domingo, 28 de abril de 2024

LP2 - TOREENSE - 1 A.VISEU - 2 - VITORIA

 

Torreense-Ac. Viseu, 1-2: regresso aos triunfos agrava série negativa do Torreense

Depois de oito rondas consecutivas sem conhecer o sabor da vitória

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• Foto: Liga Portugal
O Académico de Viseu venceu este domingo o Torreense, por 2-1, e regressou aos triunfos na 2.ª Liga depois de oito rondas consecutivas sem conhecer o sabor da vitória, em jogo da 31.ª jornada.

Em partida disputada em Torres Vedras, André Clóvis inaugurou o marcador, aos 11 minutos, Juan Balanta igualou, na conversão de um penálti, aos 40, mas Arthur Chaves, aos 82, estabeleceu o resultado final.

Desta forma, o emblema viseense subiu ao nono lugar, com os mesmos 41 pontos do que o conjunto de Torres Vedras, que é 10.º e averbou o oitavo encontro consecutivo sem ganhar.

O Torreense entrou mais astuto, mas foi o Académico de Viseu a inaugurar o marcador: Miguel Bandarra serviu André Clóvis que, já dentro da área, atirou rasteiro para o golo.

Arthur Chaves viria a estar perto de dilatar a diferença - o cabeceamento embateu na trave da baliza - e pouco depois foi Patrick Fernandes a desperdiçar uma oportunidade clara.

Mais eficaz acabaria por ser Juan Balanta, que empatou o encontro aos 40, na conversão de uma grande penalidade a castigar uma falta de Miguel Bandarra sobre Jorge Correa.

Na etapa complementar, a intensidade de jogo caiu consideravelmente, sendo que, à entrada para os derradeiros minutos e quando já se perspetivava uma igualdade no final, eis que Arthur Chaves subiu mais alto do que a defensiva 'azul-grená' e, de cabeça, garantiu o triunfo do Académico de Viseu.

Jogo disputado no Estádio Manuel Marques, em Torres Vedras.

Torreense - Ac. Viseu, 1-2.

Ao intervalo: 1-1.

Marcadores:

0-1, André Clóvis, 11.

1-1, Juan Balanta, 40 (penálti).

1-2, Arthur Chaves, 82.

 

Equipas:

Torreense: Vágner, Nuno Campos, Marvin Elimbi, João Afonso, Né Lopes (Benny, 71), Keffel Resende, Neneco Rentería (David Costa, 83), Juan Balanta, Jorge Correa (Lucas Silva, 76), Jonny Arriba (André Rodrigues, 76) e Patrick Fernandes (Paulinho, 76).

(Suplentes: Carlos Henriques, Dani Bolt, Cristian Tassano, Benny, Tomás Andrade, David Costa, André Rodrigues, Paulinho e Lucas Silva).

Treinador: Manuel Tulipa.

Académico de Viseu: Matheus Sampaio, Miguel Bandarra, André Almeida, Arthur Chaves, Igor Milioransa, Samba Koné (Jovani Welch, 77), Soufiane Messeguem (Sori Mané, 67), Famana Quizera (Jeppe Simonsen, 67), Marquinho, Gautier Ott (Rodrigo Pereira, 46) e André Clóvis (Steven Petkov, 77).

(Suplentes: João Monteiro, Jeppe Simonsen, João Pinto, Henrique Gomes, Sori Mané, Jovani Welch, Yuri Araújo, Steven Petkov e Rodrigo Pereira).

Treinador: Adélio Oliveira.

Árbitro: Sérgio Guelho (AF Guarda).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Soufiane Messeguem (33), Jorge Correa (33), Miguel Bandarra (39), Arthur Chaves (44), Igor Milioransa (58) e Marquinho (73).

Assistência: 335 espectadores.



sábado, 27 de abril de 2024

BENFICA - 3 BRAGA - 1 VITORIA

Golos de Marcos Leonardo (que bisou) e David Neres na segunda parte viraram o jogo, depois de Ricardo Horta ter marcado para o Braga num primeiro tempo onde os adeptos da casa mostraram bem a sua revolta.
Benfica ultrapassa contestação, dá a volta ao Braga e coloca pressão no Sporting
Marcos Leonardo festeja um dos seus dois golos no jogo. RODRIGO ANTUNES/LUSA © 2024 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

O Benfica recebeu e venceu na tarde deste sábado o SC Braga por 3-1, colocando-se assim a quatro pontos do líder Sporting, que domingo visita o terreno do FC Porto.

O triunfo das águias, porém, não foi fácil. Num jogo em que os adeptos encarnados, em protesto, chegaram mesmo a provocar a interrupção do encontro devido ao envio de artefactos pirotécnicos para o relvado, o Braga foi o primeiro a marcar, por Ricardo Horta, e saiu para o intervalo em vantagem. Mas na segunda parte Marcos Leonardo saltou do banco para restabelecer a igualdade antes de o seu compatriota David Neres cabecear para a vitória.

Primeiros minutos de silêncio e bola na barra

O Braga entrou melhor e criou algum perigo nos minutos iniciais. Aos 4 minutos, um cruzamento de Zalazar à procura de Banza levou a bola atravessar toda a área sem sofrer qualquer desvio, acabando por sair pela linha lateral. Pouco depois, na sequência de um pontapé de canto, Ricardo Horta rematou à figura de Trubin.

Os primeiros minutos foram, também, de silêncio por parte das claques de Benfica, em protesto com o treinador, direção e exibições da equipa. Ainda assim, o Benfica começou a reagir e a criar perigo. E de que maneira. Na sequência de um canto estudado batido por Neres, Di María levantou para o segundo poste onde Bah assistiu Arthur Cabral de cabeça, com a finalização do brasileiro a esbarrar na trave.

Pouco depois, aos 14 minutos, o Benfica voltou a criar perigo. Valeu, então, Niakaté, que com um grande corte impediu o golo de Rafa.

Braga responde, ameaça, marca e...jogo interrompido

Mas o esse ascendente do Benfica foi sol de pouca dura e o Braga voltou a chegar perto da baliza das águias com muito perigo. Valeu Trubin a travar um remate forte de Ricardo Horta, com uma defesa atenta, para canto. Foi, contudo, um aviso para o que se iria seguir.

É que aos 28 minutos Ricardo Horta marcou mesmo. Álvaro Djaló passou por Otamendi, cruzou atrasado e Horta apareceu a rematar de primeira. A bola passou por baixo das pernas de Trubin, com a visão tapada por Banza, e acabou dentro da baliza encarnada. João Pinheiro ainda fez um compasso de espera, para que o VAR avaliasse a posição do ponta de lança minhoto, mas acabou mesmo por validar o golo.

E se o ambiente já era tenso nas bancadas, o golo do Braga foi a gota de água que fez transbordar o copo. Quase de imediato, à passagem da meia hora de jogo, as claques encarnadas desembrulharam tarjas de protesto e enviaram para o relvado mais de uma dezena de tochas, para a zona da grande área de Trubin, levando a que o jogo fosse interrompido durante alguns minutos.

Depois de retomada a partida, foi o Braga a ficar muito perto do 2-0. Trubin, contudo, negou o golo a Djaló. Na resposta o Benfica quase empatou, no seguimento de um cruzamento de Di María e de um primeiro desvio de Arthur Cabral, com a bola a sobrar para o Aursnes, que em excelente posição atirou para fora.

Marcos Leonardo salta do banco para evitar derrota

O resultado não sofreu, então, alterações até ao intervalo e o Benfica surgiu, depois, com outra atitude para o segundo tempo, encostando progressivamente o Braga à sua grande área. Contudo, as ocasiões claras de golo não eram muitas.

Uma das raras exceções surgiu aos 57 minutos, quando Arthur Cabral não chegou a tempo a um cruzamento de Rafa e, pouco depois, quando Matheus defendeu a soco um remate de Di María.

Mas aos 70 minutos Marcos Leonardo saltou do banco e aos 71 marcou e empatou mesmo a partida. Matheus afastou a soco um livre de Di María, João Mário na recarga, acertou em Ndour, a bola sobrou para o jovem avançado brasileiro e este, com um excelente gesto técnico, marcou na primeira vez que tocou no esférico.

Cambalhota no marcador ao cair do pano...e grito de revolta

Motivado pelo golo e, enfim, com os adeptos a fazerem-se ouvir, o Benfica galvanizou-se e acabou mesmo por virar o marcador. Aos 85 minutos, contra-ataque rápido dos encarnados, Kokçu lançou Di María e o argentino cruzou de forma milimétrica para o segundo poste, onde aparece Neres a finalizar de cabeça, fazendo a cambalhota no marcador.

E ainda houve tempo para Marcos Leonardo bisar no encontro. Já bem dentro do período de descontos, depois de um lançamento lateral de Carreras, Marcos Leonardo aproveitou a desconcentração da defesa bracarense para rematar à meia-volta e bisar na partida.

O Benfica, para além de reduzir, à condição, a desvantagem pontual para o Sporting para quatro pontos e colocar alguma pressão sobre os leões, garante também matematicamente o segundo lugar e o acesso à Liga dos Campeões na próxima época.

Veja o resumo da partida

 
 

terça-feira, 23 de abril de 2024

FARENSE - 1 BENFICA - 3 -VITORIA

 Em Faro, o Benfica venceu, mas pelos vistos não convenceu. Apesar do triunfo, a fúria dos adeptos encarnados não perdoou Schmidt e Rui Costa, insultados durante e após a partida.

Análise Farense 1-3 Benfica: Sobre sair do coma, mas continuar ligado às máquinas
Roger Schmidt © 2024 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

A análise da vitória do Benfica em Faro começa, inevitavelmente, pelo fim.

Foi nessa altura que a comitiva encarnada, incluindo Roger Schmidt, saiu do relvado do São Luís sob uma vaia descomunal por parte dos adeptos (benfiquistas) que assistiram ao jogo. Os mesmos que presenciaram o triunfo da equipa da Luz por 3-1 diante do Farense. Estará a perguntar-se: Mas a equipa jogou muito mal? Mas os jogadores ripostaram contra os adeptos? Nem uma coisa nem outra. Curiosamente, ao contrário de grande parte dos jogos esta época, o Benfica fez mais do que o suficiente para vencer a partida. E, segundo sabemos, em momento algum houve qualquer jogador, ou mesmo treinador, com uma atitude menos correta em direção à bancada.

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É por isso um caso de estudo a reação intempestiva como os adeptos do Benfica trataram a equipa, com cânticos insultuosos dirigidos ao presidente Rui Costa e ao técnico Roger Schmidt.

É certo e sabido que a relação de Schmidt com os adeptos está longe de ser pacífica. Mas caramba, vencer por 3-1 em Faro, onde, por exemplo, o Sporting ganhou por 3-2, num triunfo suadíssimo, e terminar a partida daquela forma?

Quanto ao jogo, começou animado. A necessidade da conquista dos três pontos aguçou a astúcia de ambas as equipas nos primeiros minutos de jogo. Apesar de ser o Benfica a equipa mais discernida e com mais bola, o Farense revelava aos poucos que estava longe de ir a jogo apenas para agarrar o pontinho. Não, José Mota queria mais. Mas para querer mais, verdade seja dita, teria de estar apetrechado de outros argumentos defensivos.

A partida gozava de alguma falta de governança, no bom sentido do termo, e era o Benfica que mais a sabia aproveitar. Aliás, o pináculo desse aproveitamento chegou cedo, logo aos 16 minutos, depois do Benfica ter descoberto um buraco bem escavado no lado direito da defesa. Di María acelerou, Bah passou nas costas sem qualquer oposição e encontrou Kokçu na área. O médio turco desviou para o fundo das redes, mas nem parecia muito feliz pelo golo marcado. Lá celebrou com os colegas o 1-0 que, apesar de não se justificar inteiramente, não chocava ninguém.

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O golo fez bem à equipa encarnada, que num curto espaço de tempo soube criar um par de oportunidades dignas de registo, mas sem as concretizar. E é nestas alturas que a gíria do futebol faz juz à sua sabedoria: quem não marca...? E sim, foi contra a corrente de jogo que surgiu o golo do empate. Belloumi encheu o pé (oh, se encheu) e fuzilou a baliza de Trubin, apesar do pouco ângulo. O golo, na sequência de uma bola parada, parecia vir baralhar as intenções audazes do Benfica, mas foi só parecer.

Novamente pela direita (uma autoestrada sem portagens para Alexander Bah), o neerlandês desencantou Arthur Cabral no meio da área, que com um toque sublime de calcanhar devolveu a vantagem no marcador às águias. Quase poética a forma como o físico corpulento do brasileiro proporcionou aquele suave a delicado toque, que só parou no interior da baliza de Ricardo Velho, que nem em novo a apanharia.

Era a vantagem assegurada ao intervalo, que traria um novo jogo, muito diferente do primeiro. A loucura tática da primeira parte deu lugar a um jogo mais ponderado, sobretudo das águias, que mantiveram o domínio do jogo de forma extremamente segura, salvo raras exceções.

O jogo era de teste, alto teste, para o Benfica, mas sobretudo para Schmidt. Apostou em Carreras na lateral esquerda e foi precisamente do espanhol que nasceu o terceiro, aos 67 minutos. Foi já depois de uma quantas traquinices de Di María, todas elas lindas, mas todas elas sem quererem nada com o fundo da baliza, que o espanhol chegou ao golo da tranquilidade a praticamente vinte minutos o fim (uma vez mais, com o argentino no lance do golo)

Num jogo em que Rafa, Aursnes e João Neves começaram no banco, Schmidt, tantas vezes criticado, merece uma nota positiva pela forma corajosa como arriscou... e soube petiscar. A ele, que tantas vezes é acusado de alguma inércia na forma como reage ao que o jogo vai pedindo, não se pode acusar ter lido mal o jogo diante do Farense. Opinião contrária terão tido os centenas de adeptos que, no momento da saída de Schmid do relvado, decidiram pedir satisfações pelo rendimento na presente temporada. É caso para perguntar: como teria sido se o Benfica tivesse saído derrotado?

O momento

O segundo golo do Benfica apontado por Arthur Cabral. É uma finalização que parece simples, mas está longe de o ser. O gesto técnico é perfeito, no tempo certo, e Arthur Cabral deixou (uma vez mais) a certeza de que pode e deve ser uma escolha mais frequente e preferencial face a outros jogadores. Foi, sem dúvida, um dos momentos mais cativantes de toda a partida, a par de uns quantos lances absolutamente geniais de Di María, que apesar da magia deixada em campo não conseguiu concretizá-la em golos.

A prova de que a exibição do Benfica valeu realmente pelo é todo é esta: o facto de ser quase impossível destacar alguém, sob pena de ser injusto com mais de meia equipa. Numa avaliação mais distanciada, e mesmo não tendo marcado, talvez seja justo entregar a distinção a Di María. Tem dois ou três lances maravilhosos, mas acabou a partida sem abanar as redes. Também acontece. Mas é inegável o contributo do argentino na vitória das águias em Faro, funcionando como um verdadeiro motor refinado, revestido a elegância, magia e acutilância. É prova disso o facto de ter tido ligação aos três golos dos encarnados. Só faltou marcar, e não esteve longe disso, mas a noite era sobretudo para dar e não tanto para receber.

O pior

A defesa do Farense, especialmente no lado esquerdo, apresentou enormes dificuldades em conter a produtiva parceria entre Di María e Alexander Bah. Foi nesse espaço que nasceram os dois primeiros golos do Benfica. Marco Matias, que pouco cumpriu defensivamente e Talys, um lateral aos papéis, terão sido, porventura, os principais rostos do fracasso defensivo dos leões de Faro - sobretudo no primeiro tempo.

Também no lado negro da história, obviamente, o momento lamentável durante e após a partida, com insultos gratuitos dirigidos a Schmidt (e também a Rui Costa). No caso do técnico alemão, chegou mesmo a ser atingido com uma garrafa no momento em que se dirigia para o túnel. Por mais razões que existam - o que após uma vitória por 3-1 se tornam ainda mais difícil de explicar - é inqualificável o que se passou no São Luís com os adeptos do Benfica. Um comportamento que merece a reflexão de todos, especialmente para os lados da Luz.