domingo, 26 de fevereiro de 2012

ACADÉMICA - 0 BENFICA - 0 - INGRATO

Injusto
Incompetência em frente à baliza, um guarda-redes excepcionalmente inspirado (e, porque não dizê-lo, uma arbitragem nefasta) conjugaram-se para resultar num empate injusto e na perda de dois pontos.
Rodrigo ausente dos convocados, Javi e Nolito no banco e regressos do Bruno César e Witsel ao onze, numa táctica com um único avançado (Cardozo) e o Aimar a apoiá-lo. Vi o jogo atrás de uma baliza e quase ao nível do relvado, e confesso que sinto bastantes dificuldades em seguir um jogo neste ângulo de visão. Mas seja de qual for o ângulo, foi evidente o domínio do Benfica no jogo, que foi quase todo disputado no meio campo da Académica. Com o Artur a ser praticamente um espectador, coube sempre ao Benfica a iniciativa no jogo, mas infelizmente as oportunidades criadas foram sendo esbanjadas pelos nossos jogadores, ou então esbarravam num irritante Peiser (que só parece ser capaz de arrancar estas exibições contra nós). Pareceu-me que durante o primeiro tempo o Aimar jogou demasiado adiantado e longe das funções de organização de jogo no meio campo, passando demasiado tempo encostado aos defesas adversários à espera que a bola lhe chegasse.

No segundo tempo isto alterou-se com a entrada do Nélson Oliveira, saindo o Matic com o consequente recuo do Witsel e do Aimar no campo. O Nélson entrou de rompante e podia ter marcado logo vinte e cinco segundos depois do recomeço, mas o seu remate falhou o alvo. A sua entrada mexeu com o jogo, e o primeiro quarto de hora foi de pressão muito intensa por parte do Benfica, mas o desperdício (em particular do próprio Nélson Oliveira, a quem contei pelo menos três ocasiões claras de golo desperdiçadas) e a inspiração do Peiser continuaram a negar-nos o merecido golo. Não sei se teríamos conseguido marcá-lo ou não, mas fiquei com a sensação de que deitámos fora vinte e cinco minutos (os que faltavam para o final mais os descontos) quando fizemos a substituição do Aimar pelo Djaló. Perdemos lucidez (o Bruno César não foi nada feliz nas funções do Aimar), o Djaló nada trouxe ao jogo, a equipa ficou praticamente partida ao meio, com cinco jogadores que só atacavam, e começámos demasiado cedo a apostar no futebol directo. A Académica, que já tinha mostrado estar mais do que satisfeita com o empate e tentava queimar tempo sempre que possível, até conseguiu nessa fase esboçar alguns contra-ataques, embora sem grande perigo, e o injusto nulo persistiu teimosamente até final.

Garay, Maxi Pereira e Witsel foram aqueles que, na minha opinião, estiveram melhor hoje. Sem surpresa, nenhum dos jogadores mais ofensivos me impressionou, tendo em conta o desperdício a que assistimos. O Nélson Oliveira mexeu com o jogo, mas falhou em demasia.

Se em Guimarães fiquei preocupado com a exibição e até a atitude da equipa, hoje nada tenho a apontar à equipa nesse aspecto. Saí do estádio com a convicção de que não desistiram de lutar até ao último segundo pela vitória, mesmo que na fase final já o tenham feito muito mais com o coração do que com a cabeça.
Estou obviamente desapontado com a perda destes dois pontos que, repito, me parece bastante injusta, mas a minha confiança na conquista deste campeonato mantém-se inabalada. Agora no próximo jogo as opções são simplesmente ganhar ou ganhar. Estamos num momento menos feliz, mas lá estarei para apoiar e ajudar o meu clube a reerguer-se.

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