Chile derrota Argentina e vence a Copa América
Por Evandro Delgado sapodesporto@sapo.pt
O Chile sagrou-se campeão da Copa América, ao vencer a Argentina por 4-1 nas grandes penalidades, depois de 120 minutos de futebol em que não se marcou qualquer golo. O último penálti foi de Alexis Sanchez, numa “Panenka” que levou o Estádio Nacional de Santiago do Chile a loucura. É a primeira vitória da seleção chilena na competição que se torna no 8.º país a vencer a prova. Messi continua sem vencer a Copa América apesar de ter sido o únco argentino a converter uma grande penalidade.
As duas equipas chegaram à final com vitórias distintas: o Chile sofreu para o Perú por 2-1 enquanto a Argentina "atropelou" o Paraguai, goleando por 6-1. A Argentina tentava vencer a prova, 20 anos depois do primeiro triunfo, os chilenos buscavam a sua primeira Copa América.
Este confronto era também a reedição da final de 1955, ganha pela Argentina por 1-0, numa final também disputada no Chile. Os chilenos procuravam a primeira vitória frente a Argentina na Copa América, numa competição onde perdeu 19 dos 24 jogos anteriores frente aos argentinos, tendo empatado cinco jogos.
Sem o lesionado Garay, Tata Martino voltou a escolher o veterano Martin Demichelis para jogar ao lado de Otamendi no centro da defesa da Argentina, ele que já tinha jogado a meia-final. Do lado do Chile, nenhuma novidade por parte de Jorge Sanpaoli, argentino que comanda a seleção do Chile.
Num jogo eletrizante, jogado a um ritmo altíssimo, o primeiro sinal de perigo pertenceu ao Chile, num remate de Alexis Sanchez que Romero defendeu com dificuldades, aos 11 minutos. Respondeu a Argentina num golpe de cabeça de Aguero que Claudio Bravo travou por instinto, aos 21 minutos.
Messi, a estrela da Argentina, tinha dificuldades em pegar na partida. O jogo duro, demasiado duro às vezes dos jogadores chilenos, passava impune aos olhos do árbitro colombiano Wilmar Roldan. Sempre que acelerava, era travado pelos chilenos.
Tata Martino vai perder Di Maria aos 30 minutos de jogo. O extremo fez uma grande arrancada, passou por três contrários mas sentiu uma dor na coxa e pediu para sair. A mesma lesão que o afastou da final do Mundial2014. Entrou Lavezzi que quase fez o 1-0 aos 45 minutos mas Bravo voltou a ser... bravo e negou o golo ao extremo argentino.
No segundo tempo o Chile melhorou o seu jogo, passou a pressionar mais a Argentina e a criar muitas situações de perigo junto da baliza de Romero. Alexis Sanchez, o mais perigoso, tentou o golo várias vezes mas sem sucesso. A Argentina, por seu turno, ia tendo cada vez mais dificuldades em fazer os seus poderosos contra-ataques. A medida que o tempo passava, o cansaço ia aponderando-se dos jogadores argentinos, que iam sentindo muitas dificuldades para travar os chilenos e ganhar os duelos individuais.
Num jogo jogado mais vezes com o coração do que com a cabeça (muitos passes falhados de parte a parte, muitas lutas, muito confronto físico), a Argentina vai dispor da melhor oportunidade para marcar, num grande lance de Messi que deu em Lavezzi na direita. O cruzamento do jogador do PSG foi demasiado puxado para o poste, Higuain (entrou para o lugar de Aguero) esticou-se todo e desviou a bola mas não conseguiu mete-la dentro da baliza. Isso aos 91 minutos, naquele que poderia ter sido o golo da vitória.
E pela primeira vez nesta edição da Copa América foi preciso recorrer ao prolongamento (só a final da prova tem tempo extra). Os chilenos, mais frescos (tiveram mais um dia de descanso) e melhores fisicamente, continuaram instalados no meio-campo argentino, empurrados pelo público que lotou o Estádio Nacional de Santiago do Chile. Na parte final da primeira parte, Alexis Sanchez teve soberana oportunidade após falha de Mascherano mas falhou o alvo. Com 0-0 em 120 minutos, foi preciso recorrer a marcação de castigos máximos.
Nas grandes penalidades, Higuain e Banega falharam. O Chile marcou as quatro grandes penalidades (não foi preciso o último) por Vidal, Matias Fernandez, Aranguiz e Alexis Sanchez e sagrou-se campeão da Copa América pela primeira vez. Messi foi o único argentino a converter uma grande penalidade. A Argentina perde uma final pelo segundo ano seguido, depois de ter sido derrotada na final do Mundial2014 pela Alemanha.
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