domingo, 19 de janeiro de 2014

BENFICA - 2 MARITIMO - 0 - LIDER


Benfica-Marítimo, 2-0 (crónica)
Um Benfica superior em todos os centímetros do possível relvado da Luz aproveitou erros alheios para voltar a olhar por cima do ombro a ver quem lá vem. Jorge Jesus esclareceu por fim quem é a principal opção para o lugar de Matic, numa tarde/noite em que Rodrigo espelhou o Benfica pós-clássico: segue embalado e confiante no primeiro posto.

Oblak continua imbatível, acabaram os golos sofridos de bola parada, mas é preciso sublinhar que o esloveno foi, por fim, testado a sério. O Marítimo foi responsável por algo que nem o FC Porto fez na Luz. Talvez por isso, até merecesse sair com um golo numa partida em que cometeu falhas a mais para voltar a bater os encarnados como tinha feito na primeira jornada.

Ljubomir «Manel» Fejsa

O jogo estava lançado na base da substituição de Matic. Fejsa parecia a opção mais provável, Jorge Jesus confirmou a hipótese. O camisola 5 foi, portanto, o Manel de que o técnico falava a meio da semana. Um bom início colocou a bola nas alas encarnadas, mesmo que a pressão não fosse sufocante. Depois de uma boa jogada aos dois minutos entre Gaitán e Maxi Pereira, o primeiro remate surgiu por Markovic, no flanco esquerdo para uma defesa segura de José Sá. Uma defesa que o guardião do Marítimo repetiu, agora a tiro de Lima, aos 15 minutos. Dois lances que não foram de grande perigo, dois lances que mostravam que se jogava na direção da baliza dos insulares, porém.

Os madeirenses pareciam, por fim, atinar com as marcações e o Benfica começava a ter mais dificuldades para abrir espaços no meio-campo contrário. Eis o pormenor: Matic também se colocava muitas vezes entre Luisão e Garay na construção, mas em tantas outras ocasiões conseguia arrancar com a bola para as linhas inimigas. Fejsa não o fez, nem faz, optou sempre pelo passe e, com isso, Garay teve de ser solicitado mais vezes na construção, assim como a saída de bola se fez em maior número por Siqueira e Maxi Pereira, os laterais.

Portanto, jogava o Benfica à procura de espaços, quando Nico Gaitán o encontrou no meio das pernas de um adversário. O argentino fletiu para o meio, passou, mas a bola que não chegou a Lima foi rematada por Rodrigo. O hispano-brasileiro foi rápido a aproveitar um mau corte de Igor Rossi, o autor do primeiro erro do Marítimo na Luz. Viria lá outro.

Em Alvalade, na Taça da Liga, os madeirenses deram muito trabalho a Marcelo Boeck. De novo, na casa de um grande, voltaram a fazê-lo. Porque depois do 1-0 não se limitaram a cortar linhas de passe, porque depois do 1-0 ganharam agressividade no meio-campo e em dois lances seguidos quase chegavam ao empate. Mas, repete-se, o Benfica ia ser superior em todos os centímetros do relvado. Oblak apareceu para a primeira grande exibição com a águia ao peito e defendeu duas vezes a negar o empate.

Com o Marítimo em busca da igualdade, mas suscetível a um erro que acabasse por o deixar demasiado longe no resultado, o Benfica pôde jogar como tantas vezes gosta, em transição. Ainda assim, teve demasiada ajuda de João Diogo, que não despachou a bola, sofreu pressão de Markovic e Rodrigo e o camisola 19 só parou com um remate que bateu José Sá pela segunda vez. A falha de João Diogo aliada ao erro do assistente [Rodrigo parte em fora de jogo quando recebe a bola de Markovic] anunciaram a vitória da águia.

Mais Marítimo, mas também mais Benfica

A segunda parte fez questão de sublinhar uma ideia: o Benfica deixou de jogar tanto em posse e fê-lo sempre em transição rápida. O Marítimo subiu no terreno, até porque Weeks foi melhor que Marakis, teve mais bola e andou quase sempre a rondar a área de Oblak. A defesa encarnada mostrou-se segura, coesa e, mesmo que houvesse mais Marítimo na partida, a verdade é que as grandes e principais ocasiões de golo pertenceram aos encarnados.

Rodrigo desperdiçou o hat-trick em contra-ataque, Lima falhou o 3-0 após lançamento lateral de Gaitán e muitas outras vezes faltou aos encarnados um pontinha de maior discernimento e, quem sabe, faltou também um penálti por assinalar sobre Markovic. Do outro lado, também houve perigo. Mas voltou a surgir Oblak, demasiado grande para o Marítimo.

Em suma, o Benfica marcou nos erros que houve no jogo e depois mostrou-se confortável com linhas mais baixas, a defender e, atenção, também confiante no rapaz que estava na baliza. Tudo somado no jogo, continua líder isolado e continua numa série sem sofrer golo


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