terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

BENFICA - 3 BELENENSES - 2 - AFLITO

Preguiçoso

Uma exibição a meio gás de um Benfica algo preguiçoso acabou por ser suficiente para somar mais três pontos, mas o B SAD ainda conseguiu assustar e foi preciso acabar o jogo a segurar a vantagem.


O André Almeida estava em risco de suspensão mas jogou mesmo, sendo a única alteração no onze a entrada do Taarabt para o lugar do Gabriel. Quanto ao jogo, não gostei. O Benfica entrou nele sem grande intensidade, com uma atitude que quase parecia sobranceira, como se tivesse a certeza que mais cedo ou mais tarde os golos acabariam por aparecer. Ritmo muito baixo por parte da nossa equipa, com alguns jogadores quase alheados do jogo, e foi até o Belenenses quem esteve melhor durante a primeira fase. O Benfica até teve o primeiro remate perigoso, num livre do Grimaldo, mas a resposta do Belenenses, também de livre, foi ainda mais perigosa e obrigou o Vlachodimos à defesa da noite. A partir dos vinte e cinco minutos o Benfica finalmente pareceu acordar e acelerou um pouco, e bastou isso para começar a desatar o nó. O André Almeida deu o primeiro aviso na sequência de um pontapé de canto, e pouco depois da meia hora o golo chegou mesmo. Tudo nasceu numa iniciativa individual do Taarabt, que progrediu pelo meio com a bola controlada e deixou para trás metade da equipa adversária. Perto da área soltou para o Cervi na esquerda, que cruzou para o cabeceamento do Vinícius à barra. O B SAD não conseguiu afastar a bola e foi o mesmo Vinícius quem a foi recuperar, para depois marcar num remate rasteiro e cruzado que fez a bola passar pelo meio de uma floresta de pernas. O Benfica continuou a carregar e o Rafa obrigou, com um remate de longe, o guarda-redes adversário a uma grande defesa. E aos trinta e oito minutos, chegou o segundo golo. No segundo pontapé de canto consecutivo a bola seguiu da esquerda para o segundo poste, onde o André Almeida a devolveu de cabeça para o meio da área para um remate fulminante de primeira do Taarabt. Finalmente o primeiro golo do marroquino pelo Benfica. Parecia que vinte minutos de alguma velocidade seriam suficientes para ganhar o jogo.


O pior é que a segunda parte do Benfica foi muito má. Simplesmente o Benfica quase que abdicou de atacar e não havia qualquer tipo de pressão sobre os adversários; as marcações eram feitas à distância com os olhos. Deixámos o B SAD ter bola e ir ganhando confiança, e apesar do jogo parecer estar controlado tinha a sensação que um golo do adversário poderia mudar tudo. Já a época passada tínhamos conseguido desperdiçar uma vantagem de dois golos frente a esta equipa e convinha não deixarmos que a história se repetisse. Só que não havia maneira da nossa equipa acordar, e então a partir da hora de jogo o B SAD começou a dar sérios avisos que poderia chegar ao golo, com situações a serem salvas no limite pelo Vlachodimos ou a nossa defesa. Nem mesmo assim acordámos, e a vinte minutos do final o golo apareceu mesmo - um autogolo do Ferro, na sequência de um contra-ataque, quando tentava interceptar um cruzamento. Nesta altura já o Chiquinho tinha rendido um completamente inoperante Pizzi, e foi mesmo ele quem, oito minutos depois, fez o terceiro do Benfica. Um passe vertical do Rúben Dias para o Vinícius, que com um excelente toque de primeira deixou o Chiquinho isolado. Depois foi só contornar o guarda-redes e colocar a bola na baliza deserta, apesar de pressionado por um defesa. Agora sim, parecia que estava tudo terminado. Mas mais um lance displicente da nossa equipa permitiu ao B SAD regressar ao jogo. Displicência sobretudo por parte do Rafa, que acabou por perder a bola para um adversário e depois agarrou-o até que este caísse na área. Sinceramente, pareceu-me que a falta foi feita fora da área e que o penálti assinalado foi manhosíssimo, mas de alguma forma o VAR conseguiu confirmar o penálti e assim voltámos a ficar apenas com um golo de vantagem a cinco minutos do final. Foram penosos os minutos que decorreram até ao apito final, não porque o B SAD tenha causado grande perigo (não me lembro sequer de um remate ou ocasião mais perigosa) mas sim porque nós jogámos muito mal. Fomos incapazes de acalmar o jogo ou manter a posse de bola, e em vez disso os nossos jogadores chutavam para onde estavam virados ou entregavam rapidamente a bola ao adversário com maus passes.


Melhor em campo claramente o Taarabt. Fez a jogada do primeiro golo, marcou o segundo, e quando perdeu gás a produção do Benfica no jogo caiu a pique. Quem melhor o acompanhou foram o Vinícius e também o Cervi. Pelo oposto, jogadores importantes como o Pizzi e o Rafa estiveram francamente desinspirados esta noite.

O mais importante foi conseguido: os três pontos, que asseguram que iremos jogar ao Porto com pelo menos sete pontos de vantagem. Mas este foi dos jogos com menor intensidade que vi o Benfica de Bruno Lage fazer, e isso podia ter-nos custado bem caro. O jogo na próxima terça não pode servir de justificação para termos desligado tão cedo.

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