Ao quinto jogo, o Benfica conseguiu travar o FC Porto, impedindo o que seria um feito inédito por parte da equipa de Sérgio Conceição, que vinha de quatro triunfos consecutivos frente ao eterno rival. O clássico no Dragão foi intenso na primeira metade e quezilento na segunda, mas o empate, face ao equilíbrio evidenciado, é mais do que justo. Jorge Jesus surpreendeu taticamente e foi recompensado com um golo, o FC Porto soube reagir (empatou em oito minutos) e resistir (Taremi foi expulso aos 73'). No topo da classificação fica tudo na mesma e é o SC Braga quem pode aproveitar.

Sérgio Conceição avançou com o onze esperado, face às ausências de Manafá e Otávio, que testaram positivo à COVID-19 - jogaram Nanu e Luis Díaz. E Jorge Jesus surpreendeu com Grimaldo à frente de Nuno Tavares, que ocupou a posição do espanhol como defesa esquerdo.

A 'invenção' permitiu retirar espaços ao FC Porto para procurar a profundidade e equilibrou a luta a meio-campo, anulando Sérgio Oliveira. E foi precisamente pela esquerda que surgiu o golo dos 'encarnados', aos 17 minutos: Nuno Tavares cruzou para Seferovic, o suíço deu um toque subtil para Grimaldo, que à saída de Marchesín picou a bola por cima do guardião argentino.

O FC Porto, que até entrou melhor, viria a aproveitar uma atrapalhação da defesa adversária para fazer o empate. oito minutos depois. Grande passe de Sérgio Oliveira para as costas de Gilberto, Corona puxou para dentro e entregou a Taremi, que rematou cruzado em direção à baliza de Vlachodimos. A bola ainda desviou em Marega antes de entrar.

Os 'encarnados' não acusaram o golpe e continuaram por cima, com Darwin a atirar ao ferro após cruzamento rasteiro de Pizzi, e já perto do intervalo a rematar cruzado ao lado da baliza de Marchesín. Pelo meio Luis Díaz ainda aproveitou um desequilíbrio de Otamendi para rematar em arco e assustar Vlachodimos. As estatísticas ao intervalo espelhavam o equilíbrio: 5-5 em remates, 1-1 em cantos e 49%-51% em posse de bola.

Na segunda parte, entre faltas, desentendimentos e empurrões, o clássico perdeu qualidade. Marchesín fez am mancha a Rafa numa bola que ficou perdida na área (62′), e Marega obrigou Vlachodimos a boa intervenção depois de um livre batido por Sérgio Oliveira (70′).

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Aos 73', Taremi atingiu Otamendi com os pitons e, depois de revisão no VAR, acabou expulso. Com praticamente todos os jogadores com os 120 minutos de terça-feira (triunfo sobre o Nacional para a Taça), a equipa do FC Porto ressentiu-se fisicamente, mas conseguiu resistir até ao fim. Aliás, até teve uma oportunidade flagrante para passar para a frente num lance onde Marega, na pequena área, encostou sem a força suficiente na cara de Vlachodimos (75′).

Apesar do maior assédio na reta final, o Benfica não teve instinto matador para acabar com o jogo, além de que as substituições de Jorge Jesus (lançou Everton e Waldschmidt) pecaram por tardias. Acabou empatado o duelo que prometia desempatar os vice-líderes da I Liga, que assim continuam a quatro pontos do Sporting (1-1 na receção ao Rio Ave).

O momento

Grimaldo faz o 1-0: O espanhol já tinha sido testado a médio esquerdo frente ao Estrela, na Taça de Portugal, ainda assim, não deixou de ser uma opção arriscada de Jorge Jesus. Contudo, a jogada que resultou no golo do Benfica (o melhor lance de todo o encontro), toda ela construída na esquerda, veio dar razão ao treinador 'encarnado'.