depois de um mau atraso de David Luiz, aos 43 minutos.
Goleada, enguiço quebrado
Os primeiros cinco minutos da segunda parte mostraram duas equipas «conformadas» com o resultado. Mas nem tudo o que parece é e o 3-0 (Cardozo), aos 56 minutos, foi um ponto de viragem. O Benfica mostrou a segurança e coordenação de outros jogos. Já a Académica parecia não ter pernas para reagir à ofensiva encarnada.
Aos 69 minutos chegou o terceiro golo de Cardozo, o quarto do jogo. O livre foi marcado por Di María e o paraguaio finalizou de cabeça, desenhando-se mais uma goleada na Luz. Parece que os encarnados, que tinham marcado apenas um golo nos últimos três jogos da Liga, quebraram o enguiço.
Ainda não foi desta que a Académica venceu fora de portas, mas há que destacar o facto de os estudantes terem tentado jogar futebol e discutir o resultado. A estratégia não resultou, é certo. Mas a ideia é boa.
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