domingo, 18 de dezembro de 2016

ESTORIL - 0 BENFICA - 1 - SUADO

Complicado

Uma vitória sofrida num jogo que se foi tornando complicado pelo mau aproveitamento das ocasiões criadas, em particular na fase inicial do jogo. Depois aconteceu o cenário habitual em que se vê o final do jogo aproximar-se com uma margem mínima no marcador e a equipa que está em vantagem tem tendência para se encolher, enquanto que a outra começa a acreditar ser possível chegar ao empate. Muitas vezes acontecem dissabores nestas ocasiões, e ontem isto esteve perto de acontecer.


Com o Salvio no estaleiro, o Cervi regressou ao onze e o Rafa manteve a titularidade conquistada no encontro frente ao Sporting. O Benfica teve uma entrada muito forte no jogo, e nos minutos iniciais teve três ocasiões soberanas para inaugurar o marcador. Foi particularmente gritante a sequência de duas ocasiões, primeiro um grande remate do Jiménez ao qual o Moreira correspondeu com uma grande defesa para canto, e na sequência do mesmo um falhanço inacreditável do Luisão, que apareceu completamente sozinho junto à baliza e acabou por cabecear por cima. Continuámos sempre por cima na primeira parte - apenas um susto, numa situação em que o Estoril acertou no poste - mas o Estoril conseguiu reajustar-se, movendo uma marcação cerrada ao Pizzi, e nós mostrámos menor capacidade para criar situações de golo. Na segunda parte o Benfica continuou por cima no jogo, mantendo o Estoril remetido à sua área, e acabámos por chegar ao golo à passagem da hora de jogo, num penálti convertido pelo Jiménez. O penálti foi para mim mais do que evidente, após uma mão claríssima de um jogador do Estoril, que em carrinho tentou desarmar o Cervi - só mesmo num país pejado de antis raivosos é que se conseguiria questionar o acerto da decisão. Logo a seguir ao golo o Benfica tentou acalmar um pouco o ritmo de jogo, isto apesar de termos reforçado a presença na área com a entrada do Mitroglou para o lugar do Cervi. Mas a vinte minutos do final o Estoril pregou-nos um enorme susto, após um escorregão do Luisão (isto anda a acontecer demasiadas vezes ultimamente) e o empate só não aconteceu porque o Ederson fez uma enorme defesa quando tinha o adversário sozinho à sua frente. 


O Benfica pareceu assustar-se com este lance e o Estoril começou a ser mais perigosos. No ataque, o Pizzi conseguiu uma sequência atroz de maus passes e bolas perdidas, que o Estoril aproveitava quase sempre para sair rapidamente no contra-ataque. Mais uma escorregadela do Luisão voltou a dar uma situação de perigo para o Estoril, desta vez salva pela intervenção do André Almeida. E logo a seguir, o Ederson teve que se mostrar atento a mais um remate perigoso, de fora da área. O Benfica só voltou a estabilizar um pouco mais o seu jogo quando a dez minutos do final Assistimos ao regresso do Jonas. Apesar da longa ausência, foi evidente que o Benfica continua a ser uma equipa completamente com a presença dele em campo, devido à inteligência e classe com que joga. E o regresso do Jonas esteve muito perto de ser perfeito, pois em dois cabeceamentos esteve muito perto de marcar. O primeiro fez a bola passar a centímetros do poste, e segundo obrigou o Moreira a uma defesa apertada. Tivemos nova oportunidade para matar o jogo ao minuto noventa, quando o Moreira evitou no limite que a bola chegasse aos pés do Mitroglou e depois, com o Moreira ainda no chão, o Pizzi fez a recarga directamente para as mãos dele. E como um resultado tão magro é sempre perigosíssimo, apanhámos um enorme susto já no período de descontos, quando na sequência de um canto e posterior desvio de cabeça na zona do primeiro poste (não pode acontecer...) vimos um adversário aparecer completamente sozinho ao segundo, mas felizmente um centésimo de segundo atrasado em relação ao lance, o que fez com que não conseguisse cabecear a bola na direcção da baliza.


Para mim o maior destaque do jogo é mesmo o regresso do Jonas à competição. Tudo o resto acabou por ficar mais ou menos ofuscado pela alegria que senti com isto, alegria que foi reforçada ao ver um efeito imediato da entrada dele no nosso jogo, mesmo depois de todo este tempo de ausência. Vou também elogiar o Ederson. Que ele é um enorme guarda-redes, isso já estamos fartos de saber. Mas ele é também um guarda-redes de equipa grande. Pode passar um jogo quase todo sem ter nada que fazer, e depois fazer uma enorme intervenção quando finalmente é chamado, como aconteceu neste jogo a vinte minutos do fim. Abrindo uma excepção, uma menção para um jogador do adversário. Tenho um respeito muito especial pelo Moreira, pelo seu benfiquismo e pelo percurso que tem no nosso clube, e fico satisfeito com o regresso dele à primeira liga. Neste jogo esteve a um nível muito bom, e confesso que já por várias vezes pensei que seria uma escolha perfeita para ocupar a vaga que eventualmente acabaremos por ter no plantel quando o Paulo Lopes terminar a carreira.

Já não há jogos fáceis, e os três pontos trazidos da Amoreira sabem-me tão bem quanto os três conquistados contra o Sporting na última jornada. E valem exactamente o mesmo, garantindo-nos desde já a passagem de ano no topo da tabela. Agora é começar já a trabalhar na recepção ao Rio Ave, para encerrarmos o ano, no que ao campeonato diz respeito, em beleza.

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