Resposta
A melhor resposta possível ao mau jogo da semana passada: vitória convincente numa das saídas mais complicadas no campeonato. Sem sermos brilhantes, voltámos pelo menos a ser uma equipa mais ligada, mas voltámos a exibir uma das facetas mais preocupantes do nosso futebol: a extrema falta de inspiração da nossa dupla de avançados, que só à sua conta deve ter desperdiçado uma meia dúzia de ocasiões flagrantes de golo.
Notas de destaque na nossa equipa para o regresso do André Almeida e a presença do Taarabt no meio campo para formar dupla com o Florentino. Quanto ao jogo, após um período inicial em que ambas as equipas estiveram algo expectantes, tornou-se depois relativamente aberto, com as equipas a tentar chegar rapidamente à frente quando tinham a bola. Mas apesar do jogo ser repartido em termos de posse de bola e ataques, o Benfica conseguiu quase sempre ser muito mais perigoso, sobretudo quando foi capaz de subir a linha de pressão bem para dentro do meio campo do Braga. Uma diferença óbvia e para melhor no nosso jogo foi dada pela presença do André Almeida na direita. Mesmo sem precisar de fazer um grande jogo, termos um lateral com a capacidade de conduzir a bola e cruzar com o pé direito deu-nos logo muito mais profundidade por aquele lado e não fomos uma equipa tão balanceada para a esquerda, como tinha sucedido nos últimos jogos. No meio, o Taarabt foi extremamente agressivo nas tarefas defensivas, o que é uma faceta que definitivamente não lhe associava. Uma característica essencial para um 'numero oito' e uma demonstração que está mesmo um jogador transfigurado com o Bruno Lage. Logo nos minutos iniciais a arbitragem não viu um corte grosseiro de um jogador do Braga com a mão quando o De Tomas tinha a possibilidade de se isolar após um pontapé longo do Vlachodimos. O Benfica chegou ao golo aos vinte e cinco minutos, num penálti marcado pelo Pizzi depois do Florentino ter sido pontapeado na cara. Em vantagem, o Benfica começou a criar ocasiões de golo sucessivas e suficientes para ficar mais descansado no jogo, mas só o Seferovic conseguiu desperdiçar três escandalosas quando o que parecia mais fácil era marcar. O que nos podia ter custado caro, porque o Braga não criou muitas ocasiões de golo mas quando criou uma, o Ricardo Horta acertou no poste quando estava em muito boa posição para marcar.
Se podíamos recear uma segunda parte complicada, depressa ficámos descansados. Ao fim de apenas seis minutos já tínhamos dilatado a vantagem para três golos. Primeiro com mais um golo do Pizzi, logo aos dois minutos. Uma boa jogada colectiva do Benfica, a fazer circular a bola em jogo interior para libertar o André Almeida na direita, que depois fez o cruzamento a meia altura para a área, onde surgiu o Pizzi a finalizar muito bem de primeira e com o pé esquerdo. Nada melhor para o André Almeida do que assinalar o regresso à equipa com uma assistência para golo, a exemplo daquilo que tantas vezes fez a época passada. Quatro minutos depois, um autogolo do Bruno Viana quando tentou interceptar um cruzamento do Seferovic, que fugiu pela esquerda, para o De Tomas. O jogo ficou praticamente decidido aí, apesar de ainda haver muito tempo para jogar. Mas o Benfica estava muito confortável no jogo, e apesar do Braga nunca ter deixado de tentar chegar ao golo a verdade é que não conseguia criar muito perigo, enquanto que o Benfica ia tendo cada vez mais espaço para tentar contra-atacar com sucesso. Já com o Jota em campo, no lugar do De Tomas, o Benfica deu uma expressão ainda mais dilatada ao marcador e chegou ao quarto golo a cerca de um quarto de hora do final. Novo autogolo, desta vez do Esgaio, quando cortou de forma desastrada um cruzamento do Jota que seguia na direcção do Seferovic ao segundo poste. Uma vitória bastante folgada num campo onde muitos antecipavam que passássemos por dificuldades e o resultado ideal para espantar os maus espíritos criados com a exibição da semana passada.
Os melhores do Benfica foram a dupla do meio campo, Taarabt e Florentino. Uma boa parte do nosso jogo passou sempre pelos pés do marroquino, que ainda mostrou a agressividade defensiva suficiente para podermos vê-lo finalmente como uma alternativa válida ao Gabriel. O Florentino fez mais uma exibição ao nível do que tem vindo a mostrar e que o tornam neste momento praticamente um titular indiscutível. À medida que ganha experiência e confiança está também a aventurar-se cada vez mais em zonas próximas da área adversária. O Pizzi voltou a ser decisivo e mais uma vez se confirma que quando ele se ausenta de um jogo, como na semana passada, somos muito diferentes para pior. Uma menção também para o Ferro, que na minha opinião fez um jogo muito bom, dando também uma óptima resposta à exibição menos feliz no Clássico.
Vamos para a primeira pausa no campeonato no segundo lugar, um ponto atrás do surpreendente Famalicão. Depois do enorme apagão da semana passada foi bom ver o Benfica responder desta forma e voltar a ganhar confortavelmente. Esperemos que entretanto o Gabriel possa recuperar da lesão para que nos apresentemos mais fortes no regresso.
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