Desleixo
Parece que somos incapazes de fazer duas boas exibições seguidas. O que aconteceu esta noite foi acima de tudo o resultado de muito desleixo, e quase de certeza que vai significar deixar mais uma competição pelo caminho.
Com tudo a correr de feição - incluindo um golo na primeira jogada, logo aos cinquenta e três segundos de jogo - e uma vantagem ao intervalo de dois golos, entretanto ampliada pelo Lisandro, conseguimos fazer uma segunda parte completamente desinteressada que acabou por permitir o empate ao Portimonense. Com dois golos básicos, ambos na sequência de bolas paradas, um logo a abrir a segunda parte e outro a fechá-la, o Portimonense deixou-nos numa situação em que já não dependemos de nós próprios para seguir em frente, e a probabilidade mais elevada é mesmo ficarmos de fora. Nem me vou alongar muito mais; quem viu o jogo certamente que terá ficado desiludido com a forma como deixámos fugir uma vantagem de dois golos de uma forma inadmissível. É simplesmente incompreensível uma segunda parte tão desconcentrada e desgarrada, e nem sequer percebi as opções do nosso treinador para tentar corrigir o que se estava a passar. Numa altura em que o que provavelmente interessaria mais era acalmar o jogo e reter algum controlo sobre o mesmo, em vez de estarmos a assistir a uma toada de parada e resposta com ambas as equipas a dar demasiado espaço (e os jogadores do Portimonense sistematicamente a receberem a bola perfeitamente à vontade) as opções enfraqueceram o meio campo, primeiro retirando o Samaris (entrou outro médio, o Keaton Parks, que eu não classificaria propriamente como um médio de características defensivas) e depois regressando mesmo ao esquema de dois avançados, com a troca do Pizzi pelo Seferovic. O empate parecia-me um cenário tão provável que acabou mesmo por acontecer, depois de uma defesa do Svilar em que me parece que ele poderia ter feito bem melhor do que largar a bola para a frente, onde ficou à mercê de uma recarga fácil (enquanto o resto da equipa assistia de cadeirinha). Foi este tipo de passividade defensiva que nos custou a eliminação da Taça de Portugal, e provavelmente vai custar-nos também a eliminação da Taça da Liga.
Depois da injecção de confiança que a exibição e resultado em Tondela tinham dado, nada como um jogo destes para contrariar os efeitos disso. Já o escrevi várias vezes noutros anos: a Taça da Liga é uma competição oficial do calendário do futebol nacional, e como tal uma competição que eu quero sempre muito vencer. Deixa-me portanto profundamente irritado tanto desleixo.
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