domingo, 7 de junho de 2020

BENFICA - 0 TONDELA - 0 - ZERO

Faltou mesmo a alma ao Benfica como Bruno Lage tinha antecipado na antevisão do jogo. Os mais de 26 mil cachecóis expostos nas bancadas não se fizeram ouvir, não transmitiram pinga de emoção, nem aquela energia extra que empurra as papoilas saltitantes para a frente. Rafa teve duas oportunidades flagrantes, a abrir cada uma das partes, entre muitas outras criadas pelos encarnados ao longo do jogo, mas pela frente encontraram um adversário que esteve quase três meses para se preparar para este jogo e resistiu até ao fim. O Benfica falhou, assim, o ataque à liderança
Bruno Lage tinha manifestado o desejo de uma entrada forte e a verdade é que o Benfica podia ter marcado logo nos primeiros instantes do jogo, com uma entrada de Rafa a obrigar Cláudio Ramos a aplicar-se e a defender no limite com a bota esquerda. O Benfica procurou desde logo ganhar as alas, com os laterais, sobretudo Grimaldo, a atacarem a profundidade, permitindo que Rafa e Pizzi explorassem as zonas interiores, mas desde cedo que sentiu tremendas dificuldades para ultrapassar as duas linhas de quatro com que o Tondela defendia.
Depois da oportunidade de Rafa, Jardel também esteve perto de marcar, com um desvio de cabeça, na sequência de um pontapé de canto, mas a verdade é que, até ao intervalo, estas foram as únicas verdadeiras oportunidades da equipa de Bruno Lage. O jogo começou com uma toada morna, mas, aos poucos, o Benfica foi conseguindo fixar o jogo junto à área do Tondela, com uma pressão alta e uma tremenda pressão sobre a bola. Faltou-lhe depois espaço para Rafa e Pizzi embalarem. O Benfica ganhava facilmente nos corredores, com Taarabt a descair para um lado ou para o outro para provocar desequilíbrios, mas depois Vinícius ficava sem apoio na área, com Weigl e Gabriel demasiados fixos.
A verdade é que o Tondela foi anulando lance após lance, foi-se sentindo cada vez mais confortável e confiante e, já perto do intervalo, até ensaiou uns ataques, numa altura em que o Benfica procura recuperar o fôlego.
Dyego Sousa esteve a aquecer durante o intervalo, mas Bruno Lage deixou tudo na mesma para o arranque da segunda parte que começou como a primeira: com uma oportunidade de Rafa. Bom lance do Benfica, com Weigl a destacar o extremo que, sobre a direita, rematou cruzado, com a bola a passar junto do segundo poste, com Cláudio Ramos batido. O Benfica voltou a tentar impor o seu jogo, mas deparou-se com um adversário bem diferente, menos disposto a ficar à espera e mais adiantado no terreno.
A verdade é que, agora, havia mais espaços e Pizzi também esteve perto de marcar, com Cláudio Ramos a voltar a ser protagonista entre os postes. O Benfica voltava a pressionar e voltava a comprimir um Tondela que parecia ter a ambição de vir disputar o jogo na segunda parte. Vinícius, com um golpe com o corpo, ganhou espaço na área e também esteve perto de marcar, mas Philipe Sampaio, em carrinho, anulou mais um lance dos encarnados.
Com os minutos a correrem para o final, o Benfica procurava aumentar a pressão diante de um Tondela que começava a acusar desgaste, mas com Natxo González a refrescar as peças mais debilitadas a conseguir manter a sua equipa de pé. Taarabt também procurou a sua sorte, com um remate fora da área, mas o Tondela também podia ter marcado no seu melhor lance do jogo, com Richard a tirar André Almeida da frente a remar cruzado, com a bola a passar bem perto do ferro.
Bruno Lage ainda lançou sucessivamente Dyego Sousa, Seferovic e Jota, procurando empurrar a sua equipa para a baliza de Cláudio Ramos, mas foi Rúbe Dias, na sequência de um canto, que esteve mais perto do golo, com uma cabeçada que levou a bola a bater na parte exterior do poste. Já em tempo de compensação, mais uma oportunidade flagrante para o Benfica, com Dyego Sousa a cabecear com convicção, com Cláudio Ramos já batido, mas Petkovic manteve o nulo com um corte sobre a linha fatal.
O Benfica conseguiu, assim, apenas um ponto, que não chega para recuperar a liderança, mas que permite alcançar o FC Porto no poleiro da Liga. A jornada da retoma serviu, assim, para juntar os dois candidatos, com os mesmos pontos, no topo da classificação. Tudo a zero para um minicampeonato de nove jornadas que vão ser, com ou sem adeptos, com certeza bem mais emotivas do que este recomeço.

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