O Benfica foi esta terça-feira vencer por 4-0 ao terreno do Desportivo das Aves em partida da 33.ª e penúltima jornada da I Liga. Rafa e Pizzi, a abrir cada uma das partes, abriram caminho a um triunfo das 'águias' selado, perto do fim, pelo jovem estreante Gonçalo Ramos, num encontro 'a feijões', entre duas equipas com destinos traçados na prova, onde a história não esteve tanto no futebol jogado, mas em tudo o que rodeou a partida.

Protesto simbólico a abrir e marcador inaugurado logo depois

Depois de muito se ter falado sobre a realização ou não do encontro, o jogo aconteceu. E começou com imagens que marcarão certamente a edição 2019/20 da I Liga: durante o minuto inicial, depois do pontapé de saída, que pertenceu ao Benfica, os jogadores do Aves permaneceram estáticos nos seus lugares, enquanto os adversários, alertados para o que se iria passar, se limitaram a trocar tranquilamente a bola no seu meio-campo. Simbólico, mas com muito significado...
Debaixo de aplausos por parte dos elementos dos dois conjuntos, o jogo começou, então, a sério ao segundo minuto. E só foi preciso esperar mais dois para se assistir ao primeiro golo. Ainda algo desconcentrados, os jogadores do Aves deixaram-se surpreender por um passe longo de Pizzi que isolou Rafa e, na cara de Sheytanov, guarda-redes do Aves, o internacional português não perdoou.

Aves acusa momento e Benfica soma ocasiões para marcar

Os minutos que se seguiram continuaram a pertencer aos visitantes. Os homens da casa, atordoados por tudo o que envolvia o encontro, não conseguiam reagir e o 2-0 esteve à vista por diversas ocasiões. A passe de Pizzi, Vinícius, de cabeça, errou o alvo por muito pouco e Chiquinho, desmarcado por Rafa, não conseguiu bater Sheytanov.
A meio do primeiro tempo, o Aves deu um sinal da sua graça, mas Svilar, esta noite titular na baliza do Benfica, mostrou-se à altura e evitou que Marius restabelecesse a igualdade. Mas a superioridade do conjunto forasteiro era evidente. Florentino (outra das novidades na equipa titular do Benfica), surgiu em boa posição na grande área contrária, mas permitiu a defesa do guarda-redes do Aves, que brilhou depois a grande altura para evitar que Pizzi fizesse o 2-0 num remate de longe e o intervalo chegou mesmo (apenas) com vantagem mínima do conjunto de Nuno Veríssimo.


Penálti a abrir a segunda parte e tudo decidido

Pizzi não marcou a fechar o primeiro tempo, mas marcou a abrir o segundo. O Benfica entrou forte para os segundos 45 minutos, Vinícius desperdiçou duas boas oportunidades mas, ao minuto 50, Bruno Morais travou com o braço um remate de Pizzi e, chamado a converter a consequente grande penalidade, o capitão das 'águias' não perdoou, elevando para 2-0. Foi o seu golo na prova, fugindo assim ao colega Vinícius e a Paulinho, do Braga, no topo da lista dos melhores marcadores.
A toada do encontro não mudou. O Aves raramente conseguia chegar perto da grande área adversária e o Benfica, mesmo sem acelerar muito o jogo, ia criando, amiúde, algumas situações de golo. Pizzi e Rafa tiveram, ambos, excelentes ocasiões para bisar na partida ainda antes do quarto-de-hora final.

Gonçalo Ramos salta do banco para estreia de sonho

As substituições iam-se sucedendo e, numa delas, Nuno Veríssimo lançou o jovem Gonçalo Ramos. Em noite de estreia, o jovem avançado de 19 anos saltou do banco aos 87 minutos, para o lugar de Pizzi. Tempo mais do que suficiente para marcar por duas vezes! Primeiro a desviar com classe um livre de Nuno Tavares, depois assistido por Dyego Sousa, a surgir na cara de Sheytanov e a não perdoar.
Uma verdadeira estreia de sonho, a deixar uma nota positiva a um jogo no qual, até aí, a história mais importante tinha pouco a ver com futebol.