O Benfica voltou a ser incapaz se travar o poderio ofensivo do Bayern Munique e perdeu por 5-2 no Allianz Arena, na 4.ª ronda do Grupo E da Liga dos Campeões. A vitória coloca o campeão alemão nos oitavos de final, o Benfica caiu para terceiro no seu grupo após a vitória do Barcelona em Kiev. Os Encarnados são os primeiros  marcar aos bávaros esta temporada na Champions.

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Para tentar contrariar o poderio alemão mas também já a pensar nos próximos jogos do Benfica na prova, Jorge Jesus deixou Otamendi, Weigl, Rafa e Darwin no banco e lançou Morato, Gilberto, Meité, Pizzi e Everton Cebolinha no onze. Ao todo, cinco alterações em relação ao empate com o Estoril (saídas de saem Otamendi, Weigl, Radonjic, Darwin e Rafa e entradas de Morato, Gilberto, Meite, Pizzi e Everton).

Do lado bávaro, Mueller ficou no banco, Coman, Gnabry e Sané fizeram companhia a Lewadowski na frente.

A diferença está na qualidade

O Benfica até começou bem e criou duas grandes oportunidades, por Pizzi (Alphonso Davies negou-lhe o golo) e Morato (cabeceamento ao lado), mostrando que este Bayern também tem a suas fragilidades. Mas se atrás a defesa não é tão sólida, do meio-campo para a frente é outra 'loiça'.

E essa mesma 'loiça', da mais alta qualidade, começou a colocar o Benfica em sentido, principalmente pelo corredor direito do ataque, esquerda da defesa do Benfica. Grimaldo sofreu e muito com Coman, Sané e Gnabry.

Os 'Encarnados' até foram os primeiros a colocar a bola no fundo das redes por Lucas Veríssimo mas, Pizzi, o assistente, estava ligeiramente adiantado.


O Benfica contava com a inspiração de Odysseas Vlachodimos para travar o ataque dos bávaros e o grego respondeu com qualidade: negou o golo a Gnabry em duas ocasiões aos sete minutos, voou para travar o tiro de Alphonso Davies aos 19.

Aos 26 minutos surgiu o inevitável Lewandowski a abrir o ativo. Trabalho fantástico de Coman a 'quebrar os rins' a Grimaldo e a centrar para o segundo poste onde apareceu o polaco a desviar de cabeça.

32 minutos, 2-0. Tudo fácil, novamente pelo lado esquerdo da defesa do Benfica. Lewandowski ganhou as costas a defesa Encarnada, deixou em Gnabry que, de calcanhar, fez o 2-0.

O Benfica tentava sempre esticar o jogo, com bolas em profundidade para Yaremchuk, que contava com a ajuda de Pizzi e Everton. Mas o ucraniano descartou tal ajuda aos 36, num ataque de superioridade numérica. O avançado podia deixar Pizzi na cara do golo mas optou pelo remate, para fora, para desespero do português.

Mas dois minutos depois, veio o golo do Benfica. Grimaldo centrou na esquerda, Morato subiu mais alto e bateu Neuer pela primeira vez nesta edição da Liga dos Campeões.

Vlachodimos, que estava a ser o melhor do Benfica, brilhou ao mais alto nível antes do intervalo. Travou o 3-1 de Gnabry aos 36, quando o alemão apareceu-lhe pela frente, isolado. E defendeu uma grande penalidade muito mal marcada de Lewandowski, a castigar mão na bola de Lucas Veríssimo, marcado pelo árbitro após alerta do VAR.

Vlachodimos 'mascarou' os números

O Benfica ia para o intervalo a perder apenas por um mas o regresso após descanso foi penoso.

Sané aproveitou uma grande jogada de envolvimento atacante para disparar, de primeira, para o 3-1, aos 49 minutos.

4-1 aos 61 minutos. Passe espetacular de Kimmich para Sané que assiste Lewandowski para mais um golo. Tudo fácil, tudo simples, num golaço do polaco: recebeu, tirou Meité do caminho em velocidade e picou por cima de Vlachodimos. O Benfica estava perdido em campo.

E o descalabro não era maior porque Odysseas Vlachodimos teimava sem ser a última barreira. Negou mais um do Bayern, de Goretzka, aos 63 minutos; travou o tiro de Sané, um minuto depois, numa altura em que o Benfica não conseguia ter bola nem tinha formas de travar o ataque bávaro. Eles apareciam de todos os lados, sempre em velocidade, sempre em constantes movimentações.

Aproveitou Jesus para lançar Diogo Gonçalves, Rafa e Darwin nos lugares de Pizzi, Yaremchuk e Everton Cebolinha. Mais tarde entraram Paulo Bernardo e Gonçalo Ramos nos lugares de João Mário e Grimaldo.

O avolumar do resultado permitiu ao técnico Julian Nagelsmann, de regresso ao banco após recuperar de COVID-19, lançar Thomas Mueller, Jamal Musiala, Marcel Sabitzer e Omar Richards, nos lugares de Alphonso Davies, Kingsley Coman, Joshua Kimmich e Leroy Sane, descansando assim alguns jogadores e dando minutos a jovens como Musiala e Richards.

Aproveitou o Benfica para reduzir por Darwin, num lance de contra-ataque. Neuer ainda tocou na bola mas o remate do uruguaio acabou dentro das redes, aos 74 minutos. Destaque para João Mário, que roubou a bola e soltou no momento certo, a isolar Darwin. Terceiro golo do avançado na Champions.

Mesmo com as mexidas, o Bayern Munique não descansava. Vlachodimos teimava em remar contra a maré mas nada podia fazer aos 81 minutos. Passe do guarda-redes Manuel Neuer a isolar Lewandowski que, com a classe que se lhe reconhece, fez um chapéu ao grego e completou o seu hat-trick.

Vamos a contas

Terminava assim o pesadelo Encarnado no Allianz Arena, com o Benfica a marcar dois golos ao Bayern Munique fora de casa pela primeira vez mas a ser goleado novamente pelos bávaros.

O Bayern Munique soma 12 pontos e já está apurado para os oitavos de final. O Benfica caiu para terceiro porque o Barcelona venceu fora o Dinamo Kiev.

O duelo entre Águias e Culés em Camp Nou no dia 23 de novembro será crucial para os objetivos do Benfica em seguir em frente: perdendo, diz adeus à Champions; empatando, terá de vencer o Dinamo Kiev em casa no último jogo e esperar que o Barcelona não faça o mesmo em Munique.