O Académico de Viseu recebeu e venceu o Olhanense por 1-0 num típico jogo de fim de temporada em que pouco mais há em disputa que os três pontos. Num encontro em que os academistas foram a única equipa que tentou vencer, os homens de Olhão não fizeram um remate sequer à baliza contrária. Num estilo tipicamente italiano, os algarvios limitaram-se a defender, dificultando a vida aos da casa. Clayton Leite assumiu para si o protagonismo do jogo ao apontar o tento solitário que deu justiça ao marcador e garantiu o regresso aos triunfos dos pupilos de Ricardo Chéu. A segunda parte ainda teve momentos quentes, mas apenas fora de campo.
Esse foi, aliás, um dos poucos momentos em que o pouco público presente no Estádio do Fontelo "acordou", quando já perto do final da partida ambos os bancos se "pegaram" e quase chegaram a vias de facto, mas já lá vamos. Primeiro o que realmente interessa. No jogo o Académico de Viseu foi melhor durante os 90 minutos, mostrando desde o apito inicial ao que vinha. Ao invés, o Olhanense apareceu em Viseu num claro estilo italiano, com o seu técnico transalpino Cristiano Bacci a montar um onze ultradefensivo que nem em contra-ataque conseguia sair. Já os academistas, com João Ricardo de regresso a trinco e com o construtor André Sousa mais à frente, sentiram muitas dificuldades em ligar o jogo, e em criar espaços no último terço do terreno. No entanto, a primeira e única grande oportunidade na primeira parte pertenceu aos viseenses, num livre directo do mesmo André Sousa que fez estremecer a barra de Ricardo Ribeiro.
O segundo tempo trouxe um jogo exactamente tirado a papel químico, com os da casa a tentar encontrar brechas na defensiva do Olhanense, que se ia limitando a cortar bolas atrás e a lançar longos "balões" para a frente de ataque. Consciente que era preciso mudar as peças do seu xadrez, Ricardo Chéu colocou em campoTiago Borges e Fábio Martins que, cada um ao seu estilo, mudaram os acontecimentos. Se o açoriano deu maior velocidade e capacidade de ter bola, a ponta de lança canarinho deu poder de choque junto aos centrais e possibilitou que Sandro Lima fizesse "mossa" nas laterais. Os sinais positivos surgiram logo dois minutos após a entrada do número 88 do Académico, com Luisinho a rematar muito perto do poste direito de Ricardo Ribeiro. Seria apenas o aviso, quando aos 76', na sequência de um canto, o Mágico academista cruzou rasteiro para o remate certeiro na pequena área de Clayton Leite. Era feita justiça no Fontelo. Até ao final, pouco mais futebol se jogou, com o Olhanense a desperdiçar nos últimos segundos uma grande oportunidade de igualar, mas o central Nuno Diogo não teve o instinto "matador" e falhou o remate.
Nota ainda para as cenas negativas protagonizadas de lado a lado por elementos dos bancos e por alguns jogadores. Ricardo Ribeiro, guarda-redes do Olhanense que defendeu as cores do Académico até Janeiro último, "pegou-se" com Ricardo Chéu no final do jogo. Ânimos mais quentes que se prolongaram já fora do Estádio do Fontelo. Desta forma, o Académico de Viseu sobe ao 14º posto, impondo a primeira derrota dos últimos dois meses ao Olhanense fora do José Arcanjo.
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